O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Jean Carlos Pereira da Costa (EHESS)

Minicurrículo

    Mestre em Histoire du Cinéma pela Université Paris 1 – Panthéon-Sorbonne e em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (IH/UFRJ). É graduado em Comunicação Social (ECO/UFRJ), com habilitação em Rádio e TV, com período sanduíche na Universidade do Porto. Atualmente, é doutorando em Histoire et Civilisations na École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS), e também trabalha como editor, sobretudo de documentários, na Yadé Films, em Paris.

Ficha do Trabalho

Título

    Como as imagens vêm ao mundo? Patrimonialização de imagens do Alemão

Seminário

    Cinemas pós-coloniais e periféricos

Resumo

    Esta comunicação analisa a criação do acervo de imagens do CEPEDOCA – Centro de Estudos, Pesquisa, Documentação e Memória do Complexo do Alemão –, no Rio de Janeiro, sob a coordenação da organização não-governamental Raízes em Movimentos. Em produção desde 2016, esse acervo tem como objetivo o recolhimento, a classificação e a circulação de imagens produzidas pelos moradores desse território em um processo de institucionalização da memória iconográfica e audiovisual dos habitantes do Alemão.

Resumo expandido

    Esta comunicação analisa o processo de criação do acervo de imagens do CEPEDOCA – Centro de Estudos, Pesquisa, Documentação e Memória do Complexo do Alemão –, no Rio de Janeiro, sob a coordenação da organização não-governamental Raízes em Movimentos. Em produção desde 2016, esse acervo tem como objetivo o recolhimento, a classificação e a circulação de imagens produzidas pelos moradores desse território em um processo de institucionalização da memória iconográfica e audiovisual dos habitantes do Alemão.

    Segundo o sociólogo Alan Brum, criador do arquivo e habitante do Alemão, o CEPEDOCA visa à “produção de saberes pela criação e pela circulação do patrimônio local, entendido como dispositivo de legitimação da luta e da reivindicação populares pelo direito à memória e ao reconhecimento de uma herança cultural da favela” (RAÍZES DA FAVELA, não paginado). Esse arquivo nasce de uma tentativa dos membros do Raízes em Movimento, com o auxílio dos outros habitantes do Alemão, de criar um contraponto aos estereótipos produzidos e perpetuados pelo imaginário midiático, e até mesmo pelas imagens de arquivos oficiais.

    Quais são, no entanto, as distâncias entre esse projeto de patrimonialização de imagens e seus interlocutores locais? Como elas são recolhidas? Quem as arquiva e como elas são classificadas? A fabricação de um arquivo por si só não é suficiente para garantir o direito à memória do Alemão. “O arquivo é o resultado de uma criação do arquivista, que muda o status de uma imagem de traços perecíveis ao preservá-la” (LINDEPERG; SZCZEPANSKA, 2017). Sem uma estratégia de remontagem, valorização e de circulação, esses documentos vão ao encontro de uma noção utilitarista do passado: classificadas e devidamente arquivadas, mas sem perspectiva de uma sobrevida, essas imagens fazem parte de um passado passado, em que elas estão disponíveis continuamente aos usos de um “presentismo” (HARTOG, 2002) imediato, tirano, vazio e intermitente.

    Podem os arquivos, todavia, tornar-se um laboratório de reconfiguração de nossa experiência com tempo e com a memória? Mais especificamente no caso do CEPEDOCA, interrogamo-nos se as imagens produzidas pelos habitantes das favelas e seu arquivamento não estariam de fato no centro do problema da memória e da dinâmica da patrimonialização nesses territórios. Nesses documentos, revelam-se em nível íntimo os mecanismos sociais que perpetuam a imagem externa das favelas e, no contraste com as imagens institucionais, revela-se a própria violência desses “lugares de memória” (NORA, 1993).

    A partir de uma observação participante e de entrevistas com os fundadores do CEPEDOCA, propomos, portanto, uma reflexão sobre a fabricação desse arquivo – sua história, sua relação com a memória popular e com a herança cultural do território em que se insere –, sobre o percurso das imagens e coleções integradas a ele sob a ótica da patrimonialização, e sobre os processos de criação e circulação a partir do dispositivo de remontagem ou de reemprego dessas imagens em novas experimentações audiovisuais. Pretendemos estimular, dessa forma, um debate sobre as relações entre tempo, memória, patrimônio e imagens de arquivo.

Bibliografia

    BRUM PINHEIRO, Alan ; et al. Complexo do Alemão : uma bibliografia comentada. 1ed. Rio de Janeiro, UFRJ/PROURB, 2017.
    COMAROFF, Jean & John. Theory from the south : or how Euro-America is evolving toward Africa. Boulder (Colorado), Paradigm publishers, 2011.
    HARTOG, François. Régimes d’historicité. Présentisme et expériences du temps. Paris, Seuil, 2003.
    HEINICH, Nathalie. La Fabrique du patrimoine. De la cathédrale à la petite cuillère. Paris, éditions de la Maison des sciences de l’homme, 2009.
    LE GOFF, Jacques. Histoire et Mémoire. Paris, Gallimard, 1988.
    LINDEPERG, Sylvie ; SZCZEPANSKA, Ania. À qui appartiennent les images ? Le paradoxe des archives, entre marchandisation, libre circulation et respect des oeuvres. Éditions de la Maison des sciences de l’homme, 2017.
    NORA, Pierre. Les Lieux de Mémoire. Paris, Gallimard, 1993.
    RODRIGUES, Rute Imanishi (Org.). Vida social e política nas favelas : pesquisas de campo no Complexo do Alemão. Brasília : IPEA, 2016.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br