O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    CLOTILDE BORGES GUIMARÃRS (ECA/USP)

Minicurrículo

    1984 – Graduação: Cinema – ECA/USP.
    2008 – Mestrado: ECA/USP. Dissertação: O som direto e a voz do outro nos documentários brasileiros da década de 1960. Orientação: Prof. Dr. Eduardo S. Mendes.
    2010 – Professora da disciplina Direção de Som no Curso de Cinema da FAAP-SP
    2016 – Doutoranda na ECA/USP. Orientação: Prof. Dra. Patricia Moran Fernandes
    Desde 2002, organiza debates sobre som na Semana ABC.
    Atividade profissional: https://www.imdb.com/name/nm0096601/?ref_=nv_sr_1?ref_=nv_sr_1

Ficha do Trabalho

Título

    À ESCUTA DE TELEFONE SEM FIO, VIDEO-ARTE BRASILEIRA DE 1976.

Seminário

    Estilo e som no audiovisual

Resumo

    Este trabalho quer discutir experimentações sonoras dentro da produção audiovisual brasileira na sua intersecção com as artes visuais e por isso escolhemos pesquisar a produção videográfica. Nos interessou a liberdade que os videoartistas possuem para explorar temas como a escuta, a sonoridade, o comportamento do som no ambiente e nas mídias e que de alguma maneira definem nossa condição geográfica, cultural e social.

Resumo expandido

    Experimentar é testar um procedimento sem conhecer de antemão o resultado, e foi esta atitude que produziu investigações sonoras pioneiras e variadas: com o ruído sonoro, em The Trip (1974) de José R. Aguilar; com a voz e a escuta em Telefone-sem-fio (1976), de Anna Bella Geiger, Leticia Parente, Fernando Cocchiarale, Ivens Machado, Miriam Danowski, Paulo Herkenhoff e Sonia Andrade e com a composição eletrônica em Vt Preparado AC-JC (1986), de Pedro Vieira e Walter Silveira. Nesta primeira parte da pesquisa, escolhemos começar a analisar a abordagem sobre a escuta e a voz em Telefone sem fio (1976).
    A produção carioca de vídeoarte deste período assimilou procedimentos da arte da performance. O performer trabalha com a expressividade do corpo numa situação comportamental resignificada (GLUSBERG, 2009). Telefone sem fio é uma brincadeira infantil, que consiste em que pessoas, sentadas em roda, cochichem palavras no ouvido das outras, que serão reveladas no final. O vídeo começa com letreiros ao som de um telefone que toca, aludindo à solicitação de um contato/relação, em seguida os artistas performam a brincadeira para a câmera.
    Como Arlindo Machado já nos havia alertado, o estudo de obras vídeográficas nos impõe o desafio de lidar com “um objeto híbrido, camaleônico, de identidades múltiplas, resistente a qualquer tentativa de redução, muitas vezes nem mais objeto, mas acontecimento, processo, ação dissolvido em outros fenômenos significantes” (MACHADO, 2008: 10).
    Por seu caráter aberto e processual, este vídeo proporciona várias possibilidades interpretativas (ECO,1991), muitas delas associadas ao momento político em que foi feito, 1976. Uma delas poderia ser a de uma crítica à TV, pondo à mostra o ruído comunicativo; outra, mostrando o momento de censura em que vivíamos, salientando o ato de trocar palavras em segredo. Ao confrontar a palavra do início à do fim, o grupo de artistas se diverte com os resultados por causa da troca de forma e sentido que as palavras vão ganhando, expressando, como ato de resistência, a alegria de negar o poder da língua (BARTHES,1980) e, por consequência, à todas as formas de poder e autoridade. Para isso são usados o riso, o deboche e a subversão.
    Outra possibilidade interpretativa se insere numa análise de poéticas contemporâneas da vocalidade (sonoridade da voz), se percebermos nesta experimentação com a sonoridade da palavra uma expressão do pioneirismo deste grupo nesta área. Diferentemente dos americanos Paik, Vasulka, T. Conrad, B. Viola, músicos experimentais (ROGERS, 2013), nossos videoartistas vinham das artes visuais, e em decorrência de uma característica intrínseca à essa mídia (gravação de som simultânea à da imagem) acabaram explorando este elemento inadvertidamente.
    A performance registrada pelo vídeo faz referência à etimologia da palavra escutar (do latim auscultare: ouvir com atenção), mostra o gesto da boca que fala ao ouvido de outro, que escuta atentamente de forma privada, um índice não oral de uma performance sobre escuta, naquilo que ela tem de relacional – a voz do outro que me toca e ressoa em mim (NANCY, 2014), nos chamando a atenção também sobre a possibilidade poética que a brincadeira com a sonoridade das palavras pode proporcionar.
    Onomatopeia, aliteração, glossolalia, já eram conhecidas desde a antiguidade (HIGGINS, 1990). Os primeiros poemas fonéticos foram publicados no fim do séc. XIX. Os futuristas italianos e russos propunham libertar as palavras do jugo do significado. Músicos experimentais como Berio , Stockhausen , e Apergghis também exploraram a sonoridade da fala e do aparelho fonador. Experimentações feitas com a escuta voz em Telefone sem fio (1976), ficaram perdidas naquele tempo e espaço, pois não faziam parte de uma pesquisa sistemática deste grupo com o som. Nosso estudo pretende evidenciar este pioneirismo e dar ouvidos a algumas destas experimentações.

Bibliografia

    BARTHES, R. Aula. São Paulo: Ed. Cultrix, 1980.
    ECO, U. Obra aberta: forma e indeterminação nas poéticas contemporâneas. São Paulo: Ed. Pespectiva, 1991.
    GLUSBERG, J. A arte da performance. São Paulo: Perspectiva, 2009.
    HIGGINS, D. Los origenes de la poesia sonora: de la armonía imitativa a la glossolalia. In La Taverne di Auerbach, Alatri,1990.
    HOLDERBAUM, F. Breve Análise dos Discursos nos Estudos sobre Voz e Vocalidades. XXVII Congresso ANPPOM. Campinas, 2017.
    IAZZETTA, F. A imagem que se ouve. In: Prado, G.; Tavares, M.; Arantes, P. (org). Diálogos transdisciplinares, arte e pesquisa. São Paulo: ECA/USP, 2016.
    MACHADO, A. (Org.). Made in Brasil: três décadas de vídeo brasileiro. São Paulo: Iluminuras/Itaú Cultural, 2007.
    MACHADO, A. Introdução. In: MELLO, C. Extremidades do vídeo. São Paulo: Ed. Senac, 2008.
    NANCY, Jean-Luc. À escuta. Belo Horizonte: Chão da Feira, 2014.
    ROGERS, H. Sounding the Gallery: video and the rise of art-music. Oxford: Oxford University Press, 2013.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br