O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Caio Túlio Padula Lamas (ECA/USP)

Minicurrículo

    Caio Lamas é doutorando pelo Programa de Meios e Processos Audiovisuais da Universidade de São Paulo (ECA/USP), mestre com Menção Honrosa em Ciências da Comunicação pela mesma instituição (2013) e integrante do Grupo de Estudos de Linguagem: Práticas Midiáticas (MidiAto). É professor das Faculdades Integradas Rio Branco e da Faculdade Campo Limpo Paulista, além de diretor de curtas-metragens em bitola digital.

Ficha do Trabalho

Título

    Discursos sobre jovens em conflito com a lei: considerações críticas

Seminário

    Cinema brasileiro contemporâneo: política, estética, invenção

Resumo

    A presente comunicação visa delinear algumas das políticas de representação do cinema brasileiro contemporâneo, bem como de outros setores da produção audiovisual, que busquem fissuras no processo de estigmatização de jovens em conflito com a lei. Para tanto, foram escolhidos o longa-metragem De Menor (2013), o curta-metragem Arteiro (2018) e a websérie O Filho dos Outros (2017) como articuladores de discursos pautados pela desigualdade racial e pela cultura juvenil.

Resumo expandido

    Delinquentes, pivetes, trombadinhas, bandidos, assassinos, predadores, traficantes. Muitas são as designações que circulam para especificar um caso peculiar de infrator: a da criança e do adolescente em conflito com a lei. De todos esses termos, talvez o mais cristalizado no senso comum e na mídia seja o do menor infrator, expressão de um estigma de significativas reverberações contemporâneas.
    De acordo com dados divulgados pelo Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e das Medidas Socioeducativas do Conselho Nacional de Justiça (DMF/CNJ), há um total de 22.203 adolescentes internados nas 461 unidades socioeducativas em operação no país. Ao mesmo tempo, há um processo acelerado de extermínio de jovens no país: 33.590 foram vítimas de homicídios somente no ano de 2016, de acordo com o Atlas da Violência 2016. E esse número tem cor: de acordo com dados divulgados pela Fundação Abrinq, no período de 1997 a 2017 o número de jovens negros assassinados aumentou 429%.
    Observa-se daí que jovens são mais vítimas de crimes do que seus executores, ao contrário do que defendem discursos favoráveis à diminuição da maioridade penal, recorrentes tanto no decorrer do processo eleitoral de 2018 como no início de mandato do presidente Jair Bolsonaro. Nesse contexto, a diminuição é colocada ao lado da liberação do porte de armas e do endurecimento da retaliação policial como medida salvadora da grave crise de violência pública que percorre o país.
    Trata-se, portanto, de um grave problema social, e que se encontra frequentemente abordado por diferentes mídias. Espalhadas por telejornais, revistas, jornais, redes sociais e diferentes programas jornalísticos, veem-se imagens que representam um tipo peculiar de sujeito, cujas marcas já são conhecidas: pobre, negro, maltrapilho, de olhar baixo e voz distorcida, perigoso e violento. Nada mais exemplar de um outro ameaçador, monstruoso, que deve necessariamente ser isolado do convívio social e colocado à distância segura.
    Para além da imprensa, o jovem em conflito com a lei também está disponível ao olhar dos espectadores do cinema brasileiro: do drama Pixote: a lei do mais Fraco (Hector Babenco, 1979), marco da cinematografia nacional, a filmes posteriores como Cidade de Deus (Fernando Meirelles, 2002), Os 12 Trabalhos (2006), Querô (Carlos Cortez, 2007), Juízo: jovens infratores no Brasil (Maria Augusta Ramos, 2007), circulam outras imagens, de diferentes abordagens, gêneros e estilos, frequentemente enfrentando o estigma do menor infrator e buscando outras formas de representação.
    Dentro dessa perspectiva, a presente comunicação visa delinear algumas das políticas de representação do cinema brasileiro contemporâneo, bem como de outros setores da produção audiovisual, que busquem fissuras no processo de estigmatização de jovens autores de atos infracionais. Para tanto, foram escolhidos o longa-metragem De Menor (Caru Alves de Souza, 2013), o curta-metragem Arteiro (Bruno Carvalho, 2018) e a websérie O Filho dos Outros (Coletivo Rebento, 2017) como articuladores de outros discursos, pautados pela crítica ao sistema de justiça, pela desigualdade racial e pela inclusão desses jovens em uma cultura marcada pelo rap, a expressão poética e o consumo.

Bibliografia

    ESPÍNDULA, D. et al. “Perigoso e violento”: representações sociais de adolescentes em conflito com a lei em material jornalístico. PSIC: Revista de Psicologia da Vetor Editora, 7 (2), 11-20, 2006.
    FOUCAULT, Michel. A Ordem do Discurso. São Paulo: edições Loyola, 2014.
    GOFFMAN, E. Estigma. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1978.
    HAMBURGER, Esther. Política da Representação. Contracampo, n. 8, 2003. Disponível em: http://www.contracampo.uff.br/index.php/revista/article/download/431/344.
    MAZZARA, B. M. Estereotipos y prejuicios. Madri: Acento Editorial, 1999.
    XAVIER, Ismail. O Discurso Cinematográfico: a Opacidade e a Transparência. São Paulo: Paz e Terra, 2005.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br