O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Wellington Gilmar Sari (Unespar)

Minicurrículo

    Wellington Sari é graduado em Jornalismo e em Cinema. Atua como crítico e realizador de cinema, nas áreas de direção, produção e roteiro. É sócio-fundador da produtora de cinema O Quadro. Escreve para a Revista Interlúdio, bem como para outras publicações de crítica cinematográfica. Atualmente é mestrando no Programa de Pós-Graduação – Mestrado Acadêmico em Cinema e Artes do Vídeo da Unespar, com orientação do Prof. Dr. Eduardo Tulio Baggio.

Ficha do Trabalho

Título

    Descobrir a cena: a imagem subterrânea em Profondo Rosso

Resumo

    O objetivo desta comunicação é desvendar, em Profondo Rosso (1975), gestos de criação que refletem práticas iniciadas no Maneirismo pictórico, tendo como referencial o pensamento de Thomas Elsaesser (2018) sobre o papel do cinema como arqueologia das mídias. Para melhor compreender a construção imagética em camadas, prática comum na contemporaneidade, é importante retornar ao período que inaugurou tal prática, bem como ao filme cuja construção se dá em cima de outro filme, Blow Up (1966).

Resumo expandido

    Quando Edgar Allan Poe precisa esconder um importante pedaço de papel em “A Carta Roubada” (2009), onde o coloca? No lugar mais difícil de se ver: em cima de um móvel qualquer, junto de outros papéis banais, à vista. Os diversos personagens do conto passam os olhos pelo espaço em que está o móvel com a carta, mas não a veem. “Imagens nos dão a ver alguma coisa, nos colocam alguma coisa ‘sob os olhos’ e sua demonstração procede, portanto, de uma mostração” (BOEHM, 2015, p.23). Ou seja: toda imagem é acessada, antes de tudo, no nível da superfície. Quando muitas imagens – superfícies – se misturam, corre-se o risco de se perder de vista aquilo que é essencial. É possível considerar, tal como no processo de formação do solo, que imagens podem se acumular umas sobre as outras, fazendo da escavação em direção à essência tarefa mais árdua na medida em que o tempo passa e novas imagens se sobrepõem. E, se há brocas para o solo, há de haver também para as imagens.

    Determinados cineastas construíram suas filmografias em cima da obsessão pela escavação do objeto imagético, seja no aspecto narrativo ou teórico/conceitual. É o caso do italiano Dario Argento, cujas principais obras parecem girar em torno da busca por algum tipo de verdade na (ou, por baixo da) imagem.
    De que modo, então, o cinema, ao ser uma mediação que suporta inúmeras manifestações imagéticas, como a fotografia, a pintura e outros meios, deixa mais complexa a relação entre demonstração e mostração, uma vez que diferentes superfícies se acumulam sobre as outras? Seria o cinema uma espécie de museu de mediações outras? Que pressupostos teóricos Dario Argento articula em seus filmes para responder à pergunta que assola vários dos seus personagens: afinal, a revelação da imagem superficial corresponde à (alguma) verdade?

    Com a sustentação fornecida pelas Teorias dos Cineastas (2004) e levando em conta a abordagem metodológica o pensamento de Thomas Elsaesser (2018) sobre o papel de arqueologia das mídias, o objetivo é desvendar, em Profondo Rosso (1975), gestos que refletem práticas iniciadas no período do Maneirismo pictórico. Vale lembrar que se trata de período da história da arte em que a imagem também era concebida em camadas, no sentido de que o pintor não mais representava o que via no mundo, e sim o que via na imagem do mundo, produzida por um mestre antes dele, segundo definição de Eugenio Battisti (1984).

    Estudar materiais imagéticos em filmes com inclinação maneirista se mostra bastante importante na era da multiplicidade de telas. A construção de imagens em acúmulo foi inclusive assimilada pelo gosto popular, na manifestação do meme, por exemplo. As obras de Dario Argento, por tratarem com consistência da noção de que imagens carregam vestígios (pictóricos, fotográficos fílmicos), se apresentam como campo fecundo tanto para melhor compreensão das relações geológicas entre cinema e pintura quanto para o estudo do campo da imagem como um todo.

Bibliografia

    AUMONT, Jacques. As teorias dos cineastas. Campinas-SP: Papirus, 2004.

    BATTISTI, Eugênio. Renascimento e Maneirismo. São Paulo: Editorial Verbo, 1984.

    BOEHM, Gottfried. “Aquilo Que Se Mostra. Sobre A Diferença Icônica”. In: ALLOA, Emmanuel (org). Pensar A Imagem. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2015. p. 23-38

    DEPOIS daquele beijo. Direção: Michelangelo Antonioni. ROMA/LONDRES. 96 min. son. color. DVD. Título original: Blow up.

    ELSAESSER, Thomas. Cinema como arqueologia das mídias. Organização de Adilson Mendes. São Paulo: Edições Sesc São Paulo, 2018.

    POE, Edgar Allan. A Carta Roubada. Porto Alegre: L&PM, 2009

    PRELÚDIO para matar. Direção: Dario Argento. Roma: CA Produzione, 1975. 106 min. son. color. DVD. Título original: Profondo rosso.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br