O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Bruno Bortoluz Polidoro (Unisinos)

Minicurrículo

    É mestre em Comunicação e graduado em Realização Audiovisual pela Unisinos. Atua há 15 anos como diretor de fotografia em filmes, videoartes e séries televisivas. Com foco em conteúdo, assinou a fotografia de 16 longas, entre eles “Bio” e “Legalidade”.
    Recebeu prêmios pelo seu trabalho como fotógrafo, com destaque para os dois Kikitos em Gramado. Também dirigiu curtas e o longa “Sobre sete ondas verdes espumantes”. É sócio da Besouro Filmes e professor de direção de fotografia na Unisinos.

Ficha do Trabalho

Título

    Potência do escuro na fotografia: jogo de sombras em Christopher Doyle

Seminário

    Teorias e análises da direção de fotografia

Resumo

    Este trabalho propõe uma inversão de paradigma do pensar a fotografia cinematográfica: coloca o escuro como centro da formulação dos desenhos de iluminação. Autentica a potência do escuro, apresentando sua força como base da imagem que nasce e permanece em suas bordas (escuro-moldura), e a sombra, que brota resultante do aparecimento da luz. A análise é feita em filmes com fotografia de Christopher Doyle, e aponta nessas imagens jogos de claros e escuros criados por uma luz líquida.

Resumo expandido

    Este trabalho propõe uma inversão do paradigma da fotografia cinematográfica, colocando o escuro como centro da formulação dos desenhos de iluminação. Autentica a potência do escuro, apresentando sua força como base da imagem que nasce e permanece em suas bordas (escuro-moldura), e o escuro que brota resultante do aparecimento da luz – a sombra. A análise é feita em filmes com fotografia de Christopher Doyle e aponta neles jogos de claros e escuros criados por uma luz líquida.

    No escuro tudo é possível à imaginação, a escuridão esconde do espectador, autorizando-o a imaginar qualquer coisa. Por isso a potência do escuro: por nele caberem todas as formas virtuais. O escuro também é assustador: nele, caminha-se tateando, desejos ocultos afloram.

    Para fazer-se cinema, o escuro precisa da luz, que avança sobre os corpos que nele se ocultam. Começa a ser mostrado e a ser visto o que só existia virtualmente. Pensamos nas possibilidades da luz atualizá-lo; cada facho lumínico dispara um acontecimento no escuro, que traz consigo novas imagens e sentidos. No entanto, compreendendo o que Didi-Huberman (1998) falou com “abrir os olhos”, ainda que a luz reduza possibilidades, ela pode trazer imagens que não foram imaginadas para a escuridão.

    Nosso desejo de manipular luzes e escuros encontra força nas imagens produzidas por Christopher Doyle. Diretor de fotografia australiano, Doyle entra na história do cinema ao mergulhar nas escuras ruas de Hong Kong. O enigmático território portuário é repleto de arranha-céus que escondem o sol das ruas. Essa escuridão é rompida pelo fluxo de carros e os letreiros de neon. O escuro que marca a cidade é um escuro complexo, pois a poluição visual faz com que o céu da cidade brilhe: as nuvens são visíveis, mescladas de tons de azul, vermelho e verde. Hong Kong seduz pelos ruídos e choque cultural, mas, acima de tudo, por ser um espaço de grande contraste visual.

    Ainda que Doyle tenha desenhado imagens com outros diretores como M. Night Shyamalan e Gus Van Sant, esta pesquisa centra na análise das obras que fotografou com direção de Wong Kar-Wai. Na imagem escura das ruas, os corpos dos atores estão em constante tensionamento entre luzes e sombras. A luz concretiza corpos e atos; realiza-os. Ao decidir o que mostrar e o que deve permanecer na escuridão, Doyle e a fotografia criam essa atualização do escuro. A cada novo ponto de luz, outras possibilidades imaginadas retornam à escuridão.

    Deleuze (1992) fala da relação entre luz e trevas no cinema como de alternância ou de luta, como também costumamos pensar. Porém, no decorrer da pesquisa desenvolve-se a ideia não de dicotomia, mas de haver um jogo com os claros e os escuros. Um dos principais elementos desse jogo é a sombra, um escuro que resiste, brota a partir da própria luz. A sombra é como um rastro, pois lembra o corpo que a produziu; surge da luz que toca esse corpo; mas segue, projeta para frente, criando novos elementos visuais dentro da imagem principal.

    As sombras também são compostas de escuro e, a partir dos conceitos de Sartre (2008), trabalhamos com a ideia de que possuem existência própria, diferente da existência do Escuro. A sombra é uma atualização do escuro, resultado da luz que ilumina o corpo e forma um novo elemento. A imagem totalmente escura guarda para si tudo; já o escuro da sombra é um construído: mostra sua origem, o objeto que a gera ao ser iluminado. A sombra nasce para esconder, mas resulta de um objeto que obstruiu a luz. O seu potencial está em olhar para nós e mostrar que o corpo iluminado guarda segredos. A sombra é um rastro: quer que abramos os olhos, tentando fazer com que se compreenda o que objeto que dela surge pode nos dizer. Ao tensionar o escuro, com Bauman (2001) a luz pode ser pensada como líquida, pois muda como se escorresse pelos corpos. Refletores e luzes dos ambientes inundam-nos e estes jogam com elas. Nasce assim, o jogo da iluminação na fotografia, que esconde e seduz.

Bibliografia

    ALTON, John. Painting with light. New York: The Macmillan Co., 1949.
    AUMONT, Jacques. O olho interminável: cinema e pintura. São Paulo: Cosac&Naify, 2004.
    BAUMAN, Zigmunt. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.
    BELLOUR, Raymond. Entre-Imagens: Foto, cinema, vídeo. São Paulo: Papirus, 1997.
    BERGSON, Henri. Memória e Vida. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
    BEZERRA, Julio; FURTADO, Filipe. (Org). Cidade em chamas: o cinema de Hong Kong. Rio de Janeiro: Firula Filmes, 2018.
    DELEUZE, Gilles. Conversações. São Paulo: Ed. 34, 1992.
    DELEUZE, Gilles. A imagem-tempo. São Paulo: Brasiliense, 2007.
    DIDI-HUBERMAN, Georges. O que vemos, o que nos olha. São Paulo: Ed. 34, 1998.
    FLUSSER, Vilém. Filosofia da caixa preta. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2002.
    KILPP, Suzana. Panoramas especulares. UNIrevista. Vol. 1, n. 3, 2006.
    SARTRE, Jean-Paul. A imaginação. Porto Alegre: L&PM, 2008.
    TARIN, Francisco J. G. Wong Kar-wai: grietas en el espacio-tiempo. Madrid: Ed. Akal, 2008.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br