O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Amanda Mansur Custódio Nogueira (UFPE)

Minicurrículo

    Professora do Centro Acadêmico do Agreste da Universidade Federal de Pernambuco. Possui Doutorado pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco. Coordenadora do Laboratório de Imagem e Som do Agreste (LAISA). É autora dos livros O Novo Ciclo de Cinema em Pernambuco (2010), A Aventura do Baile Perfumado, (2016) e da tese A Brodagem no Cinema em Pernambuco (2014). Atualmente está realizando pesquisa de pós-doutorado na University of Reading, no Reino Unido.

Ficha do Trabalho

Título

    Cinema e intermidialidade: os ecos narrativos da música do Manguebeat

Mesa

    Montagem Permitida: Eisenstein e Intermidialidade no Cinema Brasileiro

Resumo

    A produção cinematográfica em Pernambuco esboça uma dramaturgia que convive com a efervescência musical, desde a sua retomada na década de 90. O cinema apropria-se da música do Manguebeat, como experiência sinestésica e experiência transmidiática. Com base na metodologia de análise da intermidialidade associada à teoria da montagem de Eisenstein, o objetivo desta comunicação é investigar a relação entre música e cinema na construção narrativa dos filmes, “Era uma Vez eu, Verônica” e “Tatuagem”.

Resumo expandido

    Qual o impacto do movimento musical Manguebeat na retomada da produção cinematográfica em Pernambuco? Como nessa filmografia a música frequentemente define as escolhas dos ângulos de câmera, a performance dos personagens, a montagem e articula a própria narrativa dos filmes? É com o intuito de debater sobre tais questões que propomos esta comunicação.
    Levando em consideração a relação do cinema com as outras artes (Bazin, 2013) e aplicando como método de análise a intermidialidade (Pethö, 2011; Nagib, 2014; Paiva, 2016) associado à teoria da montagem proposta por Eisenstein (1990), usaremos como estudo de caso os filmes, “Era uma Vez eu, Verônica” (2012), de Marcelo Gomes e “Tatuagem” (2013), de Hilton Lacerda, para investigar a relação entre música e cinema na construção narrativa do cinema feito em Pernambuco.
    Os roteiristas e diretores pernambucanos, Marcelo Gomes e Hilton Lacerda, fazem parte da geração que retomou a produção cinematográfica no estado e desde o início de suas carreiras estabeleceram um intenso diálogo com os músicos da cena. O cinema produzido em Pernambuco, a partir do longa “Baile Perfumado” (1996), o chamado “Árido Movie”, era considerado pelos cineastas como o Manguebeat em forma de cinema.
    Na década de 1990, Hilton Lacerda inicia o projeto Dolores & Morales, juntamente com Helder Aragão (Dj Dolores). A dupla é responsável pela capa do disco “Da Lama ao Caos” de Chico Science & Nação Zumbi. E também pela realização de diversos videoclipes para músicos da cena Mangue, entre eles “Homero Junkye”, da banda Mundo Livre S/A, e “Etnia”, da banda Loustal, de Chico Science. Já Marcelo Gomes, em 1993, funda a produtora Parabólica em parceira com Adelina Pontual e Claudio Assis, realizando curtas e vídeos. A música é o tema dos vídeos “Samydarsh” (1993), registro de sons nas ruas do Recife, e “Punk Rock Hardcore” (1995), sobre as bandas do Alto Zé do Pinho.
    Das trajetórias individuais ligadas a história do Manguebeat e da visualidade que ecoava dos primeiros acordes de guitarra e dos tambores de maracatu, foi se desenvolvendo um cinema narrativo musical. Um cinema intermediado pela música, na construção das sensações temporais, táteis e rítmicas.
    No cinema contemporâneo em Pernambuco há uma assimilação do fenômeno musical no contexto da criação artística dos filmes. O “cruzamento das fronteiras midiáticas” (RAJEWSKY, 2012) da música e do cinema, produz desdobramentos estilísticos na montagem dos filmes. A música é incorporada pela narrativa como parte de uma experiência visual performática. Os filmes são dotados de “momentos musicais”, de virtuosismo sonoro-imagético e de paralisações da narrativa para exibição da música.
    Tais “momentos musicais” podem ser relacionados com a visão sinestésica do cinema de montagem de Eisenstein (1990), na qual elementos característicos de cada natureza são combinados de maneira única. Dessa forma, a música, a fotografia, a mise-en-scène são associados em prol de uma experiência sinestésica.
    Já no âmbito na narrativa fílmica, os momentos musicais, ao serem articulados pela montagem, podem ser compreendidos como uma narrativa alternativa dentro desse processo. A trilha sonora, para além de articular os elementos expressivos de distintas natureza é também elemento privilegiado na proposição das organizações temáticas e na construção espaço temporal.
    Nesse sentido, o que nos interessa aqui é justamente investigar a relação da música nos filmes como experiência sinestésica (música para os olhos) e experiência transmidiática (cujo ênfase está na narratologia), tomando como parâmetro as considerações de Samuel Paiva (2016), acerca dos eixos de pesquisa histórica da intermidialidade propostos por Ágnes Pethö (2011) em seu livro “Cinema and Intermidiality: the passion for the in-between”. Nossa intenção é observar nesses filmes quais os diálogos, interferências e contrapontos que a música promove na construção narrativa dos filmes selecionados como estudo de caso.

Bibliografia

    BAZIN, A. Pour un cinéma impur – défense de l’adaptation. In. Qu’est-ce que le cinéma?
    Paris: CERF, 2013, pp. 81-106.
    EISENSTEIN, S. O Sentido do Filme, Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1990.
    NAGIB, L. ‘Politics of impurity’, in L. Nagib and A. Jerslev (eds), Impure Cinema: Intermedial and Intercultural Approaches to Film. London, New York: I.B. Taurus, 2014, pp. 21-39.
    PAIVA, S. Cinema, intermidialidade e métodos historiográficos: o Árido Movie em Pernambuco. Significação: Revista de Cultura Audiovisual, Brasil, v. 43, n. 45, p. 64-82, aug de 2016.
    PETHÖ, A. Cinema and Intermediality: the Passion for the in-Between, UK: Cambridge Scholars Publishing, 2011.
    RAJEWSKY, I. “A fronteira em discussão: o status problemático das fronteiras midiáticas no debate contemporâneo sobre intermidialidade”. In: DINIZ, T.F.N.; VIEI- RA, A.S. (orgs.). Intermidialidade e estudos interartes: desafios da arte contemporânea 2. Belo Horizonte: Rona Editora: FALE/UFMG, 2012, p. 51-74.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br