O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Gabriel Filgueira Marinho (ESPM)

Minicurrículo

    Cineasta formado pela UnB e Mestre em História pela UFF, dirigiu filmes e séries documentais, entre eles “O Prólogo” (2014) – exibido e premiado em mais de 20 festivais. Também atuou como assistente de direção e pesquisador de imagens arquivos para cinema e televisão. Trabalhou por 6 anos na TV ESCOLA como produtor no desenvolvimento de séries. Atualmente é professor do curso de graduação de cinema da ESPM, onde leciona nas áreas de televisão, documentário e representatividade no audiovisual.

Ficha do Trabalho

Título

    Memória e nostalgia nas imagens de arquivo de Raoul Peck

Seminário

    Cinema Negro africano e diaspórico – Narrativas e representações

Resumo

    O cineasta haitiano Raoul Peek marcou sua trajetória em um constante trânsito entre documentário e ficção. Em mais de trinta anos de carreira, suas histórias trazem temas como racismo, imigração, consciência de classe, memória e identidade. Neste trabalho analisaremos como o uso estético e narrativo das imagens de arquivo em duas de suas, “Lumumba: a morte de um profeta” (França, 1990) e “Eu não sou seu negro” (EUA, 2018), contribuiu para essa agenda política de Peek.

Resumo expandido

    Embora o termo “cinema de arquivo” transite sem cerimônias entre cineastas de diferentes gerações, seus limites não são exatamente precisos. Seria esse um cinema que trata majoritariamente sobre o passado? Um cinema feito a partir de fragmentos audiovisuais realizados por outros autores? Seriam sempre documentários? Ou um cinema-montagem onde o diretor articula ressignificação de planos? Embora flerte de forma afirmativa com essas questões, pesquisadores como Jay Leyda e Jaime Baron fizeram esforços consistentes em encontrar definições mais precisas e apontam para um campo mais amplo de possibilidades estéticas e narrativas. Enquanto Leyda se dedica a estudar a importância (ou desimportância) da genealogia da imagem para produção desse cinema, Baron dedica seus esforços na recepção dessas narrativas pela audiência, um fenômeno que chamou de efeito arquivo. Essas duas abordagens foram fundamentais para começarmos a compreender como o cineasta haitiano Raoul Peck mergulhou de forma tão particular no universo do cinema arquivo.
    Nascido no início da década de 1950 em Porto Príncipe, Raoul Peck atravessou o oceano atlântico logo nos primeiros anos de vida junto com sua família para fugir do regime de François Duvalier, Papa Doc (1957 – 1971). Foram vinte anos na República do Congo e outros anos nos EUA, França e Alemanha. Foi nesse último que se decidiu pela formação em cinema e abriu sua produtora. Realizador ativo desde meados da década de 1980, sua filmografia possui dezenas de títulos, entre ficção e documentários, quase sempre orbitando nos temas racismo, imigração, consciência de classe, memória e identidade.
    Se os temas escolhidos por Peck são reflexos de uma trajetória pessoal e política, a escolha de imagens de arquivo como principal ferramenta de linguagem parece ter um custo alto. Nesse caso, é possível projetar a idéia de Carolyn Steedman para a problemática das ausências nos arquivos também para a cultura audiovisual. A baixa frequência de registros de imagens e sons com protagonismo negro sugere o apagamento dessa memória. A depender do tema, podemos falar não de baixa frequência mas sim de inexistência. Sem fazer parte da pauta de veículos de comunicação ou de cineastas que gozavam de recursos e capital simbólico, o passado da experiência negra positiva e protagonista não tem nos arquivos e acervos de imagens seu melhor meio para perpetuação.
    Então, por que Raoul Peck apostou nessa linguagem? Além de inclinações estéticas, sua insistência por esse recurso parece ter um caráter político. Afinal, ele já reconheceu em mais de uma ocasião o papel central da conservação dos registros audiovisuais para a construção da memória. No entanto, diante desse apagamento, o cineasta haitiano precisou explorar os limites da definição de cinema arquivo para articular e ressignificar os poucos registros encontrados. Essas estratégias de linguagem de Peck, a relação entre pesquisa e conteúdo e a política de acervos são os temas deste trabalho.
    Para isso, escolhemos dois de seus documentários como objeto de estudo. “Lumumba: a morte de um profeta” (França, 1990) faz parte de uma segunda fase de sua cinematografia – quando passa a realizar filmes fora da Alemanha. Trabalhando sobretudo com seu acervo familiar e pessoal, ele conta a história do ativista político congolês Patrice Lumumba, um dos líderes da independência do Congo e brevemente primeiro ministro do país. Vinte e seis anos depois, Peck revisita os arquivos para realizar outro documentário, “Eu não sou seu negro” (EUA 2016). Com um olhar menos memorialista e mais nostálgico, o cineasta haitiano apresenta o pensamento político-ideológico de suas três maiores referências teóricas para compreensão da cultura da diáspora negra: Medgar Evers, Malcon X e Martin Luther King.
    A importância desse estudo de linguagem e pesquisa nas obras de Raoul Peck se dá por sugerir possibilidades narrativas que respondam as ausências e subrepresentações negras nos arquivos de imagem.

Bibliografia

    LEYDA, Jay. Films beget films: a study of the compilation films. Editora Hill & Wang. Nova York. 1971

    BOYM, Svetlana. The Future of nostalgia. Nova York: Basic Books, 2001.

    BARON, Jaimie. The archive effect: found footage and the audiovisual experience of History. London: Routledge, 2014

    LE GOFF, Jacques. História e Memória. Campinas: Editora Unicamp. 2005

    BERNARDET, Jean-Claude. A migração das imagens. In TEIXEIRA, Francisco Elinaldo (org).
    “Documentário no Brasil: tradição e transformação”. São Paulo: Summus Editorial. 2004.

    STEEDMAN, Carolyn. Dust: the archive and cultural history. New Brunswick: Rutgers
    University Press. 2002.

    BAMBA, M. MELEIRO, A. (orgs.). Filmes das África e da diáspora. Objetos de Discursos. Salvador: EdUFBA, 2012

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br