O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Haroldo Ferreira Lima (USP)

Minicurrículo

    Doutorando no Programa Meios e Processos Audiovisuais e integrante do LabArteMídia, da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo. Mestre em Psicologia Institucional e graduado em Comunicação Social pela Universidade Federal do Espírito Santo. Produtor e agitador cultural.

Ficha do Trabalho

Título

    Em busca da amizade no cinema brasileiro LGBT+

Seminário

    Cinema brasileiro contemporâneo: política, estética, invenção

Resumo

    Através da apresentação de uma pesquisa de doutorado iniciada há pouco, lançamos questões caras ao projeto para tensionar suas linhas centrais. O trabalho toma a amizade enquanto categoria relacional potente para se pensar dissidências sexuais ético-políticas e busca em filmes LGBT+ dos últimos anos intermediadores para se pensar modos de vida por meio de estratégias de cuidado, de sobrevivência e de intensificação de prazeres.

Resumo expandido

    A pesquisa segue pistas deixadas por trabalhos históricos e antropológicos (GREEN: 2000; PERLONGUER: 2018) sobre as experiências LGBT+ no Brasil do século XX, bem como a ideia de amizade como modo de vida (FOUCAULT: 2012), já indicada em algumas produções brasileiras contemporâneas (LOPES: 2016), para tratar das potências estético-políticas da amizade no cinema cuir brasileiro. Abordada enquanto campo relacional rico para a realização e para se pensar as experiências dissidentes no fílmico, tratamos a amizade em suas potencialidades para promover cuidados, estratégias de sobrevivência e de intensificação de prazeres.

    Com a pesquisa buscamos cartografar práticas de realização coletivas como as da Surto e Deslumbramento com a A Seita (André Antônio, 2015) e filmes brasileiros contemporâneos que colocam relações extra-familiares em operação ao tensionar a representação cisgênero, branca e de classe média do homoerotismo masculino, vista a partir da retomada (LACERDA JUNIOR: 2014). Com ela, buscamos traçar um mapa que deixe ver como o cinema tem se colocado em resistência aos regimes de visibilidade da heteronormatividade.

    Buscamos em filmes que colocam a amizade em operação, dessa forma, as afecções, os desejos e os prazeres envolvidos na realização, nas relações encenadas pelos filmes e, inevitavelmente, discutir com o corpo fílmico as estratégias poéticas visionadas neles, seja quando abordam o campo semântico do cuir, seja quando avançam sobre interseções de gênero e raça.

    A pesquisa inicialmente aborda um grupo heterogêneo de realizações ao elencar obras que re-historicizam a formação personagens ou momentos históricos da experiência dissidente como os longas Madame Satã (Karin Ainouz, 2002) e Tatuagem (Hilton Lacerda, 2014). Numa outra via, longas que buscam na afetação e no artifício e encenam famílias de amigos como Inferninho (Guto Parente,  2018) ou relações particulares como Doce Amianto (Uirá dos Reis e Guto Parente, 2013) também nos interessam. Com eles, gostaríamos de vislumbrar as potencialidades de, por um lado, imaginar o passado e, por outro, fabular relações futuras sem fidelizações à demarcações realistas.

    Interessa-nos também filmes como NEGRUM3 (Diego Paulino, 2018). A realização coloca personagens não binárias e lacrativas, mostram as relações extra-familiares e os espaços de sociabilidade prazerosos e de afirmação da experiência diaspórica ao perscrutar a singularização da artificialidade, da precariedade e do afrofuturismo. Com ele questionamos como viver o presente e imaginar o futuro quando as distopias do fim do fundo parecem ter se instaurado há séculos no mundo pós-colonial.

    São imprescindíveis as estratégias de cuidado vistas em curtas como Tea For Two (Julia Katharine, 2018) e Eu Preciso Dizer Que Te Amo (Ariel Nobre, 2018), dirigidos e interpretados por pessoas trans. As realizações lançam olhares novos para a vidas no limiar da precariedade. Tais estratégias de cuidado também podem ser vistas sob outro prisma em Tinta Bruta (Filipe Matzembacher, Marcio Reolon, 2017). O longa nos parece especial por mostrar reações mais frontais à LGBTfobia e deixar pistas sobre um resistir mano a mano e seus impactos.

    Ainda, cabe acompanhar a pequena parcela de filmes de realizadoras lésbicas e as encenações dessas experiências. Dessa safra, destacamos Latifúndio (Érica Sarmet, 2017) filme experimental pós-pornográfico que evidencia os prazeres de uma multiplicidade de corpos e sensorialidades e, numa outra via, o compartilhamento de vivências e o forte exercício de escuta entre as personagens de Quebramar (Cris Lyra, 2019), num arrefecer na praia.

    A partir dessa breve apresentação gostaríamos de lançar um olhar sobre e averiguar como essas relações constituem resistências menores com o cinema brasileiro.

Bibliografia

    FOUCAULT, Michel. Da amizade como modo de vida. Entrevista de Michel Foucault a R. de Ceccatty, J. Danet e J. le Bitoux, publicada no jornal Gai Pied, no 25, abril de 1981, pp. 38-39. Tradução de Wanderson Flor do Nascimento. In: http://bit.ly/1FvN1N7. Acesso em 17/07/2018.
    GREEN, James N. Além do carnaval: a homossexualidade masculina no Brasil do século XX. São Paulo: Unesp, 2000.
    GREEN, James N; QUINALHA, Renan. Ditadura e homossexualidade: represessão, resistência e a busca da verdade. São Paulo: Edufscar, 2014.
    LACERDA JUNIOR, Luiz Francisco Buarque de. Cinema gay brasileiro: políticas de representação e além. Tese (Doutorado em Comunicação) – Universidade de Pernambuco. Recife: 2014.
    LOPES, Denílson. Afetos, relações e encontros com filmes brasileiros contemporâneos. São Paulo: Hucitec, 2016.
    PERLONGHER, Nestor. O negócio do michê: a prostituição viril em São Paulo. São Paulo: Perseu Abramo, 2008.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br