O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Bernadette Lyra (UFES)

Minicurrículo

    Doutora em Artes/Cinema pela ECA/USP com pós-doutorado na Université René Descartes, Sorbonne, Paris. Sócia fundadora e atual membro do Comitê Científico da SOCINE. É Professora Visitante do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFES. Publicou Fotogramas do Brasil (2014) e O jogo dos filmes (2018) além de outros livros, participação em antologias e artigos em revistas da área de Cinema e Audiovisual, no Brasil e no exterior.

Ficha do Trabalho

Título

    O FILME MUSICAL DE GANGSTERS CONTEMPORÂNEO E O CINEMA DO SENSÍVEL

Mesa

    A MEMÓRIA CULTURAL DO CINEMA DE GÊNERO: UM MUSICAL DE GANGSTERS HOJE

Resumo

    Na memória do cinema, o lisível e o visível são diferentes ordens de articulação das experiências de espectadores de um filme. Este trabalho aponta uma terceira via, o sensível, voltado à experiência cinematográfica em um filme musical de gangsters contemporâneo. Para isso, são analisadas as bandas sonora e imagética do filme Baby Driver (2017), de Edgar Wright, à luz de desdobramentos teóricos da produção de presença e noções de ambiência, atmosfera e clima, expostas por Hans Ulrich Gumbrecht.

Resumo expandido

    A memória cultural do cinema permite construir uma imagem do passado dos gêneros cinematográficos através de materialidades narrativas e tecnológicas, apreendidas nesse processo. O passado que esse tipo de memória refaz confirma uma imagem e uma identidade, que permitem o entendimento de produções cinematográficas do presente, uma vez que a formação genérica primitiva é mantida, mas diversificada diante das circunstâncias técnicas, estéticas e socioculturais que vão se acumulando e se sucedendo, ao longo do tempo, em produção após produção. Essa é a premissa básica que sustenta este trabalho sobre o filme Baby Driver (2017), de Edgar Wright, aqui considerado um musical de gangsters, o que , por si só, remete à importância da chegada da tecnologia sonora ao cinema, após um início em que as limitações técnicas a impediam, como observa Nöel Bruch, que comenta o quanto público de então sentia necessidade de um acompanhamento sonoro para as imagens, pois o silêncio era insuportável. O fato é que a tecnologia do som, revitalizou os estúdios e, na década de 30, promoveu a expansão de gêneros, em especial os filmes de gangsters e os musicais, que iniciam uma era de sucesso de mercado e de público. É importante frisar que a chegada do som no cinema possibilitou ao espectador dos filmes de gângster e dos musicais uma relação sensorial que não era possível no cinema mudo. Mas vale lembrar que a adaptação do som à narrativa se fez por meio de uma lenta e progressiva evolução, em que a tecnologia, a técnica e a estética entram como parceiras. O certo é que os filmes de gangsters logo se beneficiaram dos ruídos de tiros, dos gritos, do derrapar dos pneus de carros em fuga que são seus elementos climáticos; ao mesmo tempo, os musicais iniciavam o uso do som como foco principal da narrativa, ao lado das danças. De toda forma, esses dois gêneros se concretizam em filmes que possibilitam uma atmosfera específica, pois os espectadores assistem a eles em duas vias possíveis da conjugação entre o som e a imagem: a lisibilidade, que permite acompanhar a história narrada, e a visibilidade, sustentada pela consonância ou dissonância material de elementos sonoros e imagéticos. A partir dessas considerações iniciais, torna-se possível selecionar para análise um filme atual que, através de uma condição específica de ser um musical de gangsters, consegue juntar todos os elementos presentes nessas duplicidades apontadas e ultrapassá-las na experiência dos espectadores, que podem apreender nele uma terceira via, o sensível, depreendida tanto de demarcações narrativas tradicionais quanto da atualização tecnológica atualíssima do uso do som e da imagem. Assim, em Baby Driver − embora tudo remeta a um comprometimento fiel com o passado dos gêneros envolvidos − as atualizações de uma tecnologia sonora de última geração, os movimentos dançantes (que ficam por conta do inusitado balé de um automóvel Subaru WRX dirigido em alta velocidade pelo Baby Driver do título, sempre plugado a seu I Pod) e as histórias envolvendo gangs de criminosos, roubos a banco, vingança, mortes, dinheiro e armas tornam possíveis as atmosferas existentes entre o corpo do filme e os afetos dos espectadores atuais, em consonância com o apelo ao sensível, tal como ensina Hans Ulrich Gumbrecht ao se referir ao Stimmung e às formas de presença, em seus estudos, possibilitando outras reflexões sobre as noções de atmosfera, clima ou ambiência nos estudos do cinema.

Bibliografia

    BURCH Noël. Praxis do cinema. São Paulo: Perspectiva, 2011
    CHION, Michel. La audiovisión – Introdución a un análisis conjunto de la imagem y el sonido. Barcelona: Ediciones Paidós Ibérica, S.A, 1994.
    GUMBRECHT, Hans Ulrich. Atmosfera, ambiência, Stimmung: sobre um potencial oculto da literatura. Rio de Janeiro: Contraponto: Editora PUC-Rio, 2014.
    _____. Produção de presença: o que o sentido não consegue transmitir. Rio de Janeiro: Contraponto: PUC-Rio, 2010.
    MARTONI, Alex Sandro. Lendo ambiências: o reencantamento do mundo pela técnica.. Tese. Programa de Pós-Graduação em Estudos de Literatura. Orientação: Adalberto Müller Junior. Universidade Federal Fluminense (UFF), Niterói, 2015, 269 páginas.
    MASON, Fran. Modernity and the Classical Gangster Film. In American Gangster Cinema. From Little Caesar to Pulp Fiction. New York: Palgrave Macmillan, 2002, pp. 1 – 30.
    WEIS, Elizabeth e BELTON, John. (eds.) Film Sound Theory and Practice. New York: Columbia University Press, 1985.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br