
O XXII Encontro da SOCINE aconteceu de 23 a 26 de outubro de 2018 na Universidade Federal de Goiás, em Goiânia.
O XXII Encontro da SOCINE aconteceu de 23 a 26 de outubro de 2018 na Universidade Federal de Goiás, em Goiânia.
O XXI Encontro da SOCINE aconteceu de 17 a 20 de outubro de 2017 e foi sediado na Universidade Federal da Paraíba, em João Pessoa, PB.
No ano de 2016, quando a SOCINE comemorou 20 anos, o Encontro foi sediado pela UTP- Universidade Tuiuti do Paraná, no Campus Barigui em Curitiba, PR. O tema do evento foi Convergências do | no Cinema.
O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.
A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.
Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.
Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.
Proponente
Minicurrículo
Coautor
Título
Seminário
Resumo
Resumo expandido
Esse é o prólogo de Natureza morta (2005), de Susana de Sousa Dias, cujas imagens foram todas produzidas no período Salazarista, também conhecido como regime político do “Estado Novo” em Portugal (1933-1974). Apesar de ser um filme discutido e visitado no campo do cinema de arquivo, pouco se disse sobre esse início tão revelador da dinâmica do filme: o gesto que não se completa. A mão que se abre pode tanto acolher o macaco como abatê-lo. Há a insinuação do gesto que parece brotar na tela para formar uma esfinge, insinuando a brutal ambivalência das imagens produzidas pelo regime ditatorial de Antonio Salazar e igualmente das imagens retomadas.
A desaceleração do movimento, produzida na mesa de montagem, decompõe e mecaniza cada ser vivo num frame-a-frame – nos desfiles, nas colônias portuguesas da África, nas multidões urbanas que saúdam o ditador. Homens, mulheres, crianças e animais tornados autômatos, mas ainda assim animados para fins de exame, de diagnóstico e, no limite, de abstração. Ao cortar o continuum do movimento dos seres antes mesmo de sua completude, Dias retira dele suas motivações e finalidades, de modo a formular uma expropriação do gesto: o primata que se aproxima da mão, no prólogo; o fade in incompleto da bandeira portuguesa que logo volta à escuridão da tela; a mão de uma autoridade católica que se aproxima da cabeça de uma criança. Para Dias, o estranhamento provocado por essas incertezas visuais ressaltariam “pontos de doença” nas imagens, elementos sintomáticos que avisam sobre algo de invisível que habita aquilo que assistimos (SOUSA DIAS, 2012). No filme, ultrapassar a dimensão meramente expressiva ou convencional do gesto é aproximar o espectador de sua dimensão sintomática ou, nos termos de Walter Benjamin, do “inconsciente ótico” do material retomado (1985, p.94). Material que, se reproduzido em sua velocidade nativa, tomaria apenas 12 minutos, ganha, no filme, uns 70 minutos.
Por que, junto a todas as indefinições operadas no material, se busca um gesto (da mão, do macaco) que não se completa? O que isso nos conta sobre a imagem em movimento decomposta, mecanizada, alongada no tempo, quase abstraída de suas configurações? Neste estudo pretendemos expandir a noção das “camadas de ausência” (FRANÇA e ANDUEZA, 2018), que habitam o cinema de arquivo (imagens desaparecidas, falta de informações históricas, invisibilizações feitas pela própria imagem), para abordar uma mise-en-scène de arquivo fundada na expropriação do gesto.
Assim, a ausência é entendida como elemento que não para de se modificar, que multiplica os sentidos e os tempos de uma imagem e que tem algo a dizer. A interrupção do gesto produz, nesse sentido, um gesto ausente, motivo visual reiterado e elementar à fantasmagoria de Natureza morta. Como propõe Jean Epstein, “na tela, a qualidade essencial do gesto é não terminar” (1974, p.66). A abstração que marca o gesto ausente é exatamente o que o torna muitos de uma só vez, multiplicando a forma de se experimentar os arquivos e os modos de pensar a memória e a cultura audiovisual.
Bibliografia
DIAS, Susana de Sousa. Corpos estranhos ou (des)igualdades inscritas na película. 2012. Disponível em: . Acessado em: 10/04/2019.
DIDI-HUBERMAN, Georges. A imagem sobrevivente. Rio de Janeiro: Contraponto, 2013.
DOANE, Mary Anne. The Emergence of Cinematic Time. Cambridge: Harvard University Press, 2002.
EPSTEIN, Jean. Écrits sur le cinéma: tome 1. Paris: Éditions Seghers, 1974.
FRANÇA, Andréa e ANDUEZA, Nicholas. “Camadas de ausência e a produção de sentido através do cinema de arquivo”. Revista do Arquivo n.6, abril de 2018.
POIVERT, Michel. L’Événement comme expérience: les images comme acteurs de l’histoire. Paris: Hazan, Jeu de Paume, 2007.
VASCONCELLOS, Lisa Carvalho. Sobre Arquivos e fantasmas. Olho d’água, São José do Rio Preto, n.6, v.2, jul. – dez. 2014, pp. 71-77.
O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.
Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.
A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.
A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.
Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia
Diretoria SOCINE
Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.
Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.
Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.
Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.
Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.
Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.
Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br