O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Luana Mendonça Cabral (UFF)

Minicurrículo

    Pesquisadora e realizadora. Interessada nas relações entre feminismos, estética e política no campo do cinema. Mestranda no Programa de Pós-graduação em Cinema e Audiovisual da Universidade Federal Fluminense (UFF), com dissertação sobre a auto-inscrição no trabalho de Chantal Akerman, e bacharel em Cinema e Audiovisual pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Integrante da equipe de curadoria do Festival de Cinema de Vitória entre 2016 e 2018.

Ficha do Trabalho

Título

    O corpo da cineasta: auto-inscrição no cinema feminista de vanguarda

Resumo

    Mapearemos, neste trabalho, as relações entre a teoria feminista dos anos 1960-1970 e o cinema de vanguarda realizado por mulheres durante esse período, identificando, a partir do conceito de “autoria performática”, a auto-inscrição da realizadora no filme como um denominador comum a algumas dessas obras. Faremos, por fim, um breve estudo comparado entre as políticas de auto-inscrição do corpo e da sexualidade observadas nos filmes “Fuses” (Schneemann, 1965) e “Eu, tu, ele, ela” (Akerman,1974).

Resumo expandido

    A noção de autoria no cinema apresenta-se como um conceito complexo, por vezes contraditório e polêmico. Como coloca Jean Claude Bernadet, embora a “Política dos Autores” proposta pelos críticos da revista francesa Cahiers du Cinema entre 1950 e 1960 tenha apresentado um novo paradigma para os estudos autorais, referências à figura do autor no cinema se faziam presentes já no vocabulário de intelectuais como o cineasta Jean Epstein e o romancista Alexandre Arnoux. De lá pra cá, diversas proposições acerca do tema foram feitas, a partir de diferentes matrizes teóricas. Não raro, tais proposições derivam de estudos de autoria vindos de outros campos das artes, principalmente da literatura, e também dos trabalhos de autores das ciências humanas dedicados a essa temática, como Barthes, Foucault e Agamben.

    Em seu livro “Performative Authorship: self-inscription and corporeality in the cinema” (2013) Cecilia Sayad deriva do pensamento de de auto-construção da autoria presente no trabalho de Foucault para propôr o conceito de autoria performática, compreendendo o gesto de inscrever-se na mise-en-scène a partir das ideias de corporalidade e presença por ele invocadas. Sayad analisa filmes de cineastas como Eduardo Coutinho, Woody Allen, Jean Rouch, Orson Welles, Agnès Varda e Sarah Turner. Nosso esforço aqui passa, portanto, por expandir as referências de filmes realizados (ou co-realizados) por autoras mulheres nos quais a auto-inscrição performática da realizadora se torna um recurso estético, sobretudo nos domínios do cinema experimental e de vanguarda.

    Durante as décadas de 1960 e 1970, momento em que o feminismo europeu experimentava o auge de sua efervescência, o campo do cinema foi diretamente afetado pelo pensamento político-teórico da Segunda Onda Feminista. A década de 1970 marca o nascimento da Teoria Feminista do Cinema a partir da publicação de seus textos inaugurais, da atividade de revistas como Screen e Camera Obscura, e da realização de festivais como o New York Internacional Festival of Women’s Films (1972). Para além de Agnès Varda, que já utilizava a auto-inscrição em seu cinema, principalmente documental, desde meados da década de 1960, cineastas como Carolee Scheeneman (Fuses, 1965), Chantal Akerman (Eu, tu, ele, ela, 1974) e Barbara Hammer (Dyketactics, 1974) buscavam na linguagem e através do próprio corpo formas de evidenciar sensibilidades e subjetividades. Numa outra chave, Delphine Seyrig e Carole Roussopoulos (S.C.U.M Manifesto 1967, 1976), assim como Laura Mulvey e Peter Wollen (Riddles of the Sphinx, 1977), apostavam na inscrição da própria voz e do gesto enunciativo como recurso estético. Ainda, o exemplo de Helke Sander (The All-Around Reduced Personality, 1978) conjuga a corporalidade da realizadora e as potencialidades de enunciação evocadas a partir da inscrição da fotógrafa (interpretada pela própria cineasta) na narrativa.

    De certo, esses filmes não inauguram muito menos encerram as possibilidades de auto-inscrição da cineasta no cinema – lembremos dos filmes da pioneira Maya Deren (Meshes of the Afternoon, 1943), bem como do trabalho de cineastas contemporâneas como Trinh t. Minh ha (Reassemblage, 1982) e Cheryl Dunye (Watermelon Woman, 1992). Todavia, cada um desses filmes se vale da autoria performática como estratégia formal e/ou narrativa, articulando-a entre o universo particular de seus interesses estéticos, afetivos e políticos. No caso de “Fuses” e “Eu, tu, ele, ela”, o corpo representado em tela, a espectatorialidade e sexualidade, todas questões caras à teoria feminista do cinema, são flexionadas também a partir de questionamentos sobre olhar, identidade e subjetividade. Temos que os tipos de corpos e sexualidades colocados, assim como as questões estéticas e políticas por eles levantadas, refletem a influência do pensamento da Segunda Onda dentro das discussões sobre cinema e feminismo que permeavam aquele contexto, na teoria e na prática.

Bibliografia

    BERNADET, Jean-Claude. O Autor no Cinema. A política dos autores: França – Brasil – anos 1950 e 1960. 2 ed. atualizada. São Paulo: Edições Sesc São Paulo, 2018. e-PUB.

    BUTLER, Judith. Problemas de Gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2017

    HOOKS, Bell. Black Looks: race and representation. Boston: South End Press, 1992.

    MCCABE, Janet. Feminist Film Studies: Writing the woman into cinema. Wallflower; Columbia University Press: Nova York, 2004. Ebook. E-ISBN 978-0-231-50300-6.

    MULVEY, Laura; ROGERS, Anna Backman (orgs). Feminisms: Diversity, Difference, and Multiplicity in Contemporary Film Cultures. Amsterdam University Press: Amsterdã, 2015.

    SAYAD, Cecilia. Performative Authorship: self-inscription and corporeality in the cinema. London: I.B.Tauris & Co., 2013.

    SOBCHACK, Vivian. The Adress of the Eye: A phenomenology of film experience. Princeton University Press: Princeton, 1992.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br