O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    RODRIGO RIBEIRO BARRETO (UFSB)

Minicurrículo

    Rodrigo Ribeiro Barreto é formado em jornalismo pela UFBA. Mestre e Doutor em Comunicação e Cultura Contemporâneas pelo PósCom/UFBA, tendo se dedicado à análise contexto-textual de videoclipes: construção de imagem, campo de produção e autoria. Entre 2011-2014, desenvolveu pesquisa FAPESP de pós-doutorado no Instituto de Artes da UNICAMP sobre objetificação e erotização masculina no audiovisual. Atualmente, é professor adjunto de Artes e Humanidades na Universidade Federal do Sul da Bahia.

Ficha do Trabalho

Título

    De Eddy a Marvin: homossexualidade e caminhos autorais da adaptação

Resumo

    Como parte de uma pesquisa sobre a representação de masculinidades no audiovisual, o trabalho aborda a adaptação do romance “O Fim de Eddy” de Édouard Louis no filme “Marvin”, dirigido por Anne Fontaine em 2017. Aproximações e distanciamentos textuais entre a obra original e a obra adaptada são analisadas, em abordagem texto-contextual, tendo em vista o agenciamento artístico e a trajetória de suas instâncias autorais mais proeminentes.

Resumo expandido

    Como parte de uma pesquisa sobre a representação de masculinidades no audiovisual, propõe-se aqui analisar a adaptação do romance “En finir avec Eddy Bellegueule” (2014) no filme “Marvin ou la belle éducation” (2017). A própria nomeação dos respectivos protagonistas no título original de cada obra já sugere um processo de transposição marcado pela diferença: no do livro de Édouard Louis, é trazido seu real nome de batismo, posteriormente abandonado pelo escritor; no do filme, destaca-se o primeiro nome do personagem adaptado, cuja vida adulta – superando os limites cronológicos e geográficos da narrativa literária – é uma criação do roteiro de Pierre Trividic e Anne Fontaine, a qual também assina a direção. À análise, as diferenças de abordagem e visões de mundo do escritor e da diretora são então notadas nas opções específicas de abordagem temática, desenho dos personagens, tom e motivação sociopolítica.
    Preliminarmente, os diferentes rumos tomados pela obra cinematográfica com relação à literária estão justificados pela tradução intersemiótica empreendida, partindo do verbal literário para suas combinações fílmicas com imagens, sons e música. Há, ainda, uma mudança ontológica, como diria Linda Hutcheon (2013), entre a narrativa literária de Louis – real, confessional e socialmente consciente – e a jornada fictícia de superação – abrandada, sensível e individualizada – que é apresentada pelo filme de Fontaine.
    Sendo assim, o trabalho analítico interessa-se aqui pela imbricação tensionada entre essas duas alternativas em termos tanto de organização textual quanto de agenciamento artístico no contexto produtivo e, além disso, em termos das inserções identitárias do escritor e da diretora/corroteirista. A opção por tal fundamentação texto-contextual tem, adicionalmente, o propósito de escapar do estabelecimento leviano de uma hierarquia de qualidade entre obra fonte e obra adaptada que, recorrentemente, como lembrou Robert Stam (2008) tende a privilegiar a primeira, quanto à qualidade e valor, ao encarar o processo de adaptação como necessariamente reducionista.
    Em se tratando de imbricação tensa, a própria decisão pela adaptação cinematográfica de um livro aproxima dois campos de produção cultural que, embora frequentemente associados, se organizam e dão espaço para seus agentes realizadores segundo regras específicas, inclusive com distintas orientações – ainda que, eventualmente, tácitas – sobre o que é conveniente contar ou mostrar. Nesse ponto, é importante ressaltar a persistência de barreiras no campo fílmico, além de resistências socioculturais mais amplas, para a exibição de masculinidades e sexualidades não normativas no audiovisual. Desse modo, a adaptação de “O Fim de Eddy” como “Marvin” (respectivos títulos nacionais do livro e filme tratados) deparou-se, de antemão, com um material nem sempre estimado pelo cinema comercial, mesmo o francês: um relato cru e sem pudor da intimidação, da violência e da homofobia, em seus modos externo e interiorizado, que vitimizam um jovem gay, acrescido ainda de uma abordagem da interseção de tudo isso com a marginalização econômica, de classe.
    Nessa proposta de inspiração bourdieusiana, pretende-se, mais especificamente, remeter a compreensão da relação entre obra original e obra adaptada às distintas trajetórias de suas instâncias autorais mais proeminentes: o escritor do livro e a diretora/corroteirista do filme. Entre Louis e Fontaine, podem ser rapidamente estabelecidas diferenças de geração, de gênero, de orientação sexual e de classe; essa simples constatação não faz, no entanto, com que informações biográficas sejam encaradas como determinantes, por si só, dos resultados textuais por ele e por ela alcançados. Elas despertam sim a atenção do analista e dão indicações de específicos gostos, inclinações e projetos criativos, que permitem – na comparação a ser empreendida – explicar alguns porquês e modos de aproximação e distanciamento entre livro e filme.

Bibliografia

    BOURDIEU, Pierre. A dominação masculina. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2010, 160p.
    ERIBON, Didier. Um mundo de injúrias. In: Reflexões sobre a questão gay. Rio de Janeiro: Companhia de Freud, 2008, p. 25-170.
    HALPERIN, David; TRAUB, Valerie. Gay shame. Chicago:The University of Chicago Press, 2009, 395 p.
    HUTCHEON, Linda. Uma teoria da adaptação. Florianópolis: Editora UFSC, 2013, 279 p.
    LAMARQUE, Peter. How to create a fictional character. In: GAUT, B.; LIVINGSTON, P.. The creation of art: new essays in philosophical aesthetics. Cambridge: Cambridge University Press, 2003, p. 33-52
    LOUIS, Édouard (org). Pierre Bourdieu: l’insoumission en héritage. Paris: PUF, 2013, 182 p.
    LOUIS, Édouard. O fim de Eddy. São Paulo: Planeta do Brasil, 2018, 173 p.
    SALAS, Charles, G. (org). The life and the work: art and biography. Los Angeles: Getty Publications, 2007, 163 p.
    STAM, Robert. A literatura através do cinema: realismo, magia e a arte da adaptação. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2008, 511 p.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br