O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Flavio Guirland Vieira (Ulbra)

Minicurrículo

    Flávio Guirland é mestre em Multimeios pela Unicamp e professor de Produção Audiovisual. Lecionou na Universidade de Passo Fundo (UPF) e na Universidade Luterana do Brasil (ULBRA). É editor da revista Teorema – Crítica de Cinema. Tem como área de interesse a pesquisa sobre found footage: sua história, suas formas estéticas e poéticas.

Ficha do Trabalho

Título

    O cinema de arquivo e o conceito de inconsciente ótico de W. Benjamin

Resumo

    Pretendemos, através da análise do filme () a.k.a. Parentheses, de Morgan Fischer, estabelecer algumas relações entre o cinema de arquivo e determinados conceitos formulados por Walter Benjamin, especialmente aqueles referentes à leitura dialética da história e ao inconsciente ótico. A partir dessa comparação, lançamos uma hipótese: o corpo teórico de Benjamin revela-se uma ferramenta importante para compreendermos melhor essa prática audiovisual tão difundida no século 21, o found footage.

Resumo expandido

    Morgan Fischer é um realizador pertencente ao cinema experimental americano, em atividade desde os anos 1970, e é considerado um dos cineastas canônicos do movimento. O seu filme () a.k.a. Parentheses (2003) é constituído inteiramente de imagens de arquivo – imagens obtidas de filmes narrativos da indústria do cinema, os chamados “filmes B”, nenhum deles familiar ou facilmente reconhecível. São imagens irrelevantes que, por esquecimento ou deterioração, provavelmente teriam se perdido. Entretanto, a maneira como o filme encadeia os planos, nos ajuda a perceber alguns aspectos da narratividade audiovisual tal como foi praticada em um certo período da história do cinema. Assim, o filme nos proporciona uma análise do funcionamento da narrativa clássica, dentro de um repertório específico de imagens, oferecendo-nos, desse modo, um acesso ao inconsciente ótico do cinema de gênero.

    O inconsciente ótico é um termo que Walter Benjamin utilizou numa variedade de conotações, em diferentes ensaios. Miriam Hansen, em seu livro Cinema and Experience, observa que “o inconsciente ótico refere-se principalmente à projeção psíquica e à memória involuntária acionadas no espectador quando ele percebe algo oculto nas imagens, algo que ninguém percebeu na época em que elas foram exibidas.”

    Na interpretação de Hansen, “o lampejo fugidio de um momento pertencente ao passado” pode ser lido “em termos de uma indicialidade fotográfica entendida em seu senso estrito”, mas ela explica que Benjamin buscava entender a imagem fotográfica – aqui a imagem cinematográfica – como uma forma de “preencher a lacuna entre a inscrição e a recepção”, ou, em outros termos, entre o passado e o presente.

    Portanto, o conceito de inconsciente ótico está ligado a um outro conceito fundamental na obra de Benjamin, o de interpretação dialética da história. O inconsciente ótico apresenta-se, então, como um “link” entre a tecnologia e o imponderável, mas ele opera também como uma função do inconsciente coletivo – uma forma invertida do conceito de fantasmagoria, uma vez que o passado aqui evocado não é privado, mas coletivo, um “passado de arquivo”.

Bibliografia

    BENJAMIN, Walter. Sobre o conceito de História. In: Obras escolhidas I. São Paulo: Brasiliense, 1996.
    ___________. Pequena história da fotografia. In: Obras escolhidas I. São Paulo: Brasiliense, 1996.
    ___________. A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica. In: Obras escolhidas I. São Paulo: Brasiliense, 1996.
    HANSEN, Miriam. Cinema and experience: Siegfried Kracauer, Walter Benjamin and Theodor Adorno. Berkeley: University of California Press, 2012.
    RUSSEL, Catherine. Arquiveology – Walter Benjamin and archival film practices. Durham: Duke University Press, 2018.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br