O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Míriam Silvestre (UnB)

Minicurrículo

    Doutoranda em História (na área de Ideias, Historiografia e Teoria) pela Universidade de Brasília (UnB) com pesquisa sobre comédias históricas no cinema brasileiro. Mestre em História Social e das Ideias também pela UnB com dissertação sobre a representação do homem caipira nos filmes de Amácio Mazzaropi. Especialista em História e Cultura Afro-Brasileira e Africana pela UFG. Professora de História e de Sociologia da Secretaria de Estado e Educação do Distrito Federal.

Ficha do Trabalho

Título

    Ladrões de cinema (1977) e a carnavalização do filme histórico.

Resumo

    Proponho a discussão sobre o que caracteriza o gênero do filme histórico e de que maneira se configura todo um ideário a respeito deste conceito através do filme Ladrões de cinema (1977), produção brasileira dirigida por Fernando Coni Campos (1933-1988). O filme ultrapassa a mistura de discussões sobre metalinguagem no cinema, abordando elementos como a divulgação da história para além do texto acadêmico, presente em outros campos (como nos sambas-enredo, por exemplo).

Resumo expandido

    O que caracteriza o gênero do filme histórico e de que maneira se configura todo um ideário a respeito deste conceito através do filme “Ladrões de cinema” (1977), produção brasileira dirigida por Fernando Coni Campos (1933-1988). Na trama, um grupo de moradores do morro Pavãozinho roubam os instrumentos de filmagem de uma equipe de produção norte-americana que realizava imagens do carnaval carioca. De posse dos equipamentos, todo o grupo (com exceção de Silvério, que precisa pagar suas dívidas e queria a venda do maquinário) decide filmar os acontecimentos referentes à Inconfidência Mineira. Bastante elogiado já à época de sua estreia, o filme ultrapassa a mistura de discussões sobre metalinguagem no cinema, abordando elementos como a divulgação da história para além do texto acadêmico, presente em outros campos (como nos sambas-enredo, por exemplo). A própria escolha de Tiradentes e os inconfidentes como tema de filme a ser realizado pelo grupo nos fornece diversos elementos sobre que tipo de cinema se almejava, o que serviria de aclamação, de reconhecimento, além de toda a discussão sobre o que configura uma produção que se encaixe no gênero histórico ou o que era à época (fim dos anos de 1970) a produção nacional. O que é motivo de riso, motivo para a sátira? Sobre quem se quer rir? Esta premiada comédia da década de 1970, em plena ditadura militar oferece ricos caminhos de análise para pensar não apenas sua época de produção, mas o gênero histórico na cinematografia brasileira e a representação do passado pelo uso da alegoria perpassada pela carnavalização. Por atuar no plano coletivo, o riso, segundo Henri bergson, seria uma representação das imagens de um grupo, tendo uma significação social e correspondendo às exigências da vida comum. Desta forma, o que Bergson propôs foi uma análise da comicidade no seio de seu próprio ambiente, que seria a sociedade. Nas diferentes maneiras que evocam o riso estariam presentes disfarces da sociedade e, inclusive, da natureza. Diversas formas de expressão cultural, dentre as quais ressaltam-se a caricatura, a literatura, o cinema e o teatro contribuíram para afirmar e identificar o tema e a figura aqui propostos. Contudo, no nosso entendimento, reconhece-se aqui que o cinema propiciou uma maior propagação de imagens facilmente reconhecíveis pelo mundo. De acordo com Marc Ferro, o cinema desde sua origem teria passado a intervir na história quando em seu discurso, fosse pelo documentário ou filme de ficção, estiveram presentes representações, doutrinas ou mesmo propaganda através do uso da imagem . Associando-se a comicidade ao cinema podem ser construídas as mais diversas representações. Retomando as considerações sobre o filme de Coni, de que maneira se articulam essas considerações? De que maneira é possível pensar esta fita além do caráter metafílmico? A forma como foi estruturada a narrativa sobre Tiradentes nos aponta para as condições de produção no Brasil e a importância da produção de cunho histórico. A década de 1970 da produção nacional foi alimentada não somente por títulos estrelados por Amácio Mazzaropi, os Trapalhões ou pornochanchadas. O gênero histórico (do tradicional ao alegórico) marcou sua presença. Desde obras como “Independência ou Morte” (1972, de Carlos Coimbra) a “Xica da Silva” (1976, de Carlos Diegues) até “Os inconfidentes” (1972, de Joaquim Pedro de Andrade), para mencionar apenas alguns títulos. Marc Ferro, nos seus estudos relacionando cinema e história, ressaltou a importância dos filmes como fontes históricas, apesar destas fontes poucas vezes “fazerem parte do universo do historiador” . A partir do estudo das imagens cinematográficas, considerando-as como documentos históricos, pensar uma época e as representações produzidas no período. As representações do mundo social são múltiplas e concorrentes: operando através de categorias de delimitação e classificação, elas organizam formas de apreensão e compreensão da realidade.

Bibliografia

    AUMONT, J. (org.). A estética do filme. Campinas: Papirus, 1995.
    BERGSON, H. O Riso. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
    BURGOYNE, R. The Hollywood historical film. New York: Blackwell Publishing, 2008.
    DENNISON, S.; SHAW, L. Popular cinema in Brazil. Manchester: Manchester University Press, 2004.
    FERRO, M. Cinema e história. São Paulo: Paz e Terra, 1992.
    METZ, C. Linguagem e cinema. São Paulo: Perspectiva, 1980.
    _______. A significação no cinema. São Paulo: Perspectiva, 2ª edição, 1977.
    RAMOS, F.; SCHVARZMAN, S. (orgs.). Nova história do cinema brasileiro. 2 volumes. São Paulo: SESC, 2018.
    ROSENSTONE, R. A. A história nos filmes, os filmes na história. São Paulo: Paz e Terra, 2010.
    SALMI, H.(ed.). Historical comedy on screen. Chicago: Intellect,2011.
    STAM, R. Multiculturalismo tropical. São Paulo: Edusp, 2008.
    STUBBS, J. Historical film: a critical introduction. New York: Bloomsbury, 2013.
    XAVIER, I. Alegoria do subdesenvolvimento. São Paulo: Cosac & Naify, 2012.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br