O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Carlos Eduardo da Silva Ribeiro (UFRGS)

Minicurrículo

    Doutorando junto ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação (UFRGS) Mestre em Sociologia (UFPEL), tendo desenvolvido dissertação como bolsista CAPES acerca do cinema de Adirley Queirós. Participa do grupo de pesquisa Processos Audiovisuais (PROAv/UFRS). Participou dos grupos “Interseccinalidades” (UFPEL) e “Diferenças, mídia e sociedade” (UFSM). Atuou como professor para cursos de pós-graduação do Grupo Verbo Educacional, em Porto Alegre/RS.

Ficha do Trabalho

Título

    Brasília no longa-metragem “Branco Sai, Preto Fica” de Adirley Queirós

Seminário

    Cinemas pós-coloniais e periféricos

Resumo

    Adirley Queirós é um diretor de cinema da Ceilândia/DF. A presente análise indaga como o seu penúltimo longa-metragem, Branco Sai, Preto Fica (2014), representa Brasília em suas relações com a citada cidade-satélite. Ao lançar mão de elementos documentais articulados com outros de ficção-científica, o filme tematiza os limites epistemológicos e geográficos do projeto modernista que conduziu a construção da Capital Federal, propondo a sua releitura a partir das vozes e experiências de sujeitos física e simbolicamente violentados a partir desse processo segregacionista: os ceilandenses, o “Outro” de Brasília.

Resumo expandido

    A presente pesquisa, apoiada pela Capes, é resultado e desenvolvimento da minha dissertação de mestrado em Sociologia na Universidade Federal de Pelotas, onde analisei a representação da Ceilândia no cinema de Adirley Queirós. A análise aqui proposta se centra na representação de Brasília em Branco Sai, Preto Fica (Adirley Queirós, 2014); cidade que se encontra na narrativa do longa-metragem reiteradamente em uma relação de diferenciação com Ceilândia. A Capital Federal, quase ausente do conjunto de imagens do filme, se faz presente no universo diegético através de múltiplos dispositivos impessoais de controle, bem como dos relatos e experiências dos sujeitos ceilandenses; elementos os quais analisaremos.
    A invasão do baile do Quarentão pela polícia – braço do Estado e, portanto, da vizinha Brasília – e a falta de reparação estatal para essas vítimas figuram no proposto pelo filme como manifestações de um racismo de Estado operante no Brasil pós-redemocratização, desacreditando a explicação da “democracia racial” já desacreditada por Antônio Sérgio Guimarães (2002). Os relatos e experiências dos sujeitos no filme sugerem que o controle policial/estatal, no caso do Distrito Federal, se volta enfaticamente contra aqueles marcados como “outros” a Brasília.
    O discurso oficial durante a construção de Brasília fomentava o “nacionalismo brasileiro”, a modernização, um espaço diferente da então Capital Federal Rio de Janeiro, marcada já na época pela clara segregação social (GOUVÊA, 1998; HOLSTON, 1993). Ironicamente, Ceilândia é fruto de um dos consecutivos processos que removeram população pobre/não-branca do Plano Piloto logo após a construção da nova capital. Esse processo de exclusão territorial se costura na narrativa à referida ação policial, simbolizando a continuidade de uma relação violenta e hierárquica entre as cidades.
    Branco Sai, Preto Fica refere constantemente a Brasília, apresentada como um espaço inacessível tanto à câmera quanto aos personagens. As imagens da Capital são rarefeitas. Para a construção da Ceilândia, lança mão de elementos de ficção-científica que apresentam a cidade-satélite como distópica e sitiada pelo controle estatal – através da “policia do bem estar social”, mecanismo impessoal de controle do centro sobre a periferia -, acentuação paródica que simultaneamente nos afasta da “realidade social” e, por sua ênfase, nos aproxima das subjetividades e experiências dos sujeitos que participam criativamente da obra. Os recursos ficcionais também permitem-lhes reconstruir na narrativa as relações de poder e de diferenciação pelas quais são constituídos.

Bibliografia

    GOUVÊA, L. A capital do controle e da segregação Social. In PAVIANI, Aldo. A conquista da cidade. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1998. (pp. 75-96).
    GUIMARÃES, Antônio Sérgio Alfredo. Classes, Raças e Democracia. São Paulo: Editora 34, 2002.
    HOLSTON, James. A cidade modernista: uma crítica de Brasília e sua utopia. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.
    SINHORETTO, Jacqueline; et al. A filtragem racial na seleção policial de suspeitos: segurança pública e relações raciais. In: LIMA, Cristiane Pereira; BAPTISTA, Gustavo Camilo; FIGUEIREDO, Isabel Seixas. Segurança pública e direitos humanos: temas transversais. Brasília: Ministério da Justiça, Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP), 2014. (pp. 121-160).

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br