O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Alexandre Camargo Scarpelli (UFSCar)

Minicurrículo

    Alexandre Scarpelli é graduado em Audiovisual pela ECA-USP e mestrando do Programa de Pós-graduação em Imagem e Som da UFSCar (PPGIS). Sob orientação da Professora Dra. Suzana Reck Miranda, desenvolve pesquisa de mestrado sobre o som e a música em filmes brasileiros de ficção científica. Músico graduado pelo Conservatório Musical Souza Lima, atuou como compositor musical e como editor de som em curtas e longas documentários e de ficção.

Ficha do Trabalho

Título

    Bomba de som e música: o discurso distópico de Branco Sai, Preto Fica

Seminário

    Estilo e som no audiovisual

Resumo

    Este trabalho pretende observar qual é o papel do som e da música na construção do discurso fílmico de Branco Sai, Preto Fica (2014, Adirley Queirós) especificamente naquilo que o configura como narrativa de ficção científica – em termos gerais, quanto à essência do gênero – avaliando, ao mesmo tempo, de que forma som e música cristalizam elementos particulares da mitologia brasileira de ficção científica.

Resumo expandido

    O filme Branco Sai, Preto Fica (2014), de Adirley Queirós, constrói o cenário da cidade de Brasília em um futuro próximo, indefinido, distópico e violento. Apesar do hibridismo com a linguagem documental, pode ser entendido como uma obra de ficção científica brasileira.
    Nesse sentido, nota-se um importante papel do som e da música no desenvolvimento do caráter extrapolativo da estória: uma das motivações principais dos personagens do enredo é explodir o Palácio do Planalto com uma bomba de som e música, construída com sucata tecnológica e composta de paisagens sonoras e músicas da região da Ceilândia, populares e socialmente marginalizadas. Percebe-se, também, a confecção de sons para diversos elementos tecnológicos do filme – precários, em consonância com a estética de distopia “terceiro-mundista” – e a “polícia do bem-estar social”, autoridade policial cuja presença se dá exclusivamente na banda sonora; apenas para citar alguns exemplos de elementos sonoros e musicais que compõem o filme.
    No entanto, trata-se de uma narrativa de ficção científica não apenas (propositalmente) distante das convenções norte-americanas, mas, imbuída de questões estéticas e sociais pertinentes à realidade brasileira. Avaliar essa obra nos mesmos paradigmas pelos quais são observados filmes canônicos da ficção científica internacional pode acentuar ainda mais a desvalorização da ficção científica brasileira perante obras consideradas “modelares” do gênero. São necessárias outras perspectivas quanto às funções do som e da música em um filme de ficção científica.
    Sendo assim, este trabalho pretende observar o papel do som e da música na construção do discurso fílmico de Branco Sai, Preto Fica, especificamente naquilo que o configura como narrativa de ficção científica, mas, ao mesmo tempo, pautando-se por especificidades da ficção científica brasileira.
    Primeiramente, faz-se oportuna a utilização de teorias da ficção científica, adaptáveis a diferentes mídias e diversos contextos culturais e que buscam encontrar no discurso a essência definidora do gênero. Os elementos ausentes que estimulam a imaginação especulativa (ANGENOT, 1979), a composição do fator de estranhamento cognitivo e suas potencialidades críticas (SUVIN, 1972) e a abertura a uma grande variedade de formas podem ser alcançadas lançando mão de teorias próprias da investigação acerca do gênero. Ao considerar som e música como elementos constituintes do discurso fílmico, pode-se compreender melhor seu papel na composição dessa essência discursiva do gênero.
    Mais especificamente, pretende-se avaliar o trabalho de som e música do filme com foco nos aspectos mais pertinentes à ficção científica brasileira, sua mitologia, seus temas e ícones específicos. Mary Elizabeth Ginway, em seu livro Ficção Científica Brasileira, investiga obras literárias de várias fases do gênero entre 1960 e 2000 sob uma perspectiva que considera esses textos como parte de um discurso maior sobre nacionalidade e mitos culturais (GINWAY, 2005). Apesar de estudar majoritariamente obras literárias, Ginway entende seus objetos de maneira ampla, como artefatos culturais, realizando um mapeamento que serve de suporte a este trabalho.
    Pretende-se demonstrar, portanto, que o desenho de som e as estratégias musicais de um filme brasileiro de ficção científica – mesmo afastando-se das convenções sonoras de sua contraparte anglo-americana – continuam em harmonia com aspectos essenciais do discurso narrativo que caracteriza o gênero, ao mesmo tempo em que cristalizam elementos particulares da mitologia brasileira de ficção científica.
    Esta pesquisa aponta para uma análise sonora que escape da busca pela iconografia e estratégias formais da tradição anglo-americana de filmes do gênero, procurando observações mais adequadas a cinematografias de ficção científica externas à hollywood, como a europeia, a latino-americana de maneira geral e, especificamente no recorte deste trabalho, o cinema brasileiro de ficção científica.

Bibliografia

    ANGENOT, M. The Absent Paradigm: An Introduction to the Semiotics of Science Fiction (Le Paradigme absent, éléments d’une sémiotique de la SF). Science Fiction Studies (1979) Volume: 6, Issue: 1, Pages: 9-19
    CHION M. Audio-Vision: Sound on Screen. Columbia University Press, 1994
    GINWAY, M. Elizabeth. Ficção Científica Brasileira: Mitos culturais e nacionalidade no país do futuro. São Paulo: Devir, 2005
    GORBMAN, C. Unheard Melodies: Narrative Film Music. Indiana University Press, 1987
    SUPPIA, A. “Acesso negado: circuit bending, borderlands science fiction e lo-fi sci-fi em Branco Sai, Preto Fica” Famecos, Porto Alegre, v. 4, n.1, janeiro, fevereiro, março e abril de 2017
    _______. Atmosfera Rarefeita: A ficção científica no cinema brasileiro. São Paulo: Devir, 2013
    SUVIN, D. On the Poetics of the Science Fiction Genre. College English, Vol. 34, No. 3 (Dec. 1972), pp. 372-382
    WHITTINGTON, W. Sound Design and Science Fiction. University of Texas Press, 2007

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br