O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Gelson Santana (UAM)

Minicurrículo

    Doutor em comunicação pela ECA/USP. Professor do PPG de Comunicação audiovisual da Universidade Anhembi Morumbi SP. Curador de mostras no Itaú Cultural sobre Cinema de Bordas. Pesquisador com artigos publicados sobre cultura pop.

Ficha do Trabalho

Título

    Ofilmemusical atual apósvideoclipe: o caso Baby drive, de Edgar Wright

Resumo

    O filme Baby driver (2017), de Edgar Wright, estrutura-se como uma canção pop com a forma estendida de um videoclipe. O filme constrói uma ambiguidade de gênero ao fundir a ação da narrativa ao ritmo das músicas do iPod do personagem Baby. Este ponto de vista do personagem principal Baby desenha a narrativa que ao mesmo tempo que parece próxima do espectador aparenta estar distante.

Resumo expandido

    A cultura do videoclipe conferiu outra dimensão aos processos de produção e consumo de filmes hoje. A consequência direta dessa cultura somada a um filme de ação deriva em produções como Baby driver (2017), de Edgar Wright. Em ritmo de fuga (título brasileiro do filme) se apresenta como uma película onde a ação tem o sabor de um videoclipe estendido. De um certo modo podemos dizer que a estrutura narrativa de Baby driver tem a forma de uma canção pop. Isso faz com que o filme se desenvolva como se fosse, simultânea e ambiguamente, um longo filme musical metamorfoseado em filme de ação. Para além da ambiguidade entre os efeitos diegético e extradiegético que o uso da música impõe à narrativa, é possível tomar a película a partir de duas instâncias: a) os momentos em que o filme se comporta feito um videoclipe; e b) os momentos em que a narrativa se coloca de fora de uma aparente estrutura de videoclipe – neste momento, ao modo de uma canção pop (quando os solos dos instrumentos ocupam os espaços da voz), o extradiegético entra em primeiro plano e controla a evolução da história. Essa estrutura lembra a de uma canção pop na qual a primeira parte nos prepara para o refrão que vem antes da segunda parte (exemplo: Baby vê Debora, a futura garota dos seus sonhos, passar com fones de ouvido andando ao ritmo da música que está cantarolando). Na segunda parte Baby corteja a garota e isso começa a se misturar e interferir diretamente em sua performance de “driver” (entra em cena algo como o amor). Quando ele e a Debora se acertam (depois que ouvem na lavanderia Debora, de Marc Bolham, na com a banda T.C. Rex), sua performance como driver fica comprometida. Isto vai levar a parte final da canção-filme: Baby e Debora juntos tentando escapar de um mundo selvagem e sem amor, neste momento o refrão é repetido de maneira acentuada (Baby preso encontrou a garota dos seus sonhos que no mundo lá fora espera por ele; na cadeia ele recebe dela uma carta com postal da Route 66 e empreende uma fuga pela imaginação). No modo refrão o mundo dos sons ambientes predomina junto com uma espécie de chiado dos ouvidos de Baby. Observa-se que o prólogo do filme expõe diretamente as cartas da narrativa carro-motorista-banco (roubo); o ritmo Bellbotoms [(Judah Bauer, Russell Simins, Jon Spencer) com The Jon Spencer Blues Explosion] (ação: espera-fuga); o personagem central (o ponto de vista que faz com que todos os personagens convirjam para um mesmo lugar) – isto fundindo pelo menos dois elementos essenciais, musical-suspense ao ritmo narrativo das canções do iPod. Apesar de Edgar Wright definir o filme Baby drive como “um filme de ação movido pela música”, o efeito filme musical é uma experiência que navega entre o visível e o lisível. Tomando o conceito de síncrise, de Michel Chion, a partir de um sincronismo diegético/extradiegético entre imagem/som é possível observar uma espécie de carnavalização, por exemplo, na sequência onde a música Tequila (Chuck Rio), com The Button Down Brass e “The funky trumpet” de Ray Davies como interprete, é o leitmotiv musical para um sonoro e violento tiroteio que joga ambiguamente com o ponto de vista diegético do iPhone de Baby mais o ambiente sonoro do tiroteio e explosão e, em alguns momentos na cena, a música se torna extradiegética mesmo estando em segundo plano.

Bibliografia

    BORDWELL, David. Sobre a história do estilo cinematográfico. Campinas (SP): EdUNICAMP, 2013.
    CHION, Michel. A audiovisão: som e imagem no cinema. Lisboa: Texto & Grafia, 2011.
    GUMBRECHT, Hans Ulrich. Atmosfera, ambiência, Stimmung: sobre um potencial oculto da literatura. Rio de Janeiro: Contraponto/PUC-Rio, 2014.
    MÈMETEAU, Richard. Pop culture: réflexions sur les industries du rêve et
    l’invention des identités. Paris: La Découverte, 2014.
    SOARES, Thiago. A estética do videoclipe. Paraíba: EdUFPB, 2013.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br