O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Giselle Beiguelman (FAU-USP)

Minicurrículo

    Giselle Beiguelman é artista e Professora da FAU-USP. Entre seus projetos recentes destacam-se Odiolândia (2017) e Monumento Nenhum (2019). Suas pesquisas abordam a cultura urbana contemporânea e as estéticas da memória. É membro do Laboratório para OUTROS Urbanismos (FAU-USP) e do Interdisciplinary Laboratory Image Knowledge – Humboldt-Universität zu Berlin. É colunista da Rádio USP e da Revista Zum. Autora de Memória da Amnésia: políticas do esquecimento (Edições Sesc, 2019), entre outros.

Ficha do Trabalho

Título

    O presidente que fala a língua das (suas) imagens

Mesa

    Políticas da Imagem e Imagens da Política no Neoconservadorismo.BR

Resumo

    O artigo analisa a construção da imagem do presidente Jair Messias Bolsonaro nas redes sociais. Discute a apropriação da estética do precário e suas funções na escrita da história oficial de seu governo. Mostra como sua retórica visual opera como fator compensatório para o que sua oratória não entrega. Conclui que diante das (próprias) câmeras, Bolsonaro não fala com seu eleitor, ele o exprime. E ao exprimi-lo, transforma-o em um herói, convidando o eleitor a eleger-se a si próprio.

Resumo expandido

    Feicebuqui, Feicebuqui, Whatizape, Whatizape!!! Com essa saudação inédita em qualquer posse presidencial, a imprensa foi recebida por manifestantes na Esplanada dos Ministérios, no dia 1o de janeiro de 2019, em Brasília. A saudação fazia jus ao estilo do novo titular da pasta, Jair Messias Bolsonaro. Nas suas redes sociais o presidente deixa claro que elas não foram apenas meios de acesso ao poder. Mais que veículos de comunicação pessoal, as redes são o seu principal canal institucional e o lugar de construção de sua imagem. Imagem essa que é a linguagem pela qual está sendo escrita a história oficial de seu governo.
    Bolsonaro é o político com maior número de aliados digitais entre os latino americanos. E isso é resultado de um trabalho milimétrico e militante, labutado entre teclados e câmeras que percorreram os mais diversos ambientes durante sua campanha presidencial. De gabinetes a salas de estar, passando pela cozinha, a churrasqueira de casa, o caixa automático, e até seu leito na UTI quando esteve hospitalizado.
    Completam o quadro muitas lives no Facebook. Nessas falas ao vivo, ganha força um regime visual que fez toda a diferença nas regras do jogo político que o presidente Bolsonaro protagoniza. São imagens precárias, por vezes fora de foco, feitas com câmeras mal posicionadas, iluminação descuidada, ângulos distorcidos e que dominaram suas aparições. O que dá o tom a tudo é uma certa desarrumação geral, com cara de cenário improvisado, sempre constante nessas gravações. Retoma-se aí a estética amadora (Feldman, 2012; Polydoro, 2014) e a retórica visual (Danton ,2010) consolidada pela apropriação da linguagem do vídeo caseiro que explodiu com o YouTube e que surge como estratégia de aproximação do “mundo real”.
    Diante das (próprias) câmeras, Bolsonaro ri, fica sério, desafia “a mídia”, prepara o pão com leite condensado do seu café da manhã, vai ao açougue e faz churrasco, aparece no barbeiro, posa com a filha, descansa no sofá, compartilha mimos recebidos de seguidores anônimos. De camiseta esportiva, shorts, de calça moletom e chinelos Raider e mesmo de terno e gravata, já no posto de presidente, ele não fala com seu eleitor, ele o exprime. E ao exprimi-lo, conforme escreveu Roland Barthes, comentando a fotogenia eleitoral em seu livro Mitologias, transforma-o em um herói, convidando o eleitor a eleger-se a si próprio.
    Essa frequência vibratória não se desfez com a eleição. Pelo contrário. Da vitória no primeiro turno até os primeiros dias de governo ela só cresceu. Trata-se de um verdadeiro ritual mobilizatório, uma estratégia de comunicação intensa que mais parece uma campanha eleitoral sem fim. O registro da viagem do Presidente e sua comitiva ao Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, por exemplo, é uma súmula de imagens e frases de efeito contemplando uma sequencia de sucessos. Dispensável dizer que a foto mais marcante dessa temporada, a da coletiva de imprensa a qual o presidente não compareceu, com as cadeiras vazias, não consta dessa história oficial narrada nas redes.
    A força dessa imagem não está na contranarrativa que ela expõe sobre a participação brasileira em Davos, mas no que revela sobre a retórica visual do presidente. “Como uma prática”, escreveu Arthur C. Danto em A Transfiguração Do Lugar Comum, “a retórica tem a função de induzir o público a tomar determinada atitude em relação ao assunto de um discurso, isto é, de fazer com que as pessoas vejam a matéria sob determinado ângulo.”
    E esse ângulo, no caso do presidente, é estratégico. Sua retórica visual opera como um fator compensatório, que supre tudo aquilo que sua oratória não entrega. Mas isso só funciona se comandada a partir das suas próprias câmeras. Na impossibilidade de falar detrás das suas telas, a imagem do presidente some e, com ela, sua voz desaparece.
    E segue o jogo da nova história oficial do Brasil, atualizado nas retóricas visuais das disputas do imaginário on-line.

Bibliografia

    BARTHES, Roland. Mitologias. São Paulo: DIFEL, 1985
    DANTO, Arthur C. A transfiguração do lugar-comum. São Paulo: Cosac Naify, 2010
    MARZOCHI, Ilana Feldman. Jogos de cena: ensaios sobre o documentário brasileiro contemporâneo. 2012. Tese (Doutorado em Estudo dos Meios e da Produção Mediática) – Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012. doi:10.11606/T.27.2012.tde-22052013-110822.

    Polydoro, Felipe da Silva; Costa, Bruno Simões. “A apropriação da estética do amador no cinema e no telejornal.” LÍBERO, v. 17, n. 34, p. 89-98, jul./dez. de 2014.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br