O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Lisandro Nogueira (UFG)

Minicurrículo

    Lisandro Nogueira é professor de cinema na Universidade Federal de Goiás (Goiânia), desde 1988. Ex-diretor da Cinemateca Brasileira em São Paulo (2013/14). Doutor em cinema pela PUC/SP e Mestre em cinema pela ECA/USP. Autor do livro “O autor da TV” (Edusp). Organizou Socine-2018 em Goiânia.

Coautor

    wertem nunes faleiro (UFG)

Ficha do Trabalho

Título

    Cinema e “Performance Art”

Resumo

    O objetivo da pesquisa é observar a pertinência e as ligações do conceito de “Performance Art” com o cinema narrativo clássico (o melodrama), cinema documentário e o cine-ensaio. Apresentamos a fase da pesquisa em que se elencou as origens, a etimologia e os caminhos teóricos e práticos pelos quais o conceito de performances se desdobrou. Em seguida, realizamos a análise de “Jogo de Cena” de Eduardo Coutinho que demonstra a relação entre cinema e “Performance Art”.

Resumo expandido

    A pesquisa propõe um estudo das relações entre Cinema e Performance Art. Num primeiro momento aborda-se o Melodrama no Cinema de Narrativa Clássica, sob a perspectiva interdisciplinar das Performances Culturais, buscando compreender seus mecanismos e verificar sua vigência em filmes contemporâneos. Mais precisamente, verificar se o Melodrama, gênero subvalorizado pela crítica, persiste contemporaneamente como um dos principais modos de representação narrativa audiovisual na forma de “Imaginação melodramática”(Brooks, 1995). Que ele foi fundamental para a construção e consolidação da Narrativa clássica do Cinema, já foi amplamente demonstrado por estudiosos como HUPPEZ(2000), OROZ(1992), XAVIER(2003), O interesse aqui é investigar se o Melodrama ainda influencia na cinematografia contemporânea e se há relação entre o cinema de narrativa clássica (melodramático) com o conceito de “Performance Art”.
    Na pesquisa apresentaremos um breve estado da arte a respeito do(s) conceito(s) de Performances. Buscaremos desembaraçar esse conceito tão complexo, levantar suas origens, sua etimologia e obter um esclarecimento que permita discernir sobre os diversos caminhos epistemológicos pelos quais é possível trabalhar com esse conceito, já que “percebemos que existem vários paradigmas de performance, e não um só” (LANGDON, p. 165, 2007). Após esse mapeamento, poderemos escolher mais seguramente qual linha seria mais adequada para permitir estudos do Cinema Clássico sob o viés das performances culturais.

    Em seguida, a pesquisa realizou um estudo do Cinema Documentário e Cine-Ensaio relacionando-o ao campo interdisciplinar das Performances Culturais. Para isso, levantou a hipótese de que a mise-en-scène(encenação) é o lócus onde podemos encontrar performances no cinema. Foi feito um mapeamento dos diversos caminhos conceituais e metodológicos possíveis a partir das performances. Fizemos uma retomada do conceito de encenação desde suas origens no teatro, até o cinema contemporâneo, mais precisamente os filmes-dispositivo.

    A partir da obra do cineasta Eduardo Coutinho, apresentamos seu método, e elegemos seu filme Jogo de Cena(2007) como objeto de análise. Neste, verificamos a problematização extrema das definições ligadas a dicotomia atuação/representação, verdade/mimesis a partir de um dispositivo que propicia a manifestação de performances de seus participantes, sejam eles mulheres anônimas, atrizes conhecidas ou não, e até mesmo o próprio cineasta.

    Para entender o método que Coutinho engendrou em seus filmes, recorremos a Consuelo Lins (2004), que, tendo trabalhado com o cineasta em dois de seus filmes – Babilônia 2000 (1999) e Edifício Master (2002) – pôde observar, em campo, o trabalho do diretor. A partir da produção do filme Santa Marta (1987), Lins explica (2004, p. 61) que ele passaria a adotar dois princípios rígidos em suas produções: filmar em um espaço restrito (em apenas uma favela, no caso de Santa Marta) – e em um curto espaço de tempo (um período pequeno dentro do qual o filme tinha que acontecer, um dia, uma semana). Isso o desobrigava de construir discursos generalistas sobre um assunto.

    Dessa maneira, ele apresentava um recorte, uma amostra clara e bem definida daquilo que queria retratar. Coutinho pensava que “delimitar claramente uma geografia era se ater – dentro da multiplicidade de escolhas possíveis ao realizar um documentário – a algo de essencialmente concreto, era criar os seus próprios limites, inventar sua própria ‘prisão’” (LINS, 2004, p. 65). A restrição do espaço e do tempo também era uma espécie de desafio que o obrigava a mergulhar verticalmente na matéria em que estava trabalhando no filme, pois dali teria que sair algo, não haveria chance de continuar o filme em outros espaços ou períodos. Isso também permitia que ele “controlasse” esse mundo com o qual iria lidar na hora da captação.

Bibliografia

    ARAÚJO, Antônio. A encenação performativa. Sala Preta, v. 8, p. 253-258, 28 nov. 2008. Sitio: https://doi.org/10.11606/issn.2238-3867.v8i0p253-258. Acesso em 12/06/2018.
    AUMONT, Jacques. O cinema e a encenação. Edições Texto & Grafia, Lisboa, 2006.
    BEZERRA, Cláudio. A personagem no documentário de Eduardo Coutinho. Campinas, SP: Papirus, 2014. Coleção Campo Imagético.
    BORDWELL, David. Figuras traçadas na luz: a encenação no cinema. Tradução Maria Luiza Machado Jatobá. Campinas-SP, Papirus, 2008. (Coleção Campo lmagético).
    COHEN, Renato. Performance como linguagem – Criação de um tempo-espaço de experimentação. 1. Ed. – 1ª reimpressão. Editora Perspectiva, São Paulo – SP, 2002.

    SINGER, Ben. Melodrama and Modernity: Early sensational cinema and its context. New York: Columbia University, 2001.

    SINGER, Milton. Traditional India: structure and change. Edited by Philadelphia the American folklore society, 1959.

    XAVIER, Ismail(Org.). O cinema no século. Rio de Janeiro: Imago, 1996.

    _____

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br