O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Vilma carla martins silva (UFBA)

Minicurrículo

    Mestranda no Programa de pós-graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas da UFBA na linha de Análise fílmica, membro do grupo de pesquisa Nanook da mesma linha. Jornalista formada pela UFBA em 2017, com intercâmbio na Université paris Ouest Nanterre la Défense 2014. Foi Bolsista PIBIEX 2013/14, do projeto de Formação de Roteiristas de Narrativas Seriadas (ESTAÇÃO DO DRAMA), atividade de extensão promovida pelo Grupo de Pesquisa A-tevê. Atua como produtora e realizadora cinematográfica.

Ficha do Trabalho

Título

    O DRAMA DE VERGÈS E BARBET SCHROEDER: A MÚSICA EM O ADVOGADO DO TERROR

Resumo

    Analisar a música nos documentários e seus efeitos elenca debates estéticos, como a problemática histórica entre “real” e ficção, e éticos, como a criação de sentimento de empatia por um personagem. No presente trabalho, destaca-se o uso da música de concerto na construção narrativa do documentário O Advogado do Terror (2007) de Barbet Schroeder, buscando, certificar como está corrobora com a dramatização da biografia de um protagonista controverso, e como esse efeito complexifica relações ética

Resumo expandido

    Em 2007 o diretor Barbet Schroeder estreou o filme O Advogado do Terror, documentário biográfico sobre o advogado francês Jacques Vergès, conhecido por defender personalidades marcantes que incluem criminosos de guerra, terroristas e tiranos, como Klaus Barbie, ex oficial da SS nazista, “o açougueiro de Lyon”, e Carlos, o Chacal, venezuelano terrorista dos mais procurados do mundo nas décadas de 1970. No filme de 2007, o diretor narra a vida de Jacques Vergès através dos depoimentos do próprio protagonista e de pessoas próximas a ele, assim como lança mão de materiais de arquivo para a representação de momentos históricos. Barbet Schroeder é mais conhecido por seus filmes de ficção, como Single White Female (1992) e Reversal of Fortune (1990), e tem como um de seus traços temáticos objetos polêmicos. O Advogado do Terror (2007), aqui analisado, é o segundo filme da sua denominada “trilogia do terror”, constituída ainda por outros dois documentários biográficos: Général Idi Amin Dada: Autoportrait (1974) e Le Vénérable W. (2017).
    O estudo apresentado faz parte de uma pesquisa mais ampla, dedicada à análise dos documentários que compõem a trilogia do terror. Nela, interessa, examinar as relações entre a ética e a mise-en-scène nestes filmes. O foco da análise neste artigo é na escritura musical no segundo filme da trilogia, que chama a atenção por trazer à tona o debate sobre uso da música de concerto nos documentários e suas implicações éticas no “filmar o inimigo”.
    Esse termo foi proferido pelo cineasta e teórico francês Jean-Louis Comolli, em um artigo de 1995, que despertou o olhar para regime cinematográfico de falar do outro, sendo ele ou eles, uma figura controversa, cuja relação com o sujeito que fala é de discordância, inimizade, de oposição. Segundo o autor, quando se filma e se constrói uma representação de alguém, estamos estabelecendo nossas posições políticas.
    Muitos pesquisadores têm se debruçado sobre esse assunto, um deles é o cineasta brasileiro Marcelo Pedroso. Pedroso em sua pesquisa, afirma que o documentarista é movido por duas inclinações na hora de representar o outro: conformidade e adversidade. Para ele, não se trata de gostar ou não gostar da pessoa, e sim, de um sentimento de convergência ou divergência que envolveria a subjetividade das pessoas ligadas pela realização do filme. Esse sentimento estaria presente na construção narrativa, a partir dos elementos cinematográficos, que vão desde a fotografia (como enquadrar, movimentos de câmera, etc.), a montagem (como a escolha da trilha sonora). Portanto, essas escolhas, dizem, possivelmente, sobre o tipo de inclinação do diretor para com o personagem, ou que tipo de sentimento/ emoção o diretor quer que seu público sinta para com este.
    A música de O advogado do Terror é assinada pelo compositor Jorge Arriagada, músico chileno que trabalhou com Barbet em dois outros filmes de ficção, e em 2017 voltam a trabalhar juntos no documentário Le vénérable W. Arriagada é um compositor eclético, que transita com desenvoltura tanto no universo popular folclórico e massivo, quanto no da música de concerto e no jazz.
    A música de Arriagada no filme é definida como de concerto, para analisá-la, então, dentro do documentário, vai se utilizar, principalmente, abordagens como as da pesquisadora Claudia Gorbman, que argumenta que, ao privilegiar os elementos narrativos do filme, a música típica do cinema clássico permanece a maior parte do tempo imperceptível para o espectador.
    O objetivo desse artigo é entender como o uso dessa música típica do cinema clássico convoca um efeito comum a ficção- a dramatização- no documentário biográfico deste polêmico advogado francês, e quais relações éticas essas escolhas suscitam. Em outras palavras, como esse drama biográfico cria uma sensação de empatia pelo personagem, e como isso também reflete sobre a relação diretor x pessoa filmada.

Bibliografia

    CAMERON, Ken. Sound and the documentary film. 1947
    CARVALHO, M. A trilha sonora do cinema: proposta para um “ouvir” analítico. Caligrama, São Paulo, 2007
    COMOLLI, Jean-Louis. Como filmar o inimigo?. Ver e poder, Belo Horizonte, Editora UFMG, 2008
    CORNER, J. Sounds real: music and documentary. 2002
    FREIRE, Mariana. Realidade lacrimosa: diálogos entre o documentário e a imaginação melodramática. Doc On-line, n.02, Jul 2007
    GORBMAN, C. Unheard Melodies: Narrative Film Music. Bloomington: Indiana University Press, 1987
    MAIA, G. Aspectos da Música no Documentário Brasileiro Contemporâneo: Algumas Reflexões sobre o fazer e o pensar. Doc On-line, n. 12, ago 2012
    NICHOLS, Bill. Cuestiones de ética y cine documental, Archivos de la Filmoteca, n.57, oct. 2007–fev. 2008
    PEDROSO, Marcelo. Três suposições sobre a adversidade no documentário, Devires, jul-dez. 2013
    VIDIGAL, Leonardo. Algumas considerações sobre a música nos filmes de Jean Rouch. Devires. Belo Horizonte, V. 6, N. 2, 2009

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br