O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Sheila Schvarzman (UAM)

Minicurrículo

    Sheila Schvarzman é Pós-Doutora em Multimeios e doutora em História Social- UNICAMP. Professora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Anhembi Morumbi – SP. Organizou com Fernão Ramos a “Nova História do Cinema Brasileiro” em 2 volumes. São Paulo, Editora Sesc, 2018, na qual escreveu 3 capítulos, dentre eles O Cinema Brasileiro Contemporâneo de Grande Bilheteria. entre outros artigos e livros sobre a História do Cinema e o Cinema na História. É membro do Conselho da SOCINE.

Ficha do Trabalho

Título

    O que resta do Cinema Brasileiro Contemporâneo de Grande Bilheteria

Resumo

    Refletimos sobre os caminhos atuais do cinema brasileiro de grande bilheteria marcado por forte perda de público, diminuição de produções, mudança nas temáticas e gêneros e a crise nas formas de sustentação. O que resta de uma produção – talvez errática, talvez já por se firmar – que políticas públicas haviam permitido se desenvolver? Por onde caminha esse cinema durante os últimos três anos? A quem se dirige e o que procura dizer? Que país é possível entrever a partir dessas ficções?

Resumo expandido

    O cinema brasileiro contemporâneo de grande bilheteria veio se afirmando desde 2002-3, ano de sucessos e repercussão pública. A partir de 2006 a comédia se firma como o gênero de maior público e a partir de 2009 é sensível no aumento do público e nas temáticas a participação do público popular, a então chamada Classe C, camada que estava ascendendo de níveis de pobreza para uma maior possibilidade de consumo, educação e valorização pelo trabalho. Apesar dessa mesma classe ser ainda alvo do riso e de preconceitos arraigados que se exprimiam em muitas dessas comédias, e do consumo através de enriquecimento súbito, viagens de cruzeiro ou compras em Miami ou visitas à Disneyworld ser um dos seus temas mais frequentes, ao longo da década seguinte filmes mais voltados para essa camada, ou mais sensíveis aos seus interesses e características também despontam com grandes resposta de público que passava a frequentar os multiplexes dos Shoppings Centers, outra das aspirações significativas do período. Título exemplar nesse sentido é Vai que Cola, onde atributos, signos e lugares cultuados pela classe média tradicional são subvertidos e convertidos em alvo do riso. Ao longo desse período, apesar do caráter errático dos temas e gêneros (ora apoiados em sucessos da TV e depois da TV paga, ora adaptando sucessos literários, ou do teatro e apostando até mesmo em adolescentes da TV e da internet), o cinema brasileiro foi capaz de criar franquias de sucesso na comédia e na comédia romântica, revelar seus cômicos de sucesso (todos da TV paga), e abria brechas em direção a comédias francamente populares, como nos filmes cearenses de Helder Gomes. Ou seja, temáticas, recriações e reapropriações a partir da TV e da TV paga, comediantes de prestígio e até mesmo incursões por novos gêneros como o filme religioso em suas vertentes católica, espírita e evangélica, recheados de melodrama e até mistério. Com a crise política e econômica que começa a se fazer sentir mais fortemente a partir de 2015 no cinema e sobretudo, 2016, as produções ganham novas inflexões. O ano de 2016 tem ainda apostas num público francamente popular, mas esses filmes diminuem muito em 2017 quando são substituídos por tios e mães simpáticas ou histéricas, crianças e adolescentes em direção à formatação de ‘filmes familiares’ não mais centrados no consumo e ascensão social como na franquia Até que a Sorte nos Separe, por exemplo. Trata-se agora da convivência entre jovens e adultos, as diferenças geracionais, ou o bulling entre os jovens, resolvidos por fadas!
    Há apostas em filmes de caráter político sob o manto do filme de ação, tornando heróis agentes da Polícia Federal, aproveitando-se do clima de conflito político, chegando até a um super-herói vingador: O Doutrinador (2018). Importante lembrar que a maioria expressiva dessas produções conta com a co-produção de Majors norte-americanas que garantem inclusive o investimento tecnológico, como é perceptível nesse ‘primeiro super-herói brasileiro’, conforme saudado pelo entusiasmo de um crítico jornalístico. No entanto, o público popular desapareceu das salas. As grandes bilheterias que entre 2003 até ao menos 2016 chegavam à dezena, restringem-se já em 2018 a um ou dois filmes, com bilheterias que não alcançam mais os milhões que outros anos conheceram. Em 2019 volta-se a apostar em comédias e franquias aparentemente seguras. Voltam as apostas nos filmes religiosos, mas os problemas com a Ancine e o corte drástico dos patrocínios a cultura e, antes de tudo a relação negativa com o país e o alto custo dos ingressos impactam o interesse do público pelos filmes brasileiros. Sendo assim, do que ainda falam esses filmes? A que realidade estão conectados? A que espectador se dirigem? Que país constroem em suas imagens?
    É a esse período crítico política, social, econômica e culturalmente que lançamos nosso olhar a partir dos filmes realizados e por realizar. E às políticas em vigor ou, até mesmo aquelas que deixarão de existir.

Bibliografia

    CAETANO, Maria Rosario – Em busca de circuito exibidor. Entrevista com Bruno Wainer. Revista de Cinema. 18.3.2019 http://revistadecinema.com.br/2019/03/em-busca-de-circuito-exibidor/ Acesso em 17.4.2019
    FAILACHE, Maurício José Vera – Cinema Brasileiro e Mercado: estudo de caso sobre o filme Dois Filhos de Francisco. Tese de Doutoramento. UFSCAR, 2019
    OBSERVATÓRIO BRASILEIRO DO CINEMA E DO AUDIOVISUAL https://oca.ancine.gov.br/cinema Acesso em 17 e 18/4/2019
    SCHVARZMAN, Sheila – O cinema contemporâneo brasileiro de grande público e a crise brasileira, Revista Olho da História 23, novembro de 2016
    SCHVARZMAN, Sheila – O Cinema Contemporâneo Brasileiro de Grande Público IN RAMOS, Fernão P. e SCHVARZMAN, Sheila (org.) Nova História do Cinema Brasileiro vol II. São Paulo: EDSESC, 2018.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br