O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Paula Nogueira Ramos (USP)

Minicurrículo

    Paula Ramos é doutoranda no programa Projeto, Espaço e Cultura da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU/USP). Sua pesquisa é voltada para o espaço de encontro entre a instalação, o audiovisual e a performance. Tem mestrado em História da Arte Contemporânea e Cultura Visual pela Universidad Complutense de Madrid (UCM) e é formada em Midialogia pela UNICAMP. É fotógrafa e montadora, atuando em parceria com artistas da dança contemporânea em São Paulo.

Ficha do Trabalho

Título

    Joan Jonas, do espelho ao vídeo

Seminário

    Interseções Cinema e Arte

Resumo

    A estadunidense Joan Jonas usa o espelho como primeiro suporte de suas peças no final da década de 1960. Passa a operar com dispositivos de vídeo e projeção de imagens em suas performances. A comunicação analisa o processo de Jonas a partir da relação entre a espacialidade especular e suas reverberações nos espaços do vídeo, com o intuito de compreender as transformações e traduções de meios nas quais atua, assim como mapear as funções simbólicas, estéticas e políticas sugeridas em suas obras.

Resumo expandido

    A artista Joan Jonas usa o espelho como primeiro e principal suporte de suas performances no final da década de 1960. A presença do objeto surge a partir da descoberta dos contos de Jorge Luís Borges, referência intrínseca para a criação de espaços simbólicos. Ainda que seu uso não seja escultórico em si, os espelhos estabelecem uma relação direta com a escultura, que passava por um processo de mudança naquele período devido aos artistas do minimalismo: o movimento do público tornava-se primordial para a especificidade dos objetos e para a presentidade adquirida em termos da percepção fenomenológica do corpo. (JUDD, 1965; MORRIS, 1978). Jonas recupera um motivo da pintura para alcançar tais características da arte minimalista. A artista apropria-se da ideia de mergulho no espaço pictórico, condicionando ao espelho a função de romper com a superfície da performance e, ao mesmo tempo, permitir a entrada do observador na espacialidade do objeto. O espelho, portanto, marca o novo pensamento da artista sobre o espaço.

    Nessa mudança de olhar, da forma estática da escultura para trabalhos que se movimentam, Jonas cria suas obras através das traduções de um meio a outro: da escultura para a performance, do vídeo para a instalação, etc. O espelho, como também os outros meios de reflexão ou recorte da imagem – a água do lago, o monitor ligado a uma câmera ao vivo – são lugares em que a obra acontece. Assim como o papel e a parede são suportes para a criação de um universo que surge do ato de desenhar figuras, formas geométricas e o próprio contorno dos objetos em suas ações. O espaço, aparentemente, se dá internamente às imagens provocadas pelo uso variado de dispositivos e ferramentas. Essas imagens são, muitas vezes, totalizadoras, no sentido de que já não percebemos o entorno, exceto por sua reflexividade no interior do dispositivo ou do suporte.

    Com o intuito de discutir as problemáticas do espaço especular e videográfico nesta comunicação, faremos referência a três momentos da obra da artista. O primeiro é composto por trabalhos como Mirror Pieces (1969) e Jones Beach Piece (1970), que dizem respeito às experimentações da artista com o espelho em lugares fechados e externos. No segundo, veremos a associação que a artista faz entre o espelho e o vídeo a partir da aquisição de sua primeira câmera portapak em obras como Wind (1968) e Organic Honey´s Visual Telepathy (1972). Por fim, faremos alusão às performances com instalações audiovisuais, como Lines in the sand (2002), The Shape, the Scent, the Feel of Things (2004) e Reanimation (2010-2012).

    Para Joan Jonas, o espelho é um objeto de transformação abstrata do espaço, pois quando manuseado pela artista, é capaz de produzir um devir da imagem. Não imprime uma estaticidade e tampouco uma forma final, não gera permanência, é cambiante em sua efemeridade. O espelho desenvolve uma relação com o tempo, criando uma paisagem sem limites. Os diversos usos do vídeo na obra de Jonas acabam por ter função similar à do espelho. A obra em circuito fechado expressa um deslocamento entre o posicionamento da tela de videoprojeção e a captação da imagem da cena pela câmera. Diversas linhas e diagonais imaginárias se cruzam no local da performance, já que o ângulo do enquadramento da objetiva dificilmente representa o ponto de vista do espectador. Quando a câmera filma o próprio monitor e o espaço entre essas telas, vê-se uma infinidade de imagens que tem efeito parecido ao de um espelho diante do outro. Quando a projeção exibe um vídeo de outro espaço-tempo, somos mais uma vez transportados para o exterior da sala e outra janela se abre.

Bibliografia

    ALBARRÁN, Juan; ESTELLA, Iñaki (eds). Llámalo performance: historia, disciplina y recepción. Madrid: Brumaria, 2015.
    FOSTER, Hall. “O ponto crucial do minimalismo”. In: O retorno do real. São Paulo: Ubu Editora, 2017. pp. 51-78.
    ____________ “A escultura refeita”. In: O complexo arte-arquitetura. São Paulo: Ubu Editora, 2017. pp. 159-196.
    FOUCAULT, Michel. “Outros Espaços”. In: ________, Ditos e escritos III. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2001. pp. 411-422.
    JONAS, Joan. “Space, Movement, Time”. In: DENERI, Anna; NATALICCHIO, Cristina (ed.). Joan Jonas. Milão: Edizioni Charta, 2007. pp. 48-71.
    JUDD, Donald. “Objetos específicos (1965)”. In: FERREIRA, Glória; COTRIM, Cecilia (orgs.). Escritos de artistas – anos 60/70. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed, 2009. pp. 96-106.
    MORRIS, Robert. “O tempo presente do espaço (1978)”. In: FERREIRA, Glória; COTRIM, Cecilia (orgs.). Escritos de artistas – anos 60/70. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed, 2009. pp. 401-420.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br