O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Carla Schneider (UFPel)

Minicurrículo

    Professora e pesquisadora nos cursos de Cinema da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Doutora em Comunicação e Informação (UFRGS, 2014) pesquisa os modos de produção das imagens do cinema de animação; o contexto brasileiro sobre escolas e pesquisadores em animação no Brasil; a animação experimental brasileira e as mulheres no mercado brasileiro de produtos audiovisuais com animação. Participa do comitê que fundou, organiza e realiza o SEANIMA (Seminário Brasileiro de Estudos em Animação).

Ficha do Trabalho

Título

    Arqueologia na produção das imagens de três longas-metragens animados

Mesa

    Animação e efeitos visuais: questões de teoria e prática

Resumo

    Fundamentando-se em conceitos desenvolvidos por Vilém Flusser (caixa preta, aparelho, imagens técnicas), Lev Manovich (animação como lógica processual do cinema), Lucia Santaella (paradigmas evolutivos da imagem) e Richard Sennett (o dilema entre o artífice-artesão e as máquinas) esta pesquisa apresenta dados de três longas-metragens brasileiros realizados entre 1990 e 2013 (Otto Desenhos Animados) que derivam de modos de produção que alteram o estatuto das imagens do cinema de animação.

Resumo expandido

    Ao investigar os modos de produção das imagens do cinema de animação junto à realizadores que atuavam nesta área profissional entre os anos de 1990 e 2013, identificou-se transformações formuladas a partir das tecnologias analógicas e digitais vigentes.
    Tendo como fundamento conceitos desenvolvidos por Vilém Flusser (caixa preta, aparelho, imagens técnicas), Lev Manovich (animação como lógica processual do cinema), Lucia Santaella (paradigmas evolutivos da imagem) e Richard Sennett (o dilema entre o artífice-artesão e as máquinas), esta pesquisa selecionou uma amostra representativa de três longas-metragens brasileiros – Rocky e Hudson (Otto Guerra, 1994), Wood & Stock: Sexo, Orégano e Rock’n’Roll (Otto Guerra, 2005) e Até que a Sbórnia nos Separe (Otto Guerra, Ennio Torresan Jr., 2013) – que derivam de modos de produção que alteram o estatuto das imagens do cinema de animação, ou seja, promovem transformações.
    Na perspectiva de Vilém Flusser (2008, 2009), os modos de produção podem ser compreendidos através de três revoluções que se caracterizam como distintas, consecutivas e não excludentes entre si, isto é: (1) a substituição das mãos humanas pelas ferramentas, estabelecendo relações nas quais o homem é a constante e as ferramentas são a variável, homem-ferramenta; (2) a substituição das ferramentas pelas máquinas, evidenciando relações nas quais as máquinas são a constante e o homem é a variável, homem-máquina; (3) a substituição das máquinas por aparelhos eletrônicos, homem-aparelho, e neste ponto a teoria flusseriana defende que, por ser uma relação contemporânea, está em desenvolvimento e requer, portanto, observação e reflexão crítica.
    A partir dos estudos nesta pesquisa, ao verificar e identificar questões pertencentes aos aparelhos que produzem as imagens do cinema de animação destaca-se:
    (a) Na relação homem-aparelho, a constante é a programação que ocorre na caixa preta que se expressa via output (dados de saída) nas telas digitais (nos seus mais diversos formatos), e o homem e os aparatos no entorno das telas digitais são a variável. Os indícios desta constatação fundamentam-se nos registros fotográficos da equipe trabalhando (2007 a 2013) nas imagens do filme Até que a Sbórnia nos Separe’. Embora a relação homem-aparelho seja a mais característica e recorrente na atualidade, percebe-se que a relação homem-ferramenta é estimulada pelos aparelhos que produzem as imagens do cinema de animação. Nas entrevistas realizadas, nos depoimentos presentes em making of de filmes de animação e em conversas informais com profissionais deste campo de atuação, o discurso recorrente é: o computador (leia-se aparelho) é apenas uma ferramenta. Verifica-se, portanto, que está na caixa preta destes aparelhos a intenção de serem sentidos como ferramentas, como mera extensão da mão humana, embora – sabemos – sua constituição seja outra.
    (b) Parafraseando Lucia Santaella (2005), que traz esta questão para o campo das artes, os aparelhos que produzem as imagens do cinema de animação estimulam habilidades historicamente adquiridas. Em outras palavras, tais aparelhos reescrevem elementos já existentes em outras versões, ou outras vivências do fazer, que os precedem. Este é o princípio da especificidade, definido por Michael Foucault (1997) quando do reconhecimento de acontecimentos que se estabelecem pela presença de regularidades, mesmo que elas estejam reconfiguradas como o novo formato.
    Esta condição de reescrever algo que lhe precede, retoma o olhar flusseriano sobre as teorias científicas que originam os aparelhos. Ao invés de programar os aparelhos, tarefa frequentemente associada às engenharias como a Mecatrônica e a Informática, o homem tem seu comportamento programado pelos aparelhos. Partindo desse pressuposto, aliado às imagens encontradas na pesquisa in loco, identificou-se a superfície (papel ou tela digital), na qual os desenhos são feitos, como uma interface para o estudo nas transições dos modos de produção dessas imagens.

Bibliografia

    CARNEIRO, Gabriel; SILVA, Paulo Henrique (org). Animação brasileira: 100 filmes essenciais. Belo Horizonte: ABRACCINE: ABCA: Letramento, 2018.
    ELSAESSER, Thomas. Cinema como arqueologia das mídias. São Paulo: Edições Sesc São Paulo, 2018.
    FLUSSER, Vilém. O universo das imagens técnicas: elogio da superficialidade. São Paulo: Annablume, 2008.
    FLUSSER, Vilém. Filosofia da caixa preta: ensaios para uma futura filosofia da fotografia. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2009.
    FOUCAULT, Michel. A arqueologia do saber. 5.ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1997.
    MANNONI, Laurent. A grande arte da luz e da sombra: arqueologia do cinema. São Paulo: Senac, Unesp, 2003.
    MANOVICH, Lev. The Language of New Media. Cambridge, MA: MIT Press, 2001.
    SANTAELLA, Lucia. Por que as comunicações e as artes estão convergindo? São Paulo: Paulus, 2005.
    SANTAELLA, Lucia. Imagem: cognição, semiótica, mídia. São Paulo: Iluminuras, 2008.
    SENNETT, Richard. O artífice. 4. ed. Rio de Janeiro: Record, 2013.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br