O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Natasha Roberta dos Santos Rodrigues (Unicamp)

Minicurrículo

    Formada em Comunicação Social – Midialogia, pela Unicamp. Atualmente é pesquisadora de Mestrado no Departamento de Multimeios da Unicamp. Em 2017 estudou na Universidade de Potsdam, Alemanha, e escreveu e dirigiu o curta-metragem documentário Cabeças Falantes. Em 2018 trabalhou como Assistente de Direção no curta-metragem de ficção Sample (de Ana Julia Travia). Em 2018 publicou o artigo Kbela: Alma no olho da mulher negra na primeira edição da Revista Akeko.

Ficha do Trabalho

Título

    Que “negro” é esse no Cinema Negro brasileiro?

Seminário

    Cinema Negro africano e diaspórico – Narrativas e representações

Resumo

    Com esta proposta pretende-se analisar os curtas-metragens Deus (2017, SP) e Liberdade (2018, SP), ambos de Vinícius Silva. A partir da análise fílmica dessas obras, intui-se observar seus elementos narrativos e as construções simbólicas construídas. Tendo em vista a discussão sobre o papel do cinema na constituição de identidades, busca-se compreender as proposições e reformulações das identidades negras que esses filmes apresentam.

Resumo expandido

    A questão da identidade é um tema constante no cinema brasileiro. No intervalo democrático de 1946 e 1964 o Brasil experimentou iniciativas de impulso à produção cinematográfica; as obras realizadas nesse período acabaram por “construir discursos fílmicos sobre a questão nacional e retratos cinematográficos da nação” (GONÇALVES, 2011, p. 154). De fato, o cinema brasileiro sempre se atentou à questão da identidade nacional, cuja representação alterava-se de acordo com o contexto político e social.
    A identidade nacional, entretanto, se provou uma ficção. Stuart Hall afirma que “a identidade plenamente unificada, completa segura, e coerente é uma fantasia” (2006, p. 13). Isto posto, percebe-se que as diversidades são parcialmente representadas pelas narrativas que reforçam a identidade nacional. Dessa forma, a representação negra esteve expressa pelo cinema brasileiro, na maior parte dos casos, na ausência de sua multiplicidade de memórias e na consequente falta de representatividade.
    Em complemento ao pensamento de Hall, Franz Fanon relembra que: “a experiência negra é ambígua, pois não há um preto, há pretos.” (2008, p. 123) e para revelar essa pluralidade, pessoas negras, em especial jovens, se apropriaram do audiovisual como meio narrativo de representação e, principalmente, de fabulação. Esses jovens não apenas se empossaram da ferramenta narrativa que é o cinema, como desenvolveram redes de produção e circulação entre si; e é esta mobilização política em torno da produção audiovisual que recebe o nome de Cinema Negro.
    Com o olhar mais amplo e aprofundado sobre as realizações incorporadas à categoria de Cinema Negro, os estudos recentes neste campo caminham no sentido da análise dessas produções e do reconhecimento da práxis cinematográfica para representar a identidade negra. Heitor Augusto atesta que há um desejo genuíno de muitos cineastas negros por “experimentação formal” na prática cinematográfica (AUGUSTO, 2018). Esses realizadores têm encontrado na investigação da linguagem realocações narrativas para fabular a experiência dos negros no Brasil.
    Em resposta ao discurso identitário, que aciona a concretude dos fatos históricos para reafirmar a existência do racismo estrutural, a experiência do cinema se direciona à elaboração fabular, isto é, o lugar da imaginação, da criação e, principalmente, do preenchimento das lacunas representativas. O exercício da fabulação retira, segundo Laan M. de Barros e Kênia Freitas, a responsabilidade de um discurso narrativo representacional, ao contrário, compreende que o processo de representação necessita ser fraturado, a fim amalgamar seus aspectos políticos e artísticos (BARROS; FREITAS, 2018).
    Ao mesmo tempo, é importante observar que o conceito Negro já não mais remete à condição genética de origem africana; a lógica da globalização atual concede um caráter mais amplo de compreensão do que é ser negro (MBEMBE, 2014). Faz-se cabível, portanto, o exercício da fabulação nos meios narrativos e, consequentemente, sua experimentação, quando se compreende o cinema como um espelho para o “devir-negro”. É no sentido de ampliar o entendimento do que é ser negro no Brasil que o Cinema Negro aponta.
    À vista do que se discorreu até o momento, vê-se a necessidade de refletir sobre as formas narrativas dessas produções e sua relação com a reelaboração do conceito de identidade negra. A partir do reconhecimento da experimentação formal indicado por Heitor Augusto, toma-se como objeto de análise os filmes híbridos Deus (2017, SP) e Liberdade (2018, SP), ambos de Vinícius Silva. Que elementos simbólicos esses filmes mobilizam? O que concebem por identidade negra e que aspectos de sua narrativa corroboram para a fabulação dessa identidade? De quais recursos audiovisuais esses filmes fazem uso para construir tais fabulações? Estas são algumas questões que demandam a análise fílmica dessas obras, tendo em vista seu contexto de produção e circulação.

Bibliografia

    AUGUSTO, Heitor. “Passado, presente e futuro: cinema, cinema negro e curta-metragem”. In: SIQUEIRA, Ana [et al]. Festival Internacional de curtas de Belo Horizonte (catálogo). Belo Horizonte: Fundação Clóvis Salgado, 2018.
    BARROS, L. M.; FREITAS, K. Experiência estética, alteridade e fabulação no cinema negro. Revista Eco Pós, v. 21, n. 3. 2018.
    FANON, F. Pele negra, máscaras brancas. Bahia: Editora Edufba, 2008.
    GONÇALVES, M. 1946 / 1964: O Cinema de um País Irreconhecivelmente Inteligente. In:________. Cinema e identidade nacional no Brasil 1898-1969. São Paulo: LTCE Editora, 2009.
    HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade. 11 ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.
    ________. Que “negro” é esse na cultura popular negra?. In:_______; SOVIK, Liv (Org.). Da diáspora: identidades e mediações culturais. 1. ed. atual. Belo Horizonte: Ed. da UFMG, 2009.
    MBEMBE, A. Crítica da Razão Negra. Lisboa: Editora Antígona, 2014.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br