O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Isabella Regina Oliveira Goulart (FIAM-FAAM)

Minicurrículo

    Doutora e Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Meios e Processos Audiovisuais da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), sob orientação do Prof. Dr. Eduardo Morettin. Coordenadora Adjunta dos cursos de graduação em Rádio, TV e Vídeo, Tecnologia da Produção Audiovisual e Tecnologia em Produção Multimídia do FIAM-FAAM Centro Universitário, onde também é professora. Graduada em Comunicação Social, com habilitação em Cinema, pela Universidade Federal Fluminense.

Ficha do Trabalho

Título

    O Brasil e a negociação da latinidade em “Eran trece”

Resumo

    Nas versões em espanhol feitas em Hollywood no início dos anos 30, a latinidade foi representada a partir dos valores hegemônicos da identidade normativa estadunidense. Analisamos como, em Eran trece (David Howard, 1931), a inserção de um número musical interpretado pelo brasileiro Raul Roulien, de diálogos em espanhol e de um elenco de latinos visou uma negociação com os públicos latino-americanos, mantendo a ambientação, os cenários, o roteiro base e os personagens do filme original em inglês.

Resumo expandido

    Entre 1928 e 1933, em meio às dúvidas e incertezas da virada para o cinema falado, Hollywood produziu versões multilíngues que adaptavam o texto em inglês para mercados de língua não-inglesa. A América Latina era o mais importante deles. As versões foram uma forma de “tradução” dos talkies originais (JARVINEN, 2012) e o componente étnico era fundamental. O estudo das versões em espanhol revela um “experimento em latinidade” que reduziu diversos grupos étnico-nacionais a um conjunto raso de características. Naquele momento, a estigmatização dos latinos na tela hollywoodiana não era novidade; todavia, ela era, pela primeira vez, diretamente endereçada às comunidades latino-americanas.
    Ao abordarmos a latinidade construída pelo cinema hollywoodiano como uma imagem da América Latina inventada pelos EUA, pensamos sobre as oposições entre ambos em termos análogos à relação Ocidente-Oriente consagrada por Edward Said. Com isto, não buscamos discorrer ipsis litteris sobre sua teoria, conscientes das especificidades do Orientalismo, das particularidades e diferenças de nosso objeto em relação ao Oriente. Procuramos marcar que, através da análise de um complexo representacional, é possível identificar que a América Latina foi historicamente construída como uma espécie de “alter-território” dos EUA. Em síntese, embora, geograficamente, a América Latina faça parte do Ocidente, o estudo do cinema hollywoodiano nos indica que, pelo olhar do norte, ela foi vista como um território diferente e, como indica João Feres Júnior (2017), percebida como um oposto dos EUA.
    O sistema discursivo do “latinismo” (RAMÍREZ-BERG, 2002), que simplificou a imagem da América Latina e de seus habitantes no cinema hollywoodiano justificando objetivos imperialistas dos EUA no continente, operou nas versões com a inclusão de atores latinos de nacionalidades variadas em ambientes marcadamente hollywoodianos, a tradução literal de roteiros em inglês, a contratação de diretores que não eram latinos e desconheciam o idioma das versões, bem como as culturas nacionais latino-americanas, etc. Além disto, ao mesmo tempo em que as versões empregaram muitos atores latinos, eles foram um ponto de conflito, pois “uma das maiores razões para o sucesso dos filmes de Hollywood com os públicos estrangeiros era a atração das estrelas que tinham se tornado internacionais” (VINCENDEAU, 1999, p. 220).
    A menção às versões em espanhol na imprensa carioca e paulistana (em tom crítico ou publicitário) evidencia que o Brasil fez parte da negociação dos estúdios hollywoodianos com os públicos latino-americanos neste episódio. Na lógica de mercado de Hollywood, recaímos na categoria de países que poderiam aceitar filmes em um segundo idioma: o espanhol. Em 1932, Eran trece (David Howard, 1931), versão em espanhol de Charlie Chan carries on (Hamilton MacFadden, 1931) teve espaço em nossa imprensa devido à participação do carioca Raul Roulien. A partir da discussão proposta acima, nossa comunicação propõe investigar este filme como estudo de caso. Trata-se de uma das poucas versões em espanhol que sobreviveram para análise, embora o filme original em inglês já não exista para comparação. A versão acrescentou um número de dança protagonizado por Roulien e pela porto-riquenha Blanca de Castejón (BAKER, 2010) semelhante aos que Roulien interpretava nos teatros da América do Sul. Eran trece mantém a ambientação, os cenários, o roteiro base e os personagens do filme em inglês, mas insere os diálogos em espanhol, acrescenta o número musical – indicando uma intermidialidade com o palco – e substitui o elenco por atores latinos, com destaque para a atuação de Roulien. A análise fílmica nos permite concluir que, para além dos estereótipos depreciativos de latinos que este tipo de pesquisa costuma identificar, o que se propôs nas versões foi a transplantação do idioma, dos corpos, dos sotaques e de elementos das culturas latinas para ambientes WASP, resultando em uma latinidade “perdida na tradução”.

Bibliografia

    BACKER, Ron. Mystery Movie Series of 1930s Hollywood. Jefferson/Carolina do Norte/Londres: McFarland Press, 2010.

    FERES JÚNIOR, João. “Representando a América Latina por meio da arte pré-colombiana: a semântica estrutural e histórica da alterização”. In: REALIS, v.7, n. 01, Jan-Jun 201, p. 19.

    JARVINEN, Lisa. The Rise of Spanish-Language Filmmaking: Out from Hollywood’s Shadow, 1929-1939. New Jersey: Rutgers University Press, 2012.

    RAMÍREZ BERG, Charles. Latino Images in Film: Stereotypes, Subversion, Resistance. Austin: University of Texas Press, 2002.

    SAID. Edward. Orientalismo. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.

    VINCENDEAU, Ginette. “Hollywood Babel: The coming of sound and the Multiple-Language versions”. In: HIGSON, Andrew e MALTBY, Richard (ed.). “Film Europe” and “Film America – Cinema, commerce and cultural exchange 1920-1939. Exeter (Inglaterra): University of Exeter Press, 1999.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br