O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Ana Ângela Farias Gomes (UFS)

Minicurrículo

    Graduada em Comunicação (UFC), mestre em Sociologia (UFC), doutora em Comunicação (Unisinos), professora do Curso de Cinema e Audiovisual (UFS) e do Mestrado Interdisciplinar em Cinema (UFS). Leciona e pesquisa sobre cinema, narrativas, urbano e processos de criação. Coordena o Laboratório de Pesquisa e Produção em Audiovisual (LAPPA/UFS) e o projeto de extensão NICE – Núcleo Interdisciplinar de Cinema e Educação. anaangelaufs@gmail.com

Ficha do Trabalho

Título

    Movimento criador e roteiro – relatos cartográficos

Resumo

    Este trabalho faz parte de uma pesquisa que vem construindo uma cartografia sobre os processos de criação de roteiristas latinos em atuação. Busca-se compreender como se dá nos dias de hoje o movimento criador, tal qual proposto por Salles (1998), de modo a levantar os rastros criativos inscritos por estes artistas, em diálogo sobre produção de subjetividade e dinâmicas territoriais (Deleuze e Guattari, 1995 e Guattari, 2012).

Resumo expandido

    A crítica genética, na qual se baseia Salles em suas pesquisas sobre o processo criativo, foi criada, a princípio, para a investigação no âmbito da literatura. A pesquisadora, entretanto, rompe essa barreira para além da figura do escritor e propõe uma trajetória metodológica capaz de se debruçar pela construção da obra de arte do cineasta, do roteirista, do artista plástico, do performer, entre outros. “Lida-se, assim, com índices de materialidades diversas: rascunhos, roteiros, esboços, plantas, maquetes, copiões, ensaios, storyboards e cadernos de artistas” (SALLES, 1998, p. 15). Esse conjunto representa os documentos de processo, “retratos temporais de uma gênese”, “vestígios vistos como testemunho material de uma criação em processo” (SALLES, 1998, p. 15).

    Entrevistas, depoimentos e ensaios reflexivos são considerados também documentos de processo, pois oferecem dados importantes. A despeito do caráter retrospectivo, que os coloca fora da “cena” da criação, têm relevância na pesquisa. No caso da investigação proposta aqui, trabalharemos com depoimentos de roteiristas brasileiros registrados em livros (o mais conhecido deles é Palavra de roteirista, de Lucas Paraizo), em filme (documentário Roteiristas, também de Paraizo) e uma série de depoimentos registrados na plataforma Youtube, com destaque para a série Story touch, produzida pela O2 Filmes.

    No contexto do cinema, o processo criador do diretor tem até um modo de registro bastante conhecido, e que por vezes torna-se também produto artístico, que é o making off. Já o processo do roteirista não ganha muito destaque, salvo em discussões nos diversos manuais de roteiro, entre outros lugares de registro muito pontuais e direcionados ao público roteirista mesmo.

    Em se tratando desta pesquisa, é descobrir a tessitura que faz emergir um roteiro – daí o foco no processo. Entendendo aqui, como bem pontua Salles (1998), que a materialidade final da obra (no caso aqui, a versão final/último tratamento do roteiro literário) também faz parte do movimento criador. Diante disso, compreender que o material final também é processo. Além do mais, nenhuma obra de arte está “finalizada”, está sempre aberta a ressignificações, o que evoca também a noção cartográfica proposta por Deleuze e Guattari (1995).

    A cartografia pode ser entendida como um trilhar metodológico que visa a construir um mapa (nunca acabado) do objeto de estudo, a partir do olhar atento e das percepções e observações do pesquisador, que são únicas e particulares, que serão cruzadas com a memória do investigador. O primeiro passo é adentrar nas tramas do objeto. Todavia, as entradas e as saídas são múltiplas. (…) No percurso, é possível perceber e registrar movimentos, verificar amplitudes, tensões, desvios, sem deixar escapar os elementos minoritários. (ROSÁRIO, 2008 p. 212)

    No caso do roteiro, em específico, esse mapa aberto talvez seja mais forte do que na maioria das manifestações artísticas, tendo em vista que se trata de uma escrita necessária à produção de outro objeto artístico que é o filme. Trata-se, pois, na sua gênese, de uma obra aberta. Segundo Xavier, “o roteiro é estrutura que se afirma como um entre-lugar (…), ainda um filme em palavras, porém com a presença de referências técnicas específicas ao cinema a sinalizar o transporte e a reconfiguração próprios ao movimento transversal” (XAVIER, 2016, p. 14).

Bibliografia

    DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil platôs – capitalismo e esquizofrenia – Volume 1. Rio de Janeiro: Editora 34, 1995.
    _____________________________. Mil platôs – capitalismo e esquizofrenia – Volume 4. Rio de Janeiro: Editora 34, 1997.
    GUATTARI, Félix. Caosmose – um novo paradigma estético. São Paulo: Editora 34, 2012.
    PARAIZO, Lucas. Palavra de roteirista. São Paulo: SENAC, 2015.
    ROSÁRIO, Nísia Martins. Mitos e cartografias: novos olhares metodológicos na comunicação. In: MALDONADO, A.o E.; BONIN, Jiani; ROSÁRIO, Nísia M. (Org.). Perspectivas metodológicas em comunicação: desafios na prática investigativa. João Pessoa: Editora Universitária UFPB, 2008.
    SALLES, Cecília A. O gesto inacabado – processo de criação artística. São Paulo: FAPESP/Annablume, 1998.
    XAVIER, Ismail. O discurso cinematográfico. São Paulo: Paz e Terra, 1984.
    ____________ Prefácio. In: GONÇALO, Pablo. O cinema como refúgio da escrita – roteiro e paisagens em Peter Handke e Win Wenders. São Paulo: Annablume, 2016.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br