O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    José Wilker Carneiro Paiva (UFC)

Minicurrículo

    Graduado em Cinema e Audiovisual pela Universidade Federal do Ceará (2018), atualmente é mestrando em Artes pelo Programa de Pós-Graduação em Artes da mesma instituição, desenvolvendo pesquisa sobre a prática do remix, seu estado da arte e potencial politico.

Ficha do Trabalho

Título

    Remix: estéticas de montagem e práxis política

Seminário

    Montagem Audiovisual: reflexões e experiências

Resumo

    O presente trabalho busca, através de um debate que passa por política, estética e remix, investigar o estado da arte dos vídeos remix, o potencial político e de transformação social através de sua estética de montagem. As obras que irão conduzir esse debate são: Echolocation (2018), de Marc Lee e 16 Step Social (2015), de Mike Richison. Partindo das análises discutiremos sobre estéticas de montagem, imagem dialética e desvio como formas (estéticas) de combate à sociedade espetacular.

Resumo expandido

    O remix no audiovisual é, desde sua origem, uma prática cultural que tem como base a montagem, isto é, a (re)organização de materiais de arquivos em bancos de dados e alteração de suas propriedades através de gestualidades operadas na mesa de montagem, a exemplo: paragem, repetição e, com a difusão do motion graphics, tratamento de cor, sobreposição por cor ou luminância, etc. Essa compreensão de remix se aproxima do que entendemos como filmes de arquivo. Yann Bevouis (2003), fala sobre esse cinema no âmbito experimental, a partir do found footage. Porém, a diferença basilar está além materialidade fílmica, entre vídeoteca e banco de dados, está nas novas possibilidades de intervenção que o artista encontra e desenvolve nas novas tecnologias. Sendo assim, percebemos o remix fazendo parte dessa tradição, como sua avant-garde. Com isso, Eduardo Navas (2012), ao falar da história do remix, o coloca como uma atividade onipresente na arte e na comunicação de massas, especialmente nas novas mídias. Dessa forma, abrimos precedentes para refletir sobre qualquer tema na mesa de montagem, em específico: política. A exemplo: Esther Schub, Dziga Vertov, Guy Debord, Chris Marker e, mais atualmente, Marc Lee e Mike Richison.
    Walter Benjamin (1994), ao falar sobre as novas mídias, coloca que a montagem é imanente a obra de arte. Nesse momento o autor revela seu objetivo de colocar a montagem como práxis que busca reorganizar as imagens que, ao perderem suas auras e ganharem valor político, são acumuladas como capital ou espetáculo, assim como falava Guy Debord, na primeira tese de A sociedade do espetáculo (2018). Percebe-se, então, um vínculo entre imagem e objetos de consumo. Benjamin em uma de suas cartas para Adorno (2013) coloca que a montagem é a superação da dialética, é o passo adiante, com ela poderíamos refletir sobre qualquer elemento da sociedade, isto é, poderíamos justapor vários desses elementos, algo como uma constelação de imagens warburgiana, porém dialética. Essa imagem dialética benjaminiana está diretamente ligada à montagem e ao remix uma vez que ela é o resultado histórico do conflito entre o ocorrido e o agora, ou seja, a imagem como resultado desse conflito é a expressão maior do momento crítico.
    Com o desenvolvimento da discussão até o momento podemos dizer que a práxis da montagem através do remix é uma reflexão sobre as imagens acumuladas enquanto capital, espetáculo. Três grandes autores que tratam da questão estético-politica do acumulo de capital, estão: Herbert Marcuse (2013) e David Harvey (2014) e Guy Debord (2018). Ambos os autores vão tratar da dominação ideologica do capital a partir das imagens. Enquanto Marcuse (2013) trata de uma arte que penetre na estrutura ideologica petrificada pela lógica de uma sociedade opressora, Havey (2014), fala, a partir de Benjamin, sobre uma sociedade do marketing que, ao invés de penetrar o inconsciente, ela explora o consciente a partir da imaginação, de um musée imaginaire; e, por último, Debord (2018) que traz com grande força, que reverbera em nosso tempo, o desvio (détournement), essa que é a prática de desviar imagens espetaculares contra o próprio espetáculo, ou seja, tirar o negativo do capital da imagem e potencializá-lo na mesa de montagem.
    Partindo da articulação entre remix, montagem e suas implicações estetico-politicas, pretendemos debater duas produções comtemporâneas: Echolocation (2018), de Marc Lee e 16 Step Social (2015), de Mike Richison. A primeira traz um remix 5.0, isto é, uma montagem previamente programada, uma inteligência artificial, onde a partir da escolha de um local em um mapa digital dispara uma montagem com uma série de vídeos capturados da web e exibidos em multitelas. No segundo trabalho, o participante interage com uma mesa controladora que possui uma interface onde é possivel baixar e editar imagens do instagram em tempo real. A crítica da sociedade capitalista passa pela mesa de montagem, pela forma filmica (EISENSTEIN, 2002).

Bibliografia

    ADORNO, Theodor W; BENJAMIN, Walter. Correspondência 1928-1940 Adorno-Benjamin. São Paulo: Editora Unesp, 2013.
    BEAUVAIS, Yann. Filmes de Arquivo. In: Revista Recine, Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, p. 82-93, 2004.
    BENJAMIN, Walter. Magia e Técnica, Arte e Política. São Paulo: Brasiliense, 1994.
    ________________. Passagens. Organização da edição brasileira por Willi Bolle. Belo Horizonte: Editora UFMG; São Paulo: Imprensa oficial do estado de São Paulo, 2009.
    DEBORD, Guy. A Sociedade do Espetáculo. São Paulo: Contraponto, 2018.
    EISENSTEIN, Sergei. A forma do filme. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2002a.
    HARVEY, David. Condição Pós-Moderna. São Paulo: Edições Loyola, 2014.
    MARCUSE, Herbert. A Dimensão Estética. Lisboa: Edições 70, 2013.
    NAVAS, Eduardo. Remix Theory: The Aesthetics of Sampling. Nova Iorque: Springer, 2012.
    XAVIER, Ismail (org.). A experiência do cinema: antologia. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1983.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br