O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Guryva Cordeiro Portela (unicamp)

Minicurrículo

    Graduação em Artes Cênicas pela Universidade Federal de Pernambuco (2012.2). Mestre pela universidade estadual de Campinas (Unicamp), pós-graduação em artes da cena (2015 -2017). Doutorando pela universidade estadual de Campinas (Unicamp), pós-graduação em Multimeios (2018), onde pesquiso o ator como forma fílmica, com objeto de análise o ator Toshiro Mifune. Atua como pesquisador, ator, professor e preparador de elenco (treinamento Físico).

Ficha do Trabalho

Título

    Toshiro Mifune – Análise do registro de atuação em Rashomon

Resumo

    O presente resumo constitui uma analise do registro de atuação de Toshiro Mifune em Rashomon, Akira Kurosawa 1954. Colocando em evidencia as diferentes técnicas de atuação de Mifune dentro no mesmo filme, a partir da ótica da Antropologia Teatral de Eugenio Barba (1994). Analisando-se princípios semióticos no jogo do ator e traçando relações entre os códigos teatrais histriônicos e de verossimilhança que prioriza a imitação do comportamento na vida cotidiana, defendidos por Roberta E. Pearson.

Resumo expandido

    A busca pela verdade encontra-se entre as linhas do testemunho em Rashomon, o conto filosófico de Ryunosuke Akutagawa (1892-1927) que Akira Kurosawa adaptou para roteiro cinematográfico, cuja influência duradoura pode ser medida tanto pela difusão do cinema japonês em todo o mundo quanto pelo seu impacto na narrativa moderna. Expostos através de uma estrutura não convencional em que os mesmos eventos têm interpretações contraditórias por seus participantes, o filme toma a forma de um enigma existencial sem uma resposta, empregando narradores e flashbacks não confiáveis através dos quais a memória e a verdade se tornam suspeitas. Esta comunicação busca analisar o programa gestual de Mifune, e assim como as verdades contadas em Rashomon, podemos subdividir um estilo para cada historia narrada.
    Como estofo de analise, observo que no uso dos estilos de atuação alguns códigos que quando colocados em evidencia podem determinar o jogo do ator. Nesta comunicação viso analisar os diferentes estilos em corelação com os demais elementos cinematográficos, a fotografia, a mise-en-scène, o jogo com outros atores. São os programas gestuais de duas vertentes de atuação que busco qualificar neste estudo, ao buscar um olhar que crie uma diferenciação entre o naturalismo e não-naturalismo dentro do mesmo filme
    Em Rashomon, um filme sobre a natureza da verdade e da realidade, um crime e suas consequências são relembrados, e cada diferente ponto de vista das descrições do estupro e assassinato fornecidas pelo bandido, pela esposa, pelo marido e pelo lenhador. No que concerne à técnica japonesa de atuação cada gesto expandido pode ser decomposto e analisado dentro dos parâmetros da antropologia teatral. Levando-se em consideração que o mesmo ator joga em diferentes registros de atuação no mesmo filme, podemos analisar as diferentes nuances da personagem para cara “verdade” relatada na narrativa do filme.
    O personagem estudado nesta análise, o bandido Tajômaru, Toshiro Mifune, compromete todo o seu corpo a luxúria e sede de sangue. Ele pula, grita e mostra os dentes como uma criatura da selva, um lobo. Suas sobrancelhas ganham proporções muito altas sobre os olhos esbugalhados, dando a máscara facial construída para Tajômaru a possibilidade de nuances que as tantas versões da historia necessitam. Criando uma linha de atuação que passeia do histriônico ao naturalismo quase classicista, entre o épico e o drama. Por isso a narrativa do Rashomon é enganosamente simples: A mesma historia é contada em quatros versões de um mesmo assassinato. Enganosamente simples por que a versão da mesma historia ganham ares das verdades individuais, cada personagem ganha sua verdade dos fatos. Neste ponto a analise tratará as versões das atuações do mesmo personagem, Tojômaru, nas verdades de cada personagem que narra.
    A atuação de Mifune passeia entre a selvageria aterrorizante, a brutalidade quente e o terrível homem selvagem, como em nuances sutis de delicadeza, medo e fraqueza. As cenas que cito tentam clarificar essas nuances. Tajômaru não age de forma inconsciente, mas consciente da sua selvageria inata, Mifune constrói uma atuação que começa nos tecidos mais profundos, de modo que até um close-up com uma expressão marcada pela fúria ou pelo cômico, como a cena em primeiro plano de sua própria narrativa, mostra ter um corpo inteiro trabalhando por trás do close. Para cada cena Toshiro nos mostra um personagem diferente, um corpo, uma forma de mover, de agir e de olhar, mas cujas energias vitais se amplificam, dando força as imagens.
    Em Rashomon, Mifune constrói um personagem que hora é fúria da natureza, hora cambaleia, balbucia, rosna. Esse devir animal que habita as profundezas do corpo da personagem nos é amplificado em imagens. Cada recorte de cena buscará evidenciar, na decomposição do gesto e do movimento, princípios semióticos no jogo do ator e traçando relações entre os códigos teatrais histriônicos e de verossimilhança do naturalismo.

Bibliografia

    AUMONT, J. A imagem. Trad. Eloisa Araujo. – Campinas, SP. Papirus, 2012.
    BARBA, Eugênio. A Canoa de Papel: Tratado de Antropologia Teatral.São Paulo. São
    Paulo, Hucitec,1994.
    ______________e SAVARESE, Nicola. A Arte Secreta do Ator. São Paulo, Hucitec,
    1995.
    BURNIER, Luis Otávio. A Arte de Ator: da Técnica à Representação. Elaboração, codificação e sistematização de técnicas corpóreas e vocais para o ator. Campinas: Editora da UNICAMP, 2001.
    Gumbrecht, Hans Ulrich , 1948- Produção de presença 😮 que o sentido não consegue transmitir 1 H. Ulrich Gumbrecht; tradução Ana Isabel Soares. – Rio de Janeiro :Contraponto :Ed. PUC-Rio, 2010.
    MOULLET, L. La politique des acteurs. Paris: Editions de l’Etoile – Cahiers du Cinéma, 1993.
    Pearson, Roberta E. Eloquent Gestures: The Transformation of Performance Style in the
    Griffith Biograph Films. Berkeley: University of California Press, c1992 1992.
    http://ark.cdlib.org/ark:/13030/ft5t1nb3jp/
    Yampolsky, Mikhail. Mask Face and Machine Face. TDR (1988

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br