O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Marcio Blanco (UERJ)

Minicurrículo

    Doutor em Comunicação Social pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro na linha de Tecnologias de Comunicação e Cultura. Graduação em cinema pela Universidade Federal Fluminense (2004). Foi professor substituto do Departamento de cinema e video da Uff (2015/2016). Experiência na direção, roteiro, produção audiovisual, produção cultural de eventos, formulação e execução de políticas públicas na área de audiovisual e cultura digital. Diretor do Festival Visões Periféricas.

Ficha do Trabalho

Título

    O encontro entre a Educação e o Cinema Novo na realização de O Parque.

Seminário

    Cinema e Educação

Resumo

    Esta é uma pesquisa inédita à respeito do encontro entre o Cinema Novo e alunos de uma escola estadual do RJ por ocasião da produção do curta O Parque (1963). A primeira produção de um filme por alunos de uma rede pública no país irá situar o uso do cinema na escola em um regime de visualidade que não separa a produção de conhecimento do corpo do sujeito cognoscente. O apagamento do filme da História do Cinema e da Educação será analisado a partir da noção de autoria.

Resumo expandido

    No final de 1964 o Jornal do Brasil publica uma matéria sobre a presença do Cinema Novo na Itália na V Resenha do Cinema Latino-Americano, um evento emblemático na projeção desse Movimento na Europa. É nesse evento que Glauber Rocha lança o Manifesto Estética da Fome. Entre os dezessete longas e sete curtas que compuseram a programação dedicada ao Cinema Novo está o curta-metragem O Parque, primeiro filme produzido por alunos de uma escola pública no Brasil dentro de um curso de introdução ao cinema. A produção de O Parque é um ponto de inflexão na relação entre cinema e educação no Brasil que até então se restringia à produção e difusão de filmes educativos nas escolas.
    Realizado na Escola Estadual Brigadeiro Schorcht no Rio de Janeiro e conduzido pela professora de português Maria José Alvarez O Parque estabelece pela primeira vez a fronteira entre dois modos de operar a relação entre cinema e educação nas escolas: exibição e produção de filmes. A demarcação dessa fronteira tenciona dois regimes de visualidade e modos da escola mediar, por meio da imagem, a relação entre os fenômenos do mundo e o sujeito cognoscente, no caso o aluno. O emblema do primeiro regime é a câmara escura, modelo mais amplamente utilizado nos séculos XVII e XVIII para explicar a visão humana e representar sua relação com o mundo exterior. Ela define um observador isolado de um mundo previamente dado da verdade objetiva. Nesse regime a imagem é a representação fidedigna dos fenômenos do mundo e é conferido à ela um estatuto científico equivalente ao das disciplinas escolares.
    O segundo regime é dotado de uma ambiguidade que passa a vigorar no século XX por meio do cinema e da televisão. Ele é o desdobramento de pesquisas científicas desenvolvidas no século XIX, que vão localizar no corpo do sujeito observador, em especial no funcionamento do olho humano, o papel constitutivo da visualidade. Esse regime ao mesmo tempo que favoreceu a difusão de discursos à direita e à esquerda do espectro político também permitiu a produção e circulação de discursos audiovisuais afastados do controle do Estado e das pressões exercidas pelo mercado cinematográfico (CRARY, 2012). É o caso da realização dos primeiros filmes do Cinema Novo e da produção de O Parque. A relação entre esses dois eventos começa ainda durante o Curso de Introdução ao Cinema, o CIC, que deu origem ao filme com a participação de professores que integravam o Cinema Novo, como Alex Viany e David Neves. Os filmes do Cinema Novo e O Parque compartilham os mesmos procedimentos de realização, como a utilização de não atores, filmagens fora de estúdio e equipamentos leves de filmagem.
    Após a passagem do filme por cineclubes, televisão, escolas, mostras de cinema e de uma ampla repercussão na imprensa na década de 60 o filme caiu no esquecimento, sendo apagado da historiografia do cinema brasileiro e da educação. Sustento que o cruzamento entre dois campos de enunciado – cinema e educação – provocado pela produção do filme gera um “não lugar” no que tange à autoria, o que contribuiu para esse apagamento. O Parque é ao mesmo tempo filme e processo pedagógico o que explica que seus créditos não tragam a figura de “direção”, constando apenas a função de coordenação geral atribuída à Maria José. É preciso lembrar que a figura do diretor possuía uma grande importância para no Cinema Novo, reunindo para si os traços estilísticos e a visão de mundo contida na obra. Por outro lado, a produção do filme opera uma mediação afetiva entre os alunos realizadores e o bairro onde moram. Seu resultado guarda apenas os rastros do processo pedagógico a que deu ensejo, aquilo que uma educação centrada apenas na transmissão de conteúdos não pode capitalizar.

Bibliografia

    AGAMBEN,Giorgio. O que é um dispositivo?. In: O que é o contemporâneo. Chapecó: Editora Argos, 2009.

    ALVAREZ, Maria José. Maria José Álvarez, os 16 mm da percepção: reportagem ao Jornal do Brasil. Jornal do Brasil, Revista de Domingo. Rio de Janeiro, 27 e 28 dez. 1970.

    ALENCAR, Míriam. Cinema Nôvo na Itália. Jornal do Brasil, Caderno B. Rio de Janeiro, n. 0270, 15 nov. 1964.

    ANDRÉA, Zenaide. Entrevista com Maria José Alvarez à Revista Querida. Revista Querida, n. 249, out. 1964.

    CAVALCANTI, Iedda. Viagem em torno de “O Parque”. A Cigarra. São Paulo, n. 4, ano 51, 1965.

    CRARY, Jonathan. Técnicas do observador: visão e modernidade no século XIX. Rio de Janeiro: Contraponto, 2012.

    ________. Suspensões da percepção: atenção, espetáculo e cultura moderna. São Paulo: Cosac & Naify, 2013.

    FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 1987.

    ________. Que és un autor? Córdoba: Litoral, 1998.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br