O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Vinicius Augusto Carvalho (ESPM-Rio)

Minicurrículo

    Jornalista graduado pela Universidade Federal de Santa Catarina. Mestre em Gestão da Economia Criativa pela Escola Superior de Propaganda e Marketing com MBA em TV Digital, Radiodifusão e Novas Mídias de Comunicação Eletrônica pela Universidade Federal Fluminense. Trabalhou na TV Globo de 2005 a 2018 com edição e finalização de produtos audiovisuais jornalísticos e de entretenimento. Professor nos cursos de Cinema e Audiovisual, Jornalismo e Design e coordena o Portal de Jornalismo da ESPM-Rio.

Ficha do Trabalho

Título

    Hiato 71: transições (in)visíveis na montagem de “Lawrence da Arábia”

Seminário

    Montagem Audiovisual: reflexões e experiências

Resumo

    O estudo analisa pontuações visíveis (fade ou fusão) e invisíveis (corte) na produção de elipses temporais em “Lawrence da Arábia” (1962). A partir da teoria de Metz, Burch e Martin, foram examinadas as transições da obra, com destaque para a ligação 71, um hiato de tempo concebido por meio de um corte “não planejado”. A investigação revela que a montagem elíptica, no filme estudado, apresenta divergências em relação aos “padrões” formatados para a representação imagética das elipses clássicas.

Resumo expandido

    A montagem cinematográfica estrutura a narrativa. No processo de ordenação dos planos, um filme pode criar o próprio tempo a fim de se adequar a qualquer situação particular. O tempo pode ser comprimido ou expandido, acelerado ou retardado; permanecer no presente ou ir para o passado ou futuro; ou até mesmo ser congelado pelo período que se desejar. O bom uso do tempo pode agregar valor à história e neste cenário, uma característica fundamental é o ritmo, elemento que trabalha o aperfeiçoamento da continuidade com atenção às transições.
    Dancyger (2007, p. 413) descreve o ritmo como a “parte dramática de um plano em relação ao outro” e destaca (2007, p. 416) que, em geral, “o ritmo de um filme parece ser uma questão individual e intuitiva”. Ao montador é atribuído este controle que permite apresentar a trama de modo que cada nova situação seja revelada no momento dramaticamente apropriado. Reisz e Millar (1978, p. 245) posicionam o ritmo como um “atributo do tempo” e realçam que, além da escolha do instante oportuno para cada intervenção, a determinação do momento para revelar, omitir ou manter implícito um acontecimento em relação ao resto da sequência é de grande importância. O diretor belga Jacques Feyder escreveu que “o princípio do cinema é sugerir” (MARTIN, 2005 p. 95), e muitos estudiosos e profissionais da sétima arte concordam com a afirmação de que o fazer cinema comporta a arte de realizar elipses – aptidão que é expressa na concepção eficaz de hiatos temporais, vital na atividade do profissional de edição. Sendo assim, haveria uma técnica correta de se justapor segmentos com o intuito de se omitir parte da história? Existe uma transição mais adequada à concepção de uma elipse temporal?
    Com um enredo que abrange 20 anos da vida do oficial inglês T. E. Lawrence (1988-1935) durante a campanha contra os turcos na Primeira Guerra Mundial, Lawrence da Arábia (1962) é um filme representativo da montagem elíptica. Premiado internacionalmente, inclusive como Melhor Montagem no Oscar de 1963, o longa contempla a meta de se investigar um exemplar contemporâneo ao arcabouço teórico-metodológico definido. A análise parte da definição de “hiato” apresentada em 1966 por Christian Metz; das relações entre espaço e tempo expostas por Noël Burch em 1968; e da nomenclatura dos processos de transição apontada por Marcel Martin em 1955. Recorre ainda às pesquisas de Salt (2009) sobre a utilização de efeitos de ligação, aos conceitos de Bordwell e Thompson (2010) sobre elipses e examina depoimentos de diretores e montadores.
    Ao longo dos anos os cineastas criaram elipses nas suas histórias, destacando-as ao espectador por meio de diferentes estratégias: cortes; fades; fusões; wipes; intertítulos; símbolos visuais; movimentos rápidos de câmera; entre outras. Algumas teorias que abordam a montagem elíptica buscam moldar o uso de determinadas pontuações imagéticas quando cumprindo funções específicas dentro da diegese. Martin (2005, p. 110) indica que o “corte” deve ser empregado em uma transição sem valor, os fades “servem para marcar uma importante mudança de ação ou de lugar”, e a fusão teria a “função de retratar a mudança temporal”. Para Metz (2014, p. 120) os cortes são “hiatos de câmera”, não diegéticos, e as fusões e os fades, estes sim, quando utilizados para unir sequências podem criar “hiato espaço-temporal com permanência de alguma relação transitiva profunda (fusão) e hiato espaço temporal seco (fade)”. Lawrence da Arábia apresenta um total de 12 hiatos “supersignificantes” – conceito de Metz (2014, p. 155) para “momentos pulados que tem influência na evolução dos acontecimentos narrados pelo filme”. Neles, o corte é o elemento mais utilizado, nove vezes, uma destas na famosa transição que justapôs o fogo ardente no palito de fósforo e a vastidão do deserto. A fusão foi aplicada duas vezes e o fade apenas uma, resultado que destoa das “orientações” quanto ao tipo de pontuação a ser usada na edição elíptica significativa.

Bibliografia

    AMIEL, V. Estética da Montagem. Rio de Janeiro: Edições Texto & Grafia, 2011. AUMONT, J. MARIE, M. A Análise do filme. Lisboa: Edições Texto & Grafia, 2004. BORDWELL, D; THOMPSON, K. A Arte do cinema: Uma introdução. São Paulo: Editora da USP, 2013. BURCH, N. Práxis do cinema. São Paulo: Perspectiva, 2015. DANCYGER, K. Técnicas de edição para cinema e vídeo. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. GERBASE, C. A elipse como estratégia narrativa nos seriados de TV. Significação: Revista de Cultura Audiovisual, v. 41, n. 41, p. 37-56, 31 jul. 2014. MARTIN, M. A Linguagem cinematográfica. São Paulo: Brasiliense, 2005. METZ, C. A significação no cinema. São Paulo: Perspectiva, 2014. PEARLMAN, K. Cutting rhythms: shaping the film edit. Oxford, Reino Unido: Elsevier, 2009. REISZ, K; MILLAR, G. A técnica da montagem cinematográfica. Rio de Janeiro: Civilização brasileira, 1978. SALT, B. Film style & technology, history & analysis. Londres: Starword, 2009.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br