O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Pedro Vaz Perez (PPGCine-UFF)

Minicurrículo

    Doutorando em Estudos do Cinema e Audiovisual pelo Programa de Pós-Graduação em Cinema e Audiovisual da Universidade Federal Fluminense (PPGCine-UFF). Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da PUC Minas e graduado em Jornalismo pela mesma instituição. Professor do curso de Cinema e Audiovisual da PUC Minas.

Ficha do Trabalho

Título

    O cinema de Leon Hirszman em 1969: entre o popular e o marginal

Seminário

    Audiovisual e América Latina: estudos estético-historiográficos comparados

Resumo

    Faremos um estudo comparativo entre os dois curtas realizados por Leon Hirszman em 1969, Nelson Cavaquinho e Sexta-feira da paixão, sábado de aleluia, que apontam para propostas estéticas opostas: um documentário popular e um filme marginal. O fato sugere um dilema estético-político do cineasta em momento de revisão do cinema novo frente ao contexto político nacional e internacional, no momento em que acontecia a ascensão das produções marginais em diálogo com a contracultura.

Resumo expandido

    Este trabalho realizará um estudo comparativo entre os dois curtas realizados por Leon Hirszman em 1969, “Nelson Cavaquinho” e “Sexta-feira da paixão, sábado de aleluia”, um documentário popular e um filme marginal, filmados em um intervalo de poucas semanas. Apontando caminhos estéticos opostos, expressam os dilemas pessoais vividos pelo cineasta, refletindo a revisão do grupo cinemanovista – que buscava caminhos após a o AI-5 e o acirramento da censura e da violência de Estado –, a ascensão das produções marginais e o cenário internacional após os acontecimentos de 1968. Naquele contexto, afirma Leon, “Eu queria fazer um curso de filosofia. Largar tudo” (Hirszman apud VIANY, 1999, p. 299). Em uma perspectiva historiográfica que Bordwell (2013) chama de “história aos bocados”, recorreremos à pesquisa documental e à análise estilística.

    Após o projeto comercial “Garota de Ipanema”, em “Nelson Cavaquinho” Leon escolhe o samba ao invés da bossa nova e retorna à Zona Norte do Rio de Janeiro e à investigação materialista do universo popular, em gesto mais de acordo com filmes como “Pedreira de São Diogo” (1962), “Maioria Absoluta” (1964) e “A Falecida” (1965). O filme dialoga com o incentivo do MIS para a produção de documentários sobre a música popular, a exemplo de “Cordiais saudações” (1968), de Gilberto Santeiro, sobre Noel Rosa, e “O cantor das multidões” (1969), de Oswaldo Caldeira, sobre Orlando Silva. À diferença destes, em “Nelson…” Leon tematiza a música do sambista e seu imaginário, aprofundando pouco em sua biografia e trajetória. Filme nostálgico, aponta para signos na iminência de se perderem na história, ao mesmo tempo em que apresenta um humor sutil e investe na improvisação.

    Já Sexta-feira da paixão, sábado de aleluia, filmado na semana santa de 69, é o último dos quatro episódios de “América do Sexo” (1969), que também traz os filmes de Luiz Rosemberg, Flávio Moreira da Costa e Rubem Maia. O curta de Leon, à base do improviso radical, é um mergulho do cineasta na curtição e no desbunde que estava no ar em 1969, em diálogo com a contracultura e as produções marginais, que emergiam em oposição aos filmes cinemanovistas mais comerciais. Em um filme sensual, mais bem-humorado e menos sisudo que os demais episódios, vemos jovens brancos e sorridentes, uma burguesia hippie e contracultural tocando canções folk americanas ao violão e improvisando diálogos com pouca importância no meio do mato. Uma aproximação ácida ao mesmo contexto de Garota de Ipanema.

    Apesar das diferenças, olhar para os dois projetos contribui para nuançar as distâncias canônicas entre cinema novo e cinema marginal, sugerindo contaminações e influências mútuas. Outros cineastas também transitaram entre margens, se lançando a propostas mais comerciais com grandes orçamentos e a um avesso radicalizado com produções enxutas. Como Glauber, entre Câncer (1967) e O Dragão da maldade contra o santo guerreiro (1969), e Walter Lima Jr., entre o grandioso projeto de Brasil ano 2000 (1968) e a estética suja e marginal de Na boca da noite (1971). Ou o mergulho contracultural do realista Nelson Pereira dos Santos em Fome de amor (1967) e outros filmes de Paraty.

    Em termos estilísticos, a comparação entre as duas obras aponta, como demonstraremos, para uma abertura ao improviso na encenação e a explicitação anti-ilusionista do polo da enunciação, com a presença do microfone em cena em ambas as produções e poses estilizadas que levam a enquadramentos rigorosos e plasticamente trabalhados, aproximando-se de tableaux. As obras apontam para o desenvolvimento de estratégias estéticas que seriam melhor consolidadas em São Bernardo (1972), filme que encerra a fase de indefinições do cineasta e estabelece um caminho realista para seu cinema político, visando a comunicação clara com o público, mesmo em meio à sede por experimentação estética e radicalização formal no contexto do cinema brasileiro e mundial.

Bibliografia

    AUMONT, Jacques. O olho interminável: cinema e pintura. São Paulo: Cosac Naify, 2004.
    BERNARDET, Jean-Claude. Cineastas e imagens do povo. São Paulo: Brasiliense, 1985.
    BORDWELL, David. Sobre a história do estilo cinematográfico. Campinas: Editora Unicamp, 2013.
    RAMOS, Fernão Pessoa. “Cinema Novo / Cinema Marginal: entre a curtição e a exasperação”. In: RAMOS, Fernão Pessoa; SCHVARTZMAN, Sheila (orgs.). Nova história do cinema brasileiro. Vol. 2. São Paulo: Edições Sesc São Paulo, 2018.
    SALEM, Helena. Leon Hirszman: o navegador das estrelas. Rio de Janeiro: Rocco, 1997.
    VIANY, Alex. O processo do cinema novo. Rio de Janeiro: Aeroplano, 1999.
    XAVIER, Ismail. Cinema brasileiro moderno. São Paulo: Paz e Terra, 2001.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
1650 Downloads

Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br