O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Juliana Garzillo Cavalcanti (USP)

Minicurrículo

    Doutoranda em Meios e Processos Audiovisuais pela ECA-USP, na área de Poéticas e Técnicas, sob orientação da Prof. Dra. Patricia Moran. Mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP, com bolsa Cnpq. Pesquisa vídeo de artistas e sua relação com a internet. Possui um capítulo em livro lançado em 2017 em Extremidades: Experimentos críticos, pela editora Estação das Letras e Cores, organização de Christine Mello. Participa dos coletivos Quarta Pessoa do Singular, Caravana da Coragem e do Lab 63.

Ficha do Trabalho

Título

    Ao vivo como dispositivo em “Aos Vivos” (2018) de Nuno Ramos

Resumo

    O presente texto tem como objeto de análise um vídeo da série “Aos Vivos” (2018), de Nuno Ramos. Apesar de composta por treze vídeos, “Aos Vivos” será discutida com foco na transmissão ao vivo na internet no dia 28 de outubro de 2018, a saber: “Aos Vivos – Debate nº 3 (Terra em Transe)”. Considerando as múltiplas referências contidas na peça analisada, foca-se no procedimento ao vivo como dispositivo artístico que abre caminho para outros dispositivos performáticos na construção poética da obra.

Resumo expandido

    Sob autoria do artista multidisciplinar Nuno Ramos (São Paulo, 1960) e composta por treze vídeos, a série “Aos Vivos” está disponível em canal do Youtube de mesmo nome. O conjunto de trabalhos audiovisuais aborda de maneira crítica a construção de discursos da mídia, dos eleitores e dos candidatos à presidência durante a campanha para as eleições no Brasil no segundo semestre de 2018. A escolha criativa de Nuno Ramos foi a de criar dispositivos artísticos e performáticos a fim de gerar múltiplos resultados em termos poéticos e discursivos. Com a participação de atores do teatro e em diálogo com obras de diferentes espaços, tempos e autores, a dinâmica de “Aos Vivos” abarca também o conteúdo ao vivo transmitido nos canais de televisão aberta como a Rede Globo e a Rede Record. O presente texto analisa “Aos Vivos – Debate nº 3 (Terra em Transe)”, um dos três vídeos da série de transmissões ao vivo e na íntegra realizadas no Youtube por Nuno Ramos. Junto com “Aos Vivos (Dervixe) – Debate nº 1” e “Aos Vivos (Antígona) – Debate nº 2”, os três vídeos fazem referência aos principais debates de presidenciáveis no primeiro e segundo turno das eleições de 2018, a saber: o do dia 4 de outubro, organizado e transmitido pela Rede Globo; o do dia 7 de outubro , pela Rede Record; e o do dia 28 de outubro, pela Rede Globo.
    Realizado no horário em que aconteceria o debate entre Fernando Haddad e Jair Bolsonaro, candidatos concorrentes no segundo turno das eleições, “Aos Vivos – Debate nº 3 (Terra em Transe)” teve duração de duas horas. No auditório do Instituto Moreira Salles, na Avenida Paulista, Nuno Ramos organizou uma performance que contou com atores reproduzindo em tempo real a programação da Rede Globo, junto com intervenções fazendo referência ao longa “Terra em Transe” (1967), de Glauber Rocha. A encenação sofreu ainda interferência de tópicos em alta na internet, com atores lendo em voz alta as hashtags mais utilizadas no momento na rede. Originalmente, a programação da Rede Globo envolveria o debate dos candidatos à presidência, mas que foi cancelado por conta da ausência de Jair Bolsonaro. No lugar disso, a emissora transmitiu normalmente a novela “Segundo Sol” (2018), resultando na reprodução ao vivo das falas dos personagens da novela pelos atores no teatro do IMS. O desenvolvimento da performance contou então com três linhas narrativas mescladas, que se deram concomitantemente em movimento caótico. Os atores no palco, com fones de ouvido, reproduziram os áudios do episódio da novela. Além desse conteúdo proveniente do fone em uma de suas orelhas, sofriam interferência de outros atores que falavam em suas outras orelhas tópicos em alta na internet em tempo real, fazendo com que tivessem que escolher entre reproduzir as falas da novela ou dos tópicos da internet. Outros atores e músicos com instrumentos, também com fones de ouvido, reproduziram áudios do longa “Terra em Transe”. Os dispositivos performáticos mantiveram a dinâmica da performance fluida. A obra foi transmitida ao vivo pelo Youtube, com diversos enquadramentos de câmera e em alta definição.
    O procedimento ao vivo possibilitou que a dinâmica da performance acontecesse com interações entre as narrativas, reunindo no mesmo espaço e tempo signos pertencentes a diferentes universos. Propõem-se então a análise de “Aos Vivos – Debate nº 3 (Terra em Transe)” no sentido de refletir a respeito da relação posta entre os meios e seus papéis no desenrolar da obra. Nuno Ramos relacionou a novela com o debate, a ficção com a política, o passado com o presente. Televisão, cinema, teatro e internet foram colocados lado a lado, escancarando suas potencialidades expressivas. O artista fez com que os signos de cada timeline (Rede Globo, “Terra em Transe” e internet) se associassem em tempo real e ao vivo, num dispositivo que criou trocas entre as mídias de forma a evidenciar a urgência contemporânea da fala sobre a escuta.

Bibliografia

    BALSOM, Erika. Exhibiting cinema in contemporary art. Amsterdam University Press, Amsterdam, 2013.

    BURGESS, J; GREEN, J. YouTube e a Revolução Digital. São Paulo: Aleph, 2009.

    LOVINK, Geert and NIEDERER, Sabine (org). Videovortex: Responses to Youtube. Institute of Network Cultures, Amsterdam, 2008.

    MACHADO, Arlindo. Made in Brasil: Três décadas de vídeo brasileiro. São Paulo: Iluminuras: Itaú Cultural, 2007a.

    ______. O sujeito na tela: modos de enunciação no cinema e no ciberespaço. São Paulo: Paulus, 2007c.

    ______. A televisão levada a sério. São Paulo: SENAC, 2000.

    MORAN, Patricia (org.). Cinemas transversais. São Paulo: Iluminuras, 2016a.

    ______. Ao Vivo: entre técnicas, scripts e banco de dados. P. 110-127. Teccogs n.6, 307 p, jan-jun, 2012.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br