O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Isadora Meneses Rodrigues (UFPE)

Minicurrículo

    Jornalista, doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFPE e mestra pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFC.

Ficha do Trabalho

Título

    Nem nouvelle, nem nouveau: Alain Resnais em defesa do realismo mental

Seminário

    Teoria dos Cineastas

Resumo

    A partir da análise de um conjunto de entrevistas que o cineasta francês Alain Resnais deu para a Cahiers du Cinema e para a Positif entre as décadas de 1960 e 1980, o objetivo desta comunicação é identificar traços de um pensamento conceitual do diretor que atravessam reflexões estéticas propostas pelos seus filmes desse mesmo período. Defendemos que, em conjunto, esses textos e obras fazem emergir uma teoria do realismo mental cinematográfico.

Resumo expandido

    Silencioso, Alain Resnais não escreveu sobre os seus filmes e nem elaborou qualquer tipo de teoria da arte cinematográfica como fizeram a maioria dos seus contemporâneos da nouvelle vague e do nouveau cinéma. Apesar de não se encaixar na categoria de cineasta-teórico ou cineasta-crítico como Godard, Truffaut, Marguerite Duras e Alain Robbe-Grillet, para citar apenas alguns, Resnais deu uma série de entrevistas para as revistas francesas Positif e Cahiers du Cinema entre as décadas de 1960 e 1980 onde comentou seus filmes e apresentou, de maneira fragmentada, reflexões que defendiam um cinema que se debruçasse “sobre o sistema nervoso central” (RESNAIS, 2002). Nessas falas, o realizador prefere se referir a sua obra a partir de categorias como consciência e imaginário, protestando constantemente contra o título de “cineasta da memória” (BOUNOURE, 1962; WARD, 1969).

    Se a Cahiers du Cinema dos anos de 1960 definiu Resnais como “o primeiro pintor cubista do cinema falado, o que rompe com o real” (DE BAEQUE, 2010, p.368), nas entrevistas para a mesma revista Resnais reivindicava que seus filmes apresentavam um vínculo fundamental com a realidade, pois entendia que o cinema não era um instrumento de representação do mundo objetivo, mas um modo de aproximação do que chamou de realismo mental. Para ele, “o realismo não consiste em filmar apenas, por exemplo, as nossas conversas, mas também em mostrar as imagens que neste momento perpassam o nosso espírito” (RESNAIS, 1969, p.36). O realizador considerava os seus filmes “uma tentativa, ainda muito grosseira e primitiva, de aproximação da complexidade do pensamento, do seu mecanismo”, insistindo no fato de que as suas experiências não passavam “de um pequeno avanço em relação ao que se deveria fazer um dia” (RESNAIS, 1969, p.88).

    Tendo isso em vista, o objetivo deste trabalho é identificar traços de um pensamento conceitual nessas entrevistas, buscando estabelecer pontos de contato e de tensão entre essas reflexões e as proposições estéticas dos seus filmes do mesmo período, principalmente Je t’aime, Je t’aime (1968), Meu tio na América (1977) e Providence (1980). Defendemos que, em conjunto, esses textos e obras fazem emergir uma teoria do realismo mental cinematográfico. Trabalhamos ainda com a hipótese de que essa vontade de Resnais de retratar a fisicalidade da mente em ação o conecta aos debates literários sobre fluxo de consciência da primeira metade do século XX muito mais do que à nouvelle vague francesa, cinema da física dos corpos (DELEUZE, 2005), ou aos romancistas-cineastas do nouveau cinema, que renovaram a ideia de literariedade a partir da negação da construção psicológica tradicional do personagem (ROBBE-GRILLET, 1969).

    Se a literatura moderna da primeira metade do século XX empregou uma sintaxe contorcida na tentativa de conectar a literatura à vida por meio do “registro dos átomos que caem na mente na ordem em que eles caem” (WOOLF, 2014, p.110), para construir uma espécie de neurocinema Resnais defendeu o rompimento da noção tradicional de tempo e espaço fílmico por meio da relação de concorrência entre som e imagem, da duração dilatada dos planos e da repetição.

Bibliografia

    BAECQUE, Antoine de. Cinefilia: invenção de um olhar, história de uma cultura. São Paulo: Cosac Naify, 2010.

    BOUNOURE, Gaston. Alain Resnais. Paris: Éditions Seghers, 1962.

    DELEUZE, Gilles. A Imagem-Tempo: cinema II. São Paulo: Brasiliense, 2005.

    POSITIF, REVUE DE CINÉMA (2002): Alain Resnais. Anthologie établie par Stéphane Goudet.França: Ed. Gallimard.

    RESNAIS, A. et all. Cadernos de Cinema 5. Trad. António Landeira, Lisboa: Dom Quixote, 1969.

    ROBBE-GRILLET, Alain. Por um Novo Romance. São Paulo: Documentos LTDA, 1969.

    WARD, John. Alain Resnais, or the theme of time. London: Martin Secker & Warburg, 1968.

    WOOLF, Virginia. Ficção Moderna. In: O valor do riso e outros ensaios. São Paulo: Cosac Naify, 2014.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br