O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Felipe Corrêa Bomfim (UNICAMP)

Minicurrículo

    Felipe Corrêa Bomfim é doutorando do Programa de Pós-Graduação em Multimeios pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Realizou doutorado sanduíche de curta duração na Universidade de Leeds (Inglaterra). Durante a sua graduação, em Cinema pela Universidade de Bolonha (Itália), realizou um intercâmbio de um ano na Universidade de Colônia (Alemanha) e estagiou na Cinemateca de Viena (Áustria), com o apoio do Projeto Leonardo da Vinci da União Europeia.

Ficha do Trabalho

Título

    Tendências de um olhar descolonizado: descontrole e tensões da imagem

Seminário

    Teorias e análises da direção de fotografia

Resumo

    Investigamos os desdobramentos estéticos na configuração da imagem da pele escura no cinema na produção britânica de filmes entre os anos 1985 e 1995 – em particular, os filmes inaugurais de Isaac Julien e John Akomfrah, respectivamente, Territories (1985) e Handsworth (1986) –como detonadores de dois elementos constitutivos no campo da imagem: primeiro, o questionamento sobre a construção da neutralidade forjada da imagem do branco e, segundo lugar,a reconfiguração da imagem do negro no cinema.

Resumo expandido

    Esta pesquisa investiga os desdobramentos estéticos na configuração da imagem da pele escura no cinema por meio do contexto particular da produção britânica de filmes entre os anos 1985 e 1995, realizados pelos cineastas Isaac Julien e John Akomfrah e seus respectivos coletivos, Black Audio Film Collective e Sankofa. Voltamos nosso olhar para as primeiras obras desses cineastas com o intuito de aferir as suas articulações como detonadores de dois elementos constitutivos no campo da cinematografia: primeiramente, o questionamento sobre a construção da neutralidade forjada que envolveu a imagem da pele branca na cinematografia e, em segundo lugar, o ímpeto no qual esses filmes avançam no sentido de uma reconfiguração da imagem do negro no cinema.
    Este impulso dos anos 1980, marcado pelo início da produção dos dois coletivos ingleses, ofereceu a visibilidade de modos distintos de figuração em relação à pele escura como alternativa plausível de subversão aos padrões previamente estabelecidos. Os esforços e suas negociações para estender o entendimento da pele negra no campo da cinematografia, encabeçados pelos dois coletivos britânicos mencionados, foram impulsados por diversas demandas de ordem política – como a repressão policial as comunidades negras e de imigrantes nas cidades de Londres, Birmingham, Bristol, entre outras no início da década de 1980 –, social e cultural – devido a uma larga intensificação das comunidades diaspóricas presentes em tais localidades.
    Em particular, os filmes inaugurais de Isaac Julien e John Akomfrah, respectivamente Territories (1985) e Handsworth (1986), descortinam a intenção de avançar no sentido de outras possibilidades de visibilidade e investigação sobre a própria imagem. Tais indícios apontam para um alargamento das fronteiras da figuração, investindo no deslocamento de um olhar viciado nas referências da tradição eurocêntrica da imagem com o intuito de expandir a fronteira de seus próprios usos e abranger possibilidades de expressão mais diversificadas. A configuração desse olhar descortina os modos de uso descolonizado da técnica cinematográfica, anteriormente considerada como limitante, que se adequam as demandas do cinema negro, que emerge a todo vapor em diversos lugares do mundo a partir dos anos 1980 com a utilização de materiais e suportes como o anteriormente consolidado 16mm e a recente chegada do vídeo.
    A conjuntura inaugurada por linhas de força presentes na década de 1980 como: o emprego de suportes para uso amador e doméstico – marcado pelo uso efetivo do vídeo e do longo percurso paralelo do formato 16mm em contextos familiares -, coadunado a um público mais interessado em tratar de temáticas de esfera mais pessoal do que privada favoreceu um discurso estético de coexistência e interdependência de duas esferas complementares no cinema: a ‘esfera pública’ – com a produção industrial cinematográfica e suas demandas – e, por outro lado, a ‘esfera privada’, que compreende as temáticas mais pessoais que abarcam a condição de ‘amador’ (ZIMMERMAN, 1995; WINSTON, 1996).
    Em consonância a esses pensamentos, as demandas pertinentes à esfera pessoal, como o discurso estético da reconfiguração da imagem da pele negra, são percebidas e assimiladas à imagem por meio da incorporação física e multissensorial da ‘visualidade háptica’ (MARKS, 2000) que engaja corporalmente o espectador à memória e à experiência cultural dos filmes e não simplesmente uma representação visual da sua experiência. Os procedimentos e técnicas ligados ao amadorismo – como as lógicas de um olhar articulado por imagens ‘fora do controle’ – e articulação de outros sentidos da imagem, como o ato de explorar sua superfície, compreendem as resistências e negociações que permitem que tais corpos circulem nas mais diversas janelas de um mundo diaspórico. Este movimento sintetiza as bases sólidas para os tensionamentos da produção simbólica de um lado (DYER, 1997) e do campo da cultura do outro (HALL, 2006; MARKS, 2000)

Bibliografia

    DYER, Richard. White. London: Routledge, 2017 [1997].

    ESHUN, Kodwo. The ghosts of songs. The film art of the Black Audio Film Collective. 1982-1998

    HALL, Stuart. Da diáspora. Identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2006.

    MARKS, Laura. The skin of the film. Intercultural Cinema,Embodiment, and the Senses. Duke University Press. Londres, 2000.

    WINSTON, Brian. Technologies of seeing. Photography and television. British Film Institute. Londres, 1996.

    ZIMMERMAN, Patricia R. Reel families. A social history of amateur film. Indiana University Press. Indianopolis, 1995.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br