O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Magda Rosí Ruschel (Unisinos)

Minicurrículo

    Magda Rosí Ruschel é graduada em Publicidade (1985), em Psicologia Social (2003), mestre (2008) e doutora (2017) em Ciências da Comunicação pela Unisinos. É docente nos cursos de Publicidade, Comunicação digital e Produção fonográfica, na mesma instituição. Atuou em produtoras de áudio e vídeo e em clínicas de psicologia.Tem experiência na área dos estudos do audiovisual com ênfase no desenho do som, interfaces sonoras, e comportamento do consumidor.

Coautor

    Cybeli Almeida Moraes (Unisinos)

Ficha do Trabalho

Título

    O silêncio em Gravidade

Resumo

    Ensaia-se sobre a produção do efeito de silêncio no filme Gravidade (2013), de Alfonso Cuarón, problematizando o silêncio como um construto da tecnocultura de aspecto visuauditivo. Entende-se o cinema como um dos espaços nos quais a relação entre tecnologias e imaginários se estreita, e realizam-se dois tipos de análises – a primeira, focada na percepção de simultaneidade e códigos de silêncio; e a segunda, baseada em protocolos infonográficos.

Resumo expandido

    Ensaia-se sobre a produção do efeito de silêncio na expressão sonora do filme Gravidade (2013), de Alfonso Cuarón, problematizando o silêncio como um construto em imagens fílmicas na perspectiva da tecnocultura (FISCHER, 2013) e do aspecto “visuauditivo” (CHION, 1991). Entende-se especialmente o cinema como um dos espaços nos quais a relação entre tecnologias e imaginários se estreita, e tendo em vista o impactante e premiado desenho de som de Gravidade, justificam-se a escolha do objeto empírico e das duas análises propostas – a primeira, focada na percepção de uma ideia de simultaneidade e nos códigos de silêncio; e a segunda, baseada em protocolos infonográficos que permitem inscrever os materiais sonoros em diagramas – como contribuições para os (ainda escassos) estudos sobre o silêncio no audiovisual, especialmente sobre o que parece ser uma construção singular do design de som, com seus autoenganos e trapaças (FLUSSER, 2007).
    Passamos a conhecer, através de colagens, visões de mundos cinematográficos, mundos que permitem tratar o som como fenômeno passível de ser cortado e separado, reproduzido de forma independente do objeto físico que o gerou como estímulo, ou a fonte em uma cena de cinema torna-se também manipulável como modelos de comportamento num efeito que aponta para o “som interior” junto a conceitos de montagem. (EISENSTEIN, 2002). Após as análises, pode-se afirmar que o desenho de som de Gravidade é um compósito que tem como guia sônico os efeitos de um “estofamento” do corpo-escuta dos personagens. A movimentação da presença deles no espaço sideral é produzida com muitos efeitos sonoros, contrastando com a ideia de silêncio absoluto, no seu próprio lugar de vácuo, como sendo o vazio e o finito. Tal modelo de construção introduz o trabalho de um complexo projeto acústico, de uma mixagem com a qual somos afetados pelo conjunto de sons móveis, imobilizados em estruturas básicas de imagens em movimento em cada sequência de cenas. O construto de planeta Terra funciona sonoramente como uma esfera ressonante com efeitos de muita pressão de ar comprimido, como código imagético de um silêncio cheio de tubos pelos quais aereamente viajam informações mais ou menos distantes.
    Para Bordwell e Thompson (1995) cada acontecimento sonoro tem lugar e padrão específico, e implica vinculá-los no tempo e combiná-los em um movimento determinado. Segue-se ao encontro de ressonâncias na experiência com as imagens sonoramente desenhadas de Gravidade o pensamento de Flusser (2007, p.110), ao creditar que na atual cultura do design, “[…] começamos a ficar conscientes de que toda a cultura é uma trapaça, de que somos trapaceiros trapaceados, e de que todo envolvimento com a cultura é uma espécie de auto-engano”. Portanto, as análises realizadas trazem uma “[…] análise estrutural e um ‘mapa’ da nossa condição”. Assim, questiona-se, ao final das observações registradas, sobre as maneiras por meio das quais o silêncio “falsifica” o som do universo. Admitimos que esse processo técnico de decompor as camadas sonoras nos levou a reconhecer, que “[…] nadamos no oceano de sons, e ele nos penetra enquanto nos confrontamos com o mundo das imagens, enquanto esse mundo nos circunda”. (FLUSSER, 2007, p. 109).
    Finalizamos considerando, então, que a observação de Gravidade propõe aos estudos do audiovisual, a nosso ver, uma topologia singular no contexto do design de som, sugerindo uma leitura da construção imagética das tecnologias do silêncio e no que elas impulsionam para produzir sentidos distintos de pontuação do som e de imagens, que emitem contrapesos semelhantes e ajudam a abranger o solo em que pisamos. Seja sob a prerrogativa da análise técnica do inaudível ou de seu entendimento como ruído sonoro, o silêncio tecnoculturalmente construído em imagens fílmicas segue desafiando o entendimento sobre como, porque e com que sentido ou função ali se insere.

Bibliografia

    BORDWELL, David; THOMPSON, Kristin. El arte cinematográfico: una introducción. Buenos Aires: Paidós, 1995.
    CABRERA, Julio. O cinema pensa: uma introdução à filosofia através dos filmes. Rio de Janeiro: Rocco, 2006.
    CHION, Michel. Audio-vision on screen. New York, Columbia University Press, 1991.
    DELEUZE, Gilles. A imagem-tempo. São Paulo: Brasiliense, 2005.
    DUBOIS, Philippe. Cinema, vídeo, Godard. São Paulo: Cosac Naify, 2011.
    EISENSTEIN, Serguei. A forma do filme. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002.
    FERRAZ, Sílvio. Música e repetição. São Paulo: Educ, 1998.
    FISCHER, Gustavo Daudt. Tecnocultura: aproximações conceituais e pistas para pensar as audiovisualidades. In: KILLP, Suzana; FISCHER, Gustavo Daudt (Orgs.). Para entender as imagens: como ver o que nos olha? Porto Alegre: Entremeios, 2013.
    FLUSSER, Vilém. O mundo codificado: por uma filosofia do design e da comunicação. São Paulo: Cosac Naif, 2007.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br