O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Gabriel Kitofi Tonelo (ECA-USP)

Minicurrículo

    Gabriel Kitofi Tonelo é pesquisador em cinema documentário. Doutor (2017) e Mestre (2012) em Multimeios pela Universidade Estadual de Campinas. Em 2015-2016 foi pesquisador visitante do departamento Visual and Environmental Studies da Universidade Harvard (Cambrdge, MA). Nos últimos sete anos vem desenvolvendo pesquisa sobre documentários autobiográficos. Atualmente é de pós-doutorando da ECA-USP, onde desenvolve pesquisa sobre a temporalidade em documentários autobiográficos.

Ficha do Trabalho

Título

    Temporalidades narrativas: o presente autobiográfico

Mesa

    Enunciação e temporalidade no documentário moderno e contemporâneo.

Resumo

    Esta apresentação abordará a noção de um “presente documentário autobiográfico” a partir de três pontos principais: a) a cotidianidade como matéria-prima do conhecimento fílmico autobiográfico; b) a cronologia como estrutura de referência e de apoio da fruição do presente fenomenal da experiência vivida; c) a “autobiografia como interação” como possibilidade de emergência de laços afetivos entre cineasta e pessoas próximas de si no espaço-tempo delimitado pela circunstância da tomada.

Resumo expandido

    A manipulação da experiência do tempo na narrativa documentária evidencia-se como uma das principais forças propulsoras da motivação artística de cineastas-autobiógrafos que investigaram a possibilidade de “filmar a respeito de si”, a partir do final da década de 1960. Com a exploração de suas particularidades ontológicas – desde o momento da captação da tomada à construção de um discurso fílmico via montagem – o cinema documentário foi enxergue como possibilidade de realização de um ato autobiográfico que pôde se construir a partir de ferramentas inéditas a outros suportes de expressão de escrita sobre o “eu” e em forma narrativa – em especial, nesse caso, a literatura. Pelo fato de a matéria-prima do cinema estar inscrita em espaços fenomenológicos distintos da literatura, o ato de “filmar a respeito de si”, desta forma, pressupôs outras formas de transposição da experiência vivida à narrativa, no que concerne noções temporais como as de “passado”, “presente” e “futuro” se em comparação à palavra escrita.

    Questionamentos que tangem à relação entre a experiência vivida, tempo e a natureza especular permeiam diversas narrativas autobiográficas canônicas. Já no décimo primeiro livro das Confissões, Santo Agostinho – para muitos, o fundador da ideia de “autobiografia” como linguagem literária autônoma – desenvolve ampla meditação acerca de sua experiência do “tempo”, preconizando uma relação entre a noção de “presente” e o sentido da visão, ao sugerir a “visão presente das coisas presentes” (AGOSTINHO, 1981, p. 309) como parte de sua percepção da temporalidade. Pontos-de-vista como os de Agostinho abriram alas para um caminho intelectual que enxerga uma ligação do meio fílmico com a possibilidade de registro e representação do presente fenomenal. Tal posicionamento se replicou no campo da teoria do cinema, permeando textos seminais como a reflexão de André Bazin acerca da ontologia da imagem fotográfica (BAZIN, 1988).

    Esta apresentação tem como objetivo refletir acerca da noção de “tempo presente” aplicada à ótica de narrativas documentárias autobiográficas. Na década de 1970, cineastas relacionados à tradição do cinema direto – e de seus desdobramentos – buscaram testar as possibilidades de uma narratividade autobiográfica que ancorar-se-ia nem um presente da experiência vivida, registrada filmicamente pelo(a) cineasta-autobiógrafo(a). O autor Jim Lane enfatiza que, para tais cineastas, havia uma importância de tornar o cotidiano visível como uma maneira de explorar a “natureza da subjetividade e das interações humanas, que a câmera tem a capacidade única de retratar” (LANE, 2002, p. 53). É nesse sentido que, ao empunhar a câmera (e o gravador de som) em situações integradas a um cotidiano, cineastas buscavam desenvolver uma maneira particular de escrita autobiográfica, que sobrepunha substancialmente a tomada fílmica ao “ato de viver”.

    A influência do cinema direto como possibilidade da narrativização de um presente da experiência vivida consolidou-se como uma das principais epistemes relacionadas ao cinema documentários autobiográfico, cujos frutos são ainda colhidos na filmografia contemporânea. Apoiando-nos em um extenso corpus fílmico e em trabalhos recentes que lidam com a relação entre cinema, autobiografia, temporalidade e seus fenômenos – como WAHLBERG, 2002; GERNALZICK; 2014 e BLUHER, 2018 –, esta apresentação abordará a noção de um “presente autobiográfico” a partir de três pontos principais: a) a cotidianidade como matéria-prima do conhecimento fílmico autobiográfico; b) a cronologia como estrutura de referência e de apoio da fruição do presente fenomenal da experiência vivida; c) a “autobiografia como interação” (EGAN, 1994) como possibilidade de emergência de laços afetivos entre cineasta e pessoas próximas de si no espaço-tempo delimitado pela circunstância da tomada.

Bibliografia

    AGOSTINHO, S. O Homem e o Tempo. In: Confissões. 10. ed. Porto: Livraria Apostolado da Imprensa, 1981.
    BLUHER, Dominique. Enunciation: Presences of Absences. In “Christian Metz and the Codes of Cinema”. Film Semiology and Beyond, Margrit Tršhler & Guido Kirsten (Eds.). Amsterdam U.P. 2018
    EGAN, Susanna. “Encounters in Camera: Autobiography as Interaction”. Modern Fiction Studies 40.3. p. 593-618, 1994
    GERNALZICK, Nadja. “Lives and Deaths in Photographic Tense: Temporality and Filmic Automediality After the Indexical Turn”. a/b: Auto/Biography Studies, 29:2, p. 225-248. 2014.
    LANE, Jim. The Autobiographical Documentary in America. Madison: The University of Winsconsin Press, 2002.
    WAHLBERG, Malin. Documentary Time: Film and Phenomenology. Minneapolis: University of Minnesota Press, 2002.
    BAZIN, André. Ontologia da Imagem fotográfica. In: XAVIER, Ismail (Org.). A Experiência do Cinema: antologia. Rio de Janeiro: Graal, 1988.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br