O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Mateus Araujo Silva (ECA-USP)

Minicurrículo

    Mateus Araújo é doutor em filosofia (Sorbonne e UFMG), professor de teoria e história do cinema na ECA-USP. Organizou os volumes coletivos Glauber Rocha / Nelson Rodrigues (2005), Jean Rouch 2009: Retrospectivas e Colóquios no Brasil (2010), Straub-Huillet (2012), Charles Chaplin (2012), Jacques Rivette (2013), Godard inteiro ou o mundo em pedaços (2015) e O Cinema interior de Philippe Garrel (2018). Traduziu Glauber na França (Le Siècle du Cinéma, 2006) e vários autores franceses no Brasil.

Ficha do Trabalho

Título

    O diálogo com Glauber Rocha em Viagem a Niklashausen, de Fassbinder

Seminário

    Cinema comparado

Resumo

    Apesar de pouco atento ao universo dos países e das cinematografias latinoamericanos, Fassbinder dirigiu em 1970 um filme, Viagem a Niklashausen, que torna patente um diálogo muito revelador com o par de filmes sertanejos de Glauber Rocha, Deus e o Diabo na Terra do Sol (1963) e O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro (1969). A comunicação explora a apropriação singular, pelo filme de Fassbinder, de alguns dos aspectos mais salientes daquele par de filmes glauberianos.

Resumo expandido

    Apesar de pouco atento ao universo dos países e das cinematografias latinoamericanos, Fassbinder dirigiu em 1970 um filme, Viagem a Niklashausen, que torna patente um diálogo muito revelador com o par de filmes sertanejos (Deus e o Diabo na Terra do Sol, 1963, e O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro, 1969) de Glauber Rocha – que no entanto nunca deu muita importância ao colega alemão.
    A comunicação explora a apropriação singular, pelo filme de Fassbinder, de alguns aspectos salientes daquele par de filmes glauberianos, a começar pelo seu horizonte histórico de retomada de um impulso de revolta popular do passado em função da luta política no presente. Se Deus e o Diabo recapitulava uma tradição de revoltas populares no Brasil a partir de uma vertente religiosa (da qual o episódio de Canudos era o emblema) e de uma vertente do banditismo social (representado pelo cangaço) para vislumbrar uma revolução socialista no Brasil dos anos 1960, Viagem a Niklaushausen se inspirava numa revolta camponesa do século XV ao sul da Alemanha para entabular uma meditação sobre a revolução na Alemanha do fim da década de 1960.
    No diálogo com o gesto glauberiano, o filme de Fassbinder retoma ainda mais fortemente O Dragão da maldade, criando personagens que ao mesmo tempo ecoam e deslocam os de Glauber (o falso Cristo Hans Böhm em relação a Coirana, a falsa Virgem Maria em relação à Santa de Glauber, le “Black Panther” Günther Kaufmann em relação ao Negro Antão, o conde Franz Maron em relação ao coronel Horácio, a condessa Margareth em relação a Laura e assim por diante), revisitando politicamente uma iconografia cristológica (importante em Glauber, rara em Fassbinder), dando corpo a uma versão alemã do projeto tricontinental que animava à época Glauber e Godard, entre outros.
    E convocava de modo ainda mais explícito o personagem de Antônio das Mortes, literalmente transposto para o mundo germânico, de modo a contracenar com o próprio Fassbinder. Ao colocar Fassbinder ao lado do personagem glauberiano, o filme estabelece a seu modo uma alegoria do diálogo entre os cineastas, comparável àquela outra criada por Godard e Gorin em Vent D’Est (1969). Trata-se também de pensar o sentido desta alegoria.

Bibliografia

    ARAÚJO, Mateus: “Jean-Luc Godard e Glauber Rocha: um diálogo a meio caminho”. In Puppo, E. e Araújo, M. (org.). Godard inteiro ou o mundo em pedaços. CCBB / Heco, 2015, p.29-44
    ELDUQUE, Albert & ARAÚJO, Mateus. “Ecos de revueltas lejanas: Fassbinder, Glauber Rocha y El viaje de Niklashausen (1970). In: J. R. García (coord.). Rainer Werner Fassbinder: Solo quiero que me amen. Madrid, Shangrila, 2018, p.174-95
    ELSAESSER, Thomas. Fassbinder’s Germany: history, identity, subject. Amsterdam Univ. Press, 1996
    NAGIB, Lúcia: World cinema and the ethics of realism. NY: Continuum, 2011, chap. 2, p.74-121
    RENTSCHLER, Eric: “‘There Are Many Ways to Fight a Battle’. Young Fassbinder and the Myths of 1968”. In Peucker, B. (ed.). A companion to Rainer Werner Fassbinder. Wiley-Blackwell, 2012, p.423-40
    XAVIER, Ismail: Sertão mar: Glauber Rocha e a estética da fome, 2a Ed., Cosac Naify, 2007
    _____. Alegorias do subdesenvolvimento: cinema novo, tropicalismo, cinema marginal. 2a Ed., Cosac Naify, 2014

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br