O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Elizabeth Motta Jacob (UFRJ)

Minicurrículo

    Elizabeth Jacob é doutora em Teatro, UNIRIO, Mestre em Comunicação Social, UFF, possui Diploma de Estudos Aprofundados, Universidade de Paris I, Sorbonne. Coordena o programa de Pós-Graduação em Artes da Cena, ECO/UFRJ e é Professora Adjunta do Curso de Comunicação Visual Design EBA/UFRJ. Cenógrafa e diretora de arte trabalha com questões relativas à cena expandida, direção de arte e a construção de visualidades hápticas no cinema contemporâneo.

Ficha do Trabalho

Título

    A direção de arte na construção da visualidade háptica de Naomi Kawase

Mesa

    Sensorialidade e alegorias na direção de arte

Resumo

    Este artigo tem como foco a obra de Naomi Kawase, O Sabor da Vida (2015), que aborda a questão da perda e da reconstrução da identidade através de procedimentos de recodificação da memória.
    Entendendo a direção de arte como o campo da mise-en-scène cinematográfica que estrutura o espaço cênico e a caracterização das personagens, analisaremos de que modo seus meios expressivos trabalham no sentido de tornar háptica a visualidade cinematográfica capturando sinestesicamente o espectador.

Resumo expandido

    O presente artigo trata do papel da direção de arte na construção de uma visualidade háptica no cinema de Naomi Kawase, em especial, no que concerne ao filme O Sabor da Vida (2015).
    Kawase trabalha de forma intimista e pessoal e aborda, nos filmes ficcionais e nos documentários, a questão da perda e busca da identidade. Para tanto, a realizadora traz à tona em sua obra a subjetividade de seus personagens através de um mergulho interior e de sua conexão com os objetos, imagens, sons o que implica na “tentativa de traduzir para um meio audiovisual os conhecimentos do corpo, incluindo as memórias não registradas dos sentidos.”(MARKS, 2000, p.5).
    Neste cinema a câmera assume o lugar do olhar do espectador e possui fisicalidade intensa criando uma relação de proximidade participativa com o que é filmado. Assim sendo, podemos dizer que Kawase explora sensorialidades multilineares enquanto dimensão basilar para a construção da experiência estética que pretende promover em seus espectadores. Servindo-se de poucas ações e falas ela valoriza a dimensão háptica da visualidade construída tornando-a elemento potente na construção de uma experiência afetiva em suas dimensões cotidianas.
    Em narrativas emocionalmente densas, Kawase constrói uma imagem radicalmente subjetiva que tece, por entre índices de presenças e ausências uma dimensão de afeto calcada no passado afetivo.
    Existe, no entanto, uma particularidade nas narrativas desenvolvidas por Kawase no que tange a dor e perda. Seus personagens, ao entrarem em contato com o mundo sensível e tangível, ou seja, a partir da vivificação da memória vão se transformar, realizando um luto efetivo e partindo para um novo presente.
    Para que a memória seja potencializada no cinema, nos diz Marks (1999), é necessário que ela seja decodificada e que o espectador por ela seja contaminado. A mudança entre a visão háptica e a óptica descreve o movimento entre a relação de toque e de visão. A experiência do olhar assim constituída leva o espectador a refletir sobre o fato da memória ser mais fortemente codificada em termos de toque, som, cheiro, do que pela visão. E, o cinema, enquanto a conjunção entre o visual e o sonoro cria a consciência da ausência do toque sendo forçado a buscar meios de expressar o inexpressável. Para que o cinema tenha esse ganho ele vai lançar mão, diz Marks, da consciência de que a memória está codificada em objetos.
    Os enquadramentos utilizados, o esgarçamento do tempo, o olhar atento aos ruídos, a densa malha sonora, entre outros modos de despertar a aproximação sensorial com os objetos, são artifícios deste cinema. Neste sentido o trabalho da direção de arte – parte da mise-en-scène cinematográfica que estrutura o espaço cênico e a caracterização das personagens – será crucial. As materialidades plásticas por este departamento engendradas suportam a construção de uma visualidade que desliza entre o óptico e o háptico explorando os materiais manipulados, as texturas, a natureza dos objetos dando voz aos significados intradiegéticos que carregam.
    Neste processo de criação de uma materialidade carregada de conteúdos afetivos funda-se um engajamento essencial entre o corpo do espectador, atiçado por estímulos sensórios variados, e a narrativa deste modo construída.
    Em O Sabor da Vida (2015) tais efeitos são potencializados. O filme aborda o encontro de um confeiteiro e uma senhora idosa que vem a auxiliá-lo. A partir do aroma desprendido pelos feijões doces, do som do vento, da água que escorre, se estabelece um relacionamento sensível entre que vai permitir também que as feridas causadas pela vida também se manifestem. Elas estão registradas nas lesões deformadoras das mãos da senhora e nas perdas sofridas pelo confeiteiro.
    A construção delicada das materialidades através dos materiais, texturas e cores, matéria prima do trabalho de direção de arte, vão ser potentes na conexão com o sensível através da construção de uma visualidade háptica que captura sensorialmente o espe

Bibliografia

    BRUNO, Giuliana. “Motion and emotion: Film and haptic space”. In: ECO-Pós, Rio de Janeiro: Eco-UFRJ, v. 13, n. 2, 2010.
    DELEUZE, G. e GUATTARI, F. Mil Platôs – capitalismo e esquizofrenia. São Paulo: Ed. 34, 1997.
    DUARTE, Suzana. Háptico, disponível em: http://www.arte-coa.pt/index.php? Language=pt&Pa=Saberes&SubPage=ComunicacaoELinguagemImagem&Menu2=Autores&Slide=28.
    GONÇALVES, Osmar. Reconfigurações do olhar: o háptico na cultura visual contemporânea. Disponível em: https://www.revistas.ufg.br/VISUAL/article/viewFile/ 26551/15145.
    LÓPEZ, José Manuel (Org.). Naomi Kawase: El cine enel umbral. Madrid: T&B Editores, 2008.
    MARKS, Laura. The Skin of Film. Londres/Durham: Duke University Press, 2000.
    _______________. Touch. Sensuous theory and multisensory media. University of Minnesota Press, 2002.
    OLIVEIRA JR, Luiz Carlos. A mise-en-scène no cinema: do clássico ao cinema de fluxo. Campinas: Papirus, 2013.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br