O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Letícia Xavier de Lemos Capanema (UFMT)

Minicurrículo

    Doutora em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP) e professora dos cursos de graduação em Cinema e Audiovisual e em Radialismo da Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT.

Ficha do Trabalho

Título

    Enlace onírico: limiares sonoros no filme musical

Seminário

    Estilo e som no audiovisual

Resumo

    Propomos refletir sobre as articulações do som em filmes musicais. Em especial, ressaltamos mecanismos sonoros que operam nas passagens entre a realidade diegética e o nível onírico/subjetivo dos números musicais. Para isso, serão analisadas cenas de “Cantando na Chuva” (G. Kelly e S. Donen, 1951) e “Dançando no Escuro” (L. Von Trier, 2000). Dessa maneira, buscamos observar os limiares sonoros que integram distintos estados narrativos (diegese e metadiegese) e ontológicos (realidade e sonho).

Resumo expandido

    Propomos investigar a tessitura sonora de filmes musicais. A partir das passagens entre a encenação convencional e o número musical, buscamos observar os limiares sonoros, destacando o entrelaçamento entre a realidade diegética e o nível onírico/subjetivo. Para isso, preliminarmente, são levantadas questões referentes às origens da música no cinema, às analogias entre filme e sonho e à propriedade rítmica presente na música e na imagem em movimento.
    Sabe-se que a música acompanha a projeção fílmica desde os primórdios do cinema. Essa relação inicial foi investigada por diversos historiadores (GORBMAN, 1987; CHION, 1992; ALTMAN, 1992). As explicações para esse fenômeno abrangem desde a necessidade de abafar o incomodo ruído do projetor à criação de uma ambientação onírica, propiciadora da abertura dos sentidos.
    As analogias entre filme e sonho são igualmente antigas e foram retomadas de maneira profícua a partir do anos 1970. Jean Louis Baudry (1978), por exemplo, empreende aproximações entre a projeção de filmes, a alegoria da caverna de Platão e a “Interpretação dos Sonhos” de Freud. Já Christian Metz (1975), em suas comparações entre filme e sonho, postula que o cinema estaria mais próximo do devaneio, do sonhar acordado.
    Ademais, pode-se constatar que música e imagem em movimento compartilham propriedades fundamentais, visto que são formas expressivas que se dão no tempo, sendo, portanto, criadoras de ritmo. No entanto, as relações históricas, oníricas e ontológicas entre música e cinema ganham outros contornos com a emergência do filme musical como gênero cinematográfico.
    Se considerarmos, por um lado, o poder de encantamento da música e, por outro, o dispositivo cinematográfico como máquina de sonhos, o filme musical seria, potencialmente, uma expressão bem acabada da função onírica do cinema. Tal potência delirante faz com que o filme musical assuma altos riscos no processo de “suspensão da descrença”. Contudo, a inverossimilhança dos números musicais não provoca a ruptura do pacto da ficção. Pelo contrário, é no filme musical que o cinema assume, de maneira mais nítida, aquilo que é: um discurso onírico, encantadoramente artificial.
    Gilles Deleuze, em “Imagem-tempo” (2013), havia observado a potência onírica dos musicais. Segundo o autor, na comédia musical, “o ato cinematográfico consiste em que o próprio dançarino entre em dança como se entra no sonho”(2013, p.79). Para Deleuze, o limiar sonoro/cinético nos filmes musicais é o momento “em que o dançarino ainda está andando, mas já é o sonâmbulo que será possuído pelo movimento que parece chamá-lo” (2013, p. 78).
    Michel Chion (1992, p.111) também atribui à música a capacidade onírica de envolver e transportar para outra dimensão. Como um assobio no escuro (siffler dans le noir), a música conduz à atmosfera dos sonhos. Nos números musicais, acende-se do nível narrativo rumo ao sonho implicado e depois retorna-se à diegese, sem que esses deslocamentos quebrem o pacto da ficção. No musical, o ritmo brota de dentro da cena. Do estado de vigília ao enlace onírico, a música nasce da banalidade sonora de objetos, corpos e espaços. O encontro da cena com a música ocorre por meio de gestos, ruídos e silêncios que entram em consonância para gerar cadência, retomando a natureza rítmica que une ontologicamente cinema e música.
    Para refletir sobre o tema, serão analisadas cenas de “Cantando na Chuva” (1951) e “Dançando no Escuro” (2000). Embora sejam filmes de contextos e propósitos distintos, ambos apresentam ricas articulações sonoras nos trânsitos entre cenas convencionais e números musicais. É nas passagens que a música se (de)compõe, reduzindo-se ao seu elemento primeiro e inorgânico, o som. Assim, interessa-nos examinar as nuances da integração musical a outros sons (falas, ruídos) e imagens (ações, enquadramento, montagem), buscando refletir sobre o limiar sonoro como terreno de tensões em que convivem distintos níveis ontológicos e diegéticos.

Bibliografia

    ALTMAN, Rick. Sound theory, sound practice. Nova York: Routledge, 1992.
    BERCHMANS, Tony. A música do filme. São Paulo: escrituras, 2006.
    BAUDRY, Jean-Louis. L’effet cinema. Paris: Albatross, 1978.
    CHION, Michel. La musique au cinema. Paris: Fayard, 1992.
    CHION, Michel. A audiovisão. Lisboa: Texto & Grafia, 2011.
    CARREIRO, Rodrigo; BELTRAO, Felipe Barros. Ruídos na canção: o caso de dançando no escuro. In: Revista Contemporânea (UFBA)- v.12, n.02 – maio-ago 2014.
    CARREIRO, Rodrigo (org). O som do filme: uma introdução. Recife: Editora UFPE, 2018.
    DELEUZE, Gilles. A imagem-tempo. São Paulo: editora Brasilienese, 2013.
    GORBMAN, Claudia. Unheard melodies: narrative film music. Bloomington: Indiana University Press: British Film Istitute, 1987.
    MACHADO, Arlindo. Pré-cinemas e pós-cinemas. São Paulo: Editora Papirus, 2012.
    MATOS, Eugênio. A Arte de compor música para o cinema. Brasília: Senac, 2014.
    METZ, Christian. Le film de fiction et son spectateur. Communications, n.25, 1975.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br