O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Michael Abrantes Kerr (UFPEL)

Minicurrículo

    Doutor em Ciências da Comunicação pela UNISINOS na linha Mídias e Processos Audiovisuais (2015). Possui mestrado em Ciências da Comunicação pela UNISINOS, na linha de Mídias e Processos Audiovisuais (2008), especialização em informática na educação (2005) e graduação em Publicidade e Propaganda pela Universidade Católica de Pelotas (1996). Atualmente é professor Adjunto e Coordenador dos cursos de Cinema e Audiovisual e de Cinema de Animação da Universidade Federal de Pelotas.

Ficha do Trabalho

Título

    Fantasma, anacronismo e memória na montagem audiovisual contemporânea

Resumo

    O cenário contemporâneo motiva a ascensão de um audiovisual que apresenta a característica de estado-fantasma, baseado no contágio. Ao lidar com a memória, os fantasmas são estratégias que fazem uma relação do presente com o passado. As produções aqui discutidas fazem sobreviver imagens e criam outro tempo que é próprio do fantasma, anacrônico. Isso potencializa as discussões sobre o estatuto da montagem audiovisual, à medida que trazem do passado e de diferentes ambientes o seu modo de agir.

Resumo expandido

    O cenário contemporâneo motiva a ascensão de um audiovisual que apresenta uma característica que denomino de estado-fantasma, baseado no contágio de umas produções sobre outras. Essas imagens aparecem como se fossem espectros que ressuscitam.
    Ao lidar com a memória, os fantasmas passam a ser estratégias que fazem uma relação do presente com o passado. A fantasmagoria se alimenta de um estado em potência que vive entre uma coisa (virtual) e outra (atual). Na discussão aqui apresentada, proponho uma aproximação de um tipo de material que tem como base uma câmera fixa e um enquadramento que mostra duas mãos da pessoa que produz o vídeo e o objeto que ela manuseia competindo pelo mesmo espaço no quadro. Tratam-se dos vídeos Surprise Eggs, Slime e Unboxing e que geram outros, como é o caso do videoclipe Colors, do cantor Beck. e que tomam como base para realização os vídeos similares que são postados anteriormente, assim como o próprio ambiente criado pelo YouTube, que se mantém em cada material como um fantasma que os assombra. Benjamin (1984) vai nos dizer que o passado vai relampejar como imagem no momento em que é reconhecido, não necessariamente como “ele de fato foi”. Portanto, os devires que estão em virtualidade nas imagens, funcionam como ruínas que atualizam esses produtos audiovisuais contemporâneos.
    Um produto audiovisual, feito com o dispositivo da câmera fixa e enquadramento das mãos, parece reexaminar um tipo de montagem que tem origem nos primórdios do cinema. Nesse sentido, o anacronismo surge de maneira muito forte, à medida que um único plano traz tempos e durações diversas acumuladas e montadas. Esse turbilhão de informações em um plano que parece tão simples, nos faz refletir sobre o estatuto da imagem e da montagem num audiovisual que quer sempre se rememorar e se reproduzir. Para Michaud (2014) a reprodução condiciona a essência do cinema. Tanto é que no início do cinema repetiam-se vários assuntos para garantir a existência de filmes que, muitas vezes, eram destruídos na produção das cópias. Um exemplo é o filme Viagem à Lua, de Meliès, filmado em 1902 e refilmado por Segundo de Chomon em 1908, com outro nome.
    A câmera fixa monta escondendo. Uma lógica que coloca em quadro apenas aquilo que deve ser mostrado e exclui os bastidores. É justamente isso que produtos audiovisuais aqui discutidos fazem. Um retorno à produção dos primórdios. A câmera recorta apenas o que lhe interessa mostrar. A montagem ocorre por meio dessa lógica, muito parecida com aquela dos filmes do início da história do cinema.
    O ambiente também é responsável por essas produções. Uma mescla de ambiente digital que gera um novo tipo de imagem, com um ambiente físico que lembra muito as produções do passado. O fantasma age diretamente sobre esse tipo de produção, pois traz a memória audiovisual na sua lógica. É, então, que o anacronismo na montagem aparece. As produções aqui discutidas fazem sobreviver imagens e criam outro tempo que é próprio do fantasma. Este, como algo que retorna do passado no presente, desnorteia a história. Segundo Didi-Huberman (2013), a sobrevivência descreve um outro tempo, ela anacroniza. Assim, percebemos o audiovisual sendo construído por sua antiguidade, anacronismos e sugestões para o futuro. A imagem-cristal de Deleuze comparece de maneira exemplar nestes produtos audiovisuais.
    Produções, que parecem simples, estão potencializando as discussões sobre o estatuto da montagem audiovisual, à medida que trazem do passado e de diferentes ambientes (digital e físico) o seu modo de agir.
    Assim, paralelo a um audiovisual digital que utiliza todas as novas possibilidades de efeitos especiais, há também aquele em que a montagem é quase inexistente por meio da sobrevivência de um tipo de imagem (assim como de montagem) que anacroniza a história. Para Didi-Huberman (2013), a noção cronológica de duração cai por terra. Portanto, a sobrevivência das imagens anacroniza o passado e o presente.

Bibliografia

    AGAMBEN, Giorgio. O que é um dispositivo. Revista Outra Travessia n. 5,Ilha de Santa Catarina – 2° semestre de 2005

    BENJAMIN, Walter. Origem do drama barroco alemão. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1984.

    BENJAMIN, Walter. Passagens. Belo Horizonte: Editora UFMG; São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2006.

    BERGSON, Henri. A energia espiritual. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2009.

    BERGSON, Henri. Memória e vida. São Paulo: Martins Fontes, 2006.

    DELEUZE, Gilles. Bergsonismo. São Paulo: Ed. 34, 2004.

    DIDI-HUBERMAN, Georges. A imagem sobrevivente: história da arte e tempo dos fantasmas segundo Aby Warburg. Rio de Janeiro: Contraponto, 2013.

    DIDI-HUBERMAN, Georges. Diante do tempo: história da arte e anacronismo das imagens. Lisboa, Portugal: Orfeu Negro, 2017.

    Entrevista com Marshall McLuhan – E-compós, Brasília, v.14, n.3, set./dez. 2011.

    MICHAUD, Philippe-Alain. Filme: por uma teoria expandida do cinema. Rio de Janeiro: Contraponto, 2014.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br