O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    RODRIGO AUGUSTO FERREIRA DE MORAES (UFRJ)

Minicurrículo

    Bacharel em Cinema e Audiovisual pela Universidade Federal Fluminense. Atualmente cursa Pós-graduação em Comunicação no PPGCOM-UFRJ, onde desenvolve sua dissertação a respeito da representação do abjeto na obra de Carlos Reichenbach. Trabalhou durante 6 anos na TV BRASIL como editor e finalizador de imagens. Como realizador, dirigiu o curta-metragem premiado Repórter Isso e o longa-metragem Okutá Ió. Atualmente atua no mercado cinematogáfico como montador de documentários.

Ficha do Trabalho

Título

    Sexo e Política – os corpos que falam em O Império do Desejo

Resumo

    Esse trabalho pretende debater a tipologia e a mise-en-scène dos personagens do filme O Império do Desejo (1981). Segunda pornochanchada realizada pelo diretor, esse longa-metragem apresenta uma variada gama de tipos, que acaba por gerar um embate entre os valores libertários propostos pelo diretor, e outros valores conservadores da sociedade, sempre carregado de alegorias que alteram o sentido das cenas de sexo na obra para promover um debate político.

Resumo expandido

    Em 1981, Carlos Reichenbach realiza sua segunda pornochanchada como diretor, O Império do Desejo, em mais uma parceria com produtor da boca do lixo, Antonio Polo Galante. Parte integrante da pesquisa de mestrado concluída em 2019 no PPGCOM da UFRJ, esse trabalho consiste em investigar a tipologia por detrás da construção de personagens proposta pelo diretor, bem como avaliar de que maneira o trabalho de mise-en-scène corrobora um posicionamento político de Reichenbach, utilizando o corpo como forma de expressão de um pensamento político.
    Após o falecimento do marido, Sandra (Meyre Vieira) vai ao litoral paulista para reaver uma casa que pertencera a seu falecido esposo, e com a ajuda de um advogado local, Dr. Carvalho (Benjamin Cattan), ela recupera a casa que era ocupada por grileiros e acaba por contratar um casal de hippies como caseiros. Nick (Roberto Miranda) e Lucinha (Márcia Fraga) são o casal libertário da trama e compete a eles o posicionamento político libertário que o diretor procura colocar em embate com os valores conservadores da sociedade, simbolizados pelos outros personagens.
    Em um primeiro momento a exposição se pautará, pela análise dos diferentes tipos de personagens no filme, seu posicionamento na trama, e como essas “construções” afetam o desenrolar da narrativa. Sandra é a proprietária, e é apresentada como uma mistura paradoxal entre conservadorismo e seu lado generoso, porém é a burguesa ensinada a dar ordens aos seus empregados. Dr. Carvalho é a personificação do patriarcado na sociedade, logo toda a sua atuação remete aos códigos moralistas, que representam a elite conservadora do país. Nick e Lucinha são o casal libertário, e sua mise-em-scène funciona no sentido de estabelecer que os corpos não tenham uma função mercadológica de troca, embora sejam testados em suas convicções. Finalmente Di Branco é o profeta antropofágico que propõe a quebra de todo o modelo vigente e expurga da praia toda a sorte de indivíduos abjetos. É importante frisar que as construções de personagens proposta por Reichenbach, se dão por meio de alegorias (XAVIER, 1993), e por essa razão toda a trama tem nesse conceito, seus pontos centrais.
    Em um segundo momento a apresentação vai se debruçar sobre as estratégias utilizadas pelo diretor nas cenas de sexo do longa-metragem, e investigar como elas afastam o filme de uma pornochanchada tradicional e aproximam a narrativa de uma comédia erótico-dramática. Utilizando um conceito conhecido de Bertholt Brecht, o teatro épico (1992), no qual o dramaturgo alemão propõe a quebra da quarta parede nas peças teatrais, Reichenbach utiliza o anti-ilusionismo como forma de linguagem em sua obra, Dessa maneira, os personagens muitas vezes olham diretamente para a câmera enquanto recitam frases políticas e filosóficas. Esse recurso também pode ser descrito como intertextualidade (STAM, 1992), e o distanciamento acaba por ressignificar a trama, ao elencar outras camadas de interpretação. Logo, o sexo que ocorre na tela acaba por ter sua função narrativa alterada, deixando de ser um simples espetáculo voyerístico, para converter-se em debate político acerca do feminismo, da filosofia e do momento histórico pelo qual o país passava naquele período.
    Por fim essa exposição pretende debater como Reichenbach faz uso das teorias políticas como forma de atuação dos seus personagens, convertendo a narrativa em um verdadeiro manifesto político-antropológico. Se cada personagem representa um ser social, quais a teorias políticas estão por trás de cada discurso. A meritocracia e o Estado de Direito em Carvalho,o anarquismo de Proudhon em Nick, as teorias hippies e libertárias em Lucinha, a burguesia alienada em Sandra, e o antopofagismo de Oswald Andrade em Di Branco. Como o diretor corporifica essas posições políticas em seus personagens e dessa maneira produz um discurso libertário, ainda que com características irônicas é o que deve ser afirmado ou não ao final da apresentação.

Bibliografia

    AGAMBEN, Giorgio. Notas Sobre o Gesto. Ouro Preto: Artefilosofia, 2008.
    BATAILLE, Georges. O erotismo. Belo Horizonte: Autêntica, 2014.
    RAMOS, Luciano. Um desejo entre o realismo e a alegoria. São Paulo: Folha de São Paulo. 10/04/1981.
    BRECHT, Bertolt. Estudos sobre teatro. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1978. 210 p. Coleção Logos.
    PROUDHON, Pierre-Joseph. O que é a propriedade? Lisboa: Editorial Estampa. 1975. 248 p.
    STAM, Robert. O Espetáculo interrompido: literatura e cinema de desmistificação. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1981. 198p.
    ______________. Bakhtin: da teoria literária à cultura de massa. São Paulo: Ática, 1992. 104p.
    XAVIER, Ismail. Alegorias do subdesenvolvimento; cinema novo, tropicalismo, cinema marginal. São Paulo: Editora Brasiliense. 1993. 281p.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br