O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Cid Vasconcelos de Carvalho (UFPE)

Minicurrículo

    Prof. Do Depto. de Comunicação Social da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) com várias publicações na área de cinema e audiovisual, boa parte delas voltada para relações envolvendo cinema e história.

Ficha do Trabalho

Título

    Ressignificando Imagens de Fundação

Seminário

    Cinemas pós-coloniais e periféricos

Resumo

    Proponho uma análise comparativa do documentário “Sobre a Violência” (Om Vald, 2014), de Göran Olsson com as produções igualmente documentárias “Kuxa Kanema – O Nascimento do Cinema”, (2003), de Margarida Cardoso e “As Duas Faces da Guerra” (2007), de Flora Gomes e Diana Andringa. Os três documentários possuem, em comum, lidarem em maior ou menor grau com “imagens de fundação” de ex-colônias portuguesas, porém o uso delas terá uma moldura interpretativa distinta em cada caso.

Resumo expandido

    Minha proposta exploratória é a de efetivar uma análise do documentário “Sobre a Violência” (Om Vald, 2014), do realizador sueco Göran Olsson, que apresenta extenso material de arquivo vinculado às guerras coloniais e conflitos internos nos países africanos, predominantemente os colonizados por Portugal (Moçambique, Angola, Guiné Bissau), problematizando o uso de suas imagens de arquivo a partir de dinâmicas internas ao próprio documentário, mas igualmente as comparando com produções documentais africanas (em sistema de co-produção) que também fazem uso de imagens de arquivo como “Kuxa Kanema – O Nascimento do Cinema” (2003), de Margarida Cardoso e “As Duas Faces da Guerra” (2007), de Flora Gomes e Diana Andringa. Boa parte do repertório dessas imagens de arquivo em todas as produções citadas remetem ao que chamo de “imagens de fundação” de tais nações, já que o cinema não apenas surge como um dos meios mais efetivos de comunicação com a população no pós-independência, como acompanha, em momento anterior, as próprias lutas de libertação e, num plano que Convents (2011) chama de “cultura cinematográfica” (conjunto de imagens, histórias, cores, sons, técnicos, produtoras, publicações, etc), em momento ainda anterior, seria veículo de construção de uma cultura de identidade nacional através dos cineclubes. O cinema de imagens de arquivo, inclusive, vai ser discutido pioneiramente por Leyda na chave dos filmes que remetem a questões dos estados nacionais e da ressignificação de seus sentidos originais (Nichols, 2016). A utilização das imagens de arquivo raramente ocorre de forma desvinculada de comentários sobre as mesmas através dos mais diversos recursos imagéticos e sonoros. É o que acontece, por exemplo, nos momentos em que os veteranos militares do exército português revisitam e comentam as imagens do conflito brutal que vivenciaram na Guiné Bissau e da morte de um amigo em “As Duas Faces da Guerra” ou que os técnicos do Instituto Nacional de Cinema tecem observações sobre material ao qual participaram do processo de produção em “Kuxa Kanema”. No caso do filme de Olsson, não há o envolvimento afetivo-existencial com as imagens de arquivo utilizadas, sendo geralmente as mesmas pensadas a partir de um discurso teórico anti-colonial da autoria de Frantz Fanon homônimo ao título do filme. O protagonismo de ensaio de Fanon sobre a ancoragem histórica de tais imagens audiovisuais se dá pela colonização das imagens e sons pelo discurso do ensaio, inclusive de forma bastante literal, pela enormidade dos tipos utilizados para reproduzir o texto (na maior parte das vezes também lido por uma narração over) que muitas vezes surgem sobre as imagens de arquivo, mas também pela exclusão da reprodução da banda sonora original do material de arquivo, dentre outras. Algumas das mesmas cenas são compartilhadas por mais de um documentário, como a dos militares portugueses em situação limite de tensão no filme de Gomes e Andringa. Pode-se observar, em maior ou menor grau, uma ressignificação dessas imagens de fundação para propósitos distintos (um tema mais amplo, a revisão crítica das histórias nacionais), levando em conta, inclusive, a resistência à significação, que signos ao mesmo tempo indexicais e icônicos como a imagem podem vir a ter (Baron, 2017:11, a partir de Kittler). Enquanto a produção dirigida pelo sueco e o documentário de Cardoso fazem uso massivo de imagens de arquivo, essas serão utilizadas com maio parcimônia em “As Duas Faces da Guerra”, que parece o mais próximo da dimensão memorialista dos três, investindo, inclusive, no retorno ao espaço vivido dessas memórias como fonte de ativamento da memória por seus depoentes. No filme de Cardoso, por sua vez, essa ativação se dá em cima prioritariamente das imagens (o que o filme anterior não deixa de fazê-lo, a certo momento), e daqueles que as produziram e não as vivenciaram do lado de lá da câmera como em Andringa e Gomes, existindo uma revisão crítica maior sobre o observado.

Bibliografia

    BARON, Jaimie. The Arhive Effect, Found Footage and the Audiovisual Experience of History. Londres/Nova York: Routledge, 2013.
    CONVENTS, G. Os Moçambicanos Perante o Cinema e o Audiovisual. Maputo: Edições Dockanema/Afrika Film Festival, 2011.
    LEYDA, Jay. Films Beget Films – A Study of the Compilation Film. Nova York: Hill and Wang, 1971.
    NICHOLS, B. Speaking Truths with Films: Evidence, Ethics, Politics in Documentary. Oakland: U of California Press, 2016.
    ___________. Representing Reality. Bloomington: Indiana U Press, 1991.
    SOMMER, D. Ficções de Fundação. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2011.
    WEES, William C. Recycled Images: The Art and Politics of Found Footage Films. New York: Anthology Film Archives, 1993.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br