O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Samuel Paiva (UFSCar)

Minicurrículo

    Professor Associado da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), onde atua na área de História do Audiovisual, com vínculo ao Departamento de Artes e Comunicação, realizando atividades relacionadas ao Bacharelado em Imagem e Som e ao Programa de Pós-Graduação em Imagem e Som. É autor do livro ‘A Figura de Orson Welles no Cinema de Rogério Sganzerla’ (2018) e coeditor dos livros ‘Viagem ao cinema silencioso do Brasil (2011)’ e ‘XI Estudos de Cinema e Audiovisual – Socine’ (2010).

Ficha do Trabalho

Título

    Entre Cinema e Videoclipe, Montagem de Atrações e Conflitos

Mesa

    Montagem Permitida: Eisenstein e Intermidialidade no Cinema Brasileiro

Resumo

    “Políticas de impureza” (Nagib), “montagem de atrações” (Eisenstein) e “passagens” (Benjamin) são conceitos implicados nesta investigação sobre relações intermidiáticas, a partir da produção de diretores que exploram uma dimensão musical em seus filmes, assim como um efeito cinematográfico em seus videoclipes. É o caso de Lírio Ferreira e Hilton Lacerda, cujos trabalhos serão considerados como objetos de estudo, entre outros, ‘Cartola: música para os olhos’ (2006), codirigido por ambos.

Resumo expandido

    Com o pressuposto de que o cruzamento entre mídias em um filme induz uma experiência sinestésica, Ágnes Pethö observa a obra de Eisenstein como sendo um paradigma da intermidialidade no cinema. Como ela diz, a “famosa teoria da montagem [de Eisenstein] foi elaborada sobre a perspectiva do filme ser ‘música para os olhos’” (PETHÖ, 2011, p. 31). Seria então coincidência o fato de Lírio Ferreira e Hilton Lacerda terem codirigido um filme intitulado ‘Cartola: música para os olhos’ (2006)? Como compreender a relação de cineastas que emergem a partir de uma forte relação com a música, como é o caso da geração Árido Movie, ou seja, dos realizadores que nos anos 1990, em Recife, vêm à cena trabalhando em consonância com o Manguebeat? Estas e outras perguntas fazem parte do filme-ensaio ‘Passages: travelling in and out of film through Brazilian geography’ (Lúcia Nagib, Samuel Paiva, 2019) que, na perspectiva da intermidialidade, propõe uma reflexão sobre a produção que emerge no Brasil a partir da Retomada do Cinema Brasileiro.
    Esta comunicação parte de um aspecto desse filme, a saber, a investigação do cinema e suas relações intermidiáticas com a música ou entre filmes e videoclipes como produtos de mídias aproximados e diversos, considerando como objetos de análise trabalhos de Lírio Ferreira e Hilton Lacerda. Trabalhando juntos ou separados, além do já referido ‘Cartola’, ambos realizaram outros filmes em que o investimento musical constitui um tropo das narrativas. No caso de Ferreira: ‘Baile perfumado’ (codireção de Paulo Caldas, 1996), ‘Árido movie’ (2005), ‘O homem que engarrafava nuvens’ (2009), ‘Sangue azul’ (2014). No caso de Lacerda, sua filmografia é mais ampla como roteirista mas, na direção, inclui outro longa-metragem – ‘Tatuagem’ (2015) – e as séries ‘Fim do mundo’ (em codireção com Lírio Ferreira, 2016) e ‘Lama dos dias’ (em codireção com DJ Dolores, 2018). Ferreira e Lacerda também dirigiram diversos videoclipes para bandas e músicos tais como Chico Science & Nação Zumbi, Mundo Livre S/A, Mestre Ambrósio, Otto, Faces do Subúrbio, entre vários outros.
    O que move tal anseio de criação? Como hipótese, uma possibilidade é que a intermidialidade responde a uma situação de crise. Reunir forças – cinema e outras mídias – seria uma forma de manter uma produção que pode ser ameaçada inclusive pela falta de políticas públicas, como ocorreu com o fim da Embrafilme no início dos anos 1990, e como está ocorrendo agora, com a extinção do Ministério da Cultura no Brasil. Nesse sentido, a intermidialidade implica “políticas de impureza”, como propõe Lúcia Nagib (2014, p. 27), ao relacioná-la a uma “crise dialética sempre presente” ou a um “dilema” implicado nas formas artísticas e na “consciência de sua insuficiência”. Nesse ponto, possivelmente filmes e videoclipes se retroalimentam, estabelecendo simultânea e dialeticamente uma falta e uma presença nos diversos produtos correlacionados.
    Outra possibilidade aponta para uma problemática que Eisenstein já discutia nos anos 1920, quando, com base no materialismo histórico (cf. TAYLOR, 1999, p. 6), reconhecia que o cinema absorveu características das demais artes, o que acabava por impactar “o problema da abordagem materialista da forma”. Em sua visão, a montagem das atrações, por exemplo, implica tanto um caráter técnico como ideológico, no sentido de ideias apresentadas dialeticamente com um propósito revolucionário. Comparada tal problemática com o final do século XX, são sintomáticos tanto o embate entre formas analógicas e digitais, como a reinserção de Pernambuco no mapa do cinema mundial a partir de “atrações” locais.
    Também na chave do meterialismo histórico, há ainda a possibilidade de compreendermos o fenômeno intermidiático enquanto “passagens”, no sentido proposto no livro póstumo de Walter Benjamin (2007), para quem a História pode ser concebida enquanto um princípio de montagem de conflitos permanentes, com citações, aforismos, fragmentos que se opõem a uma teleologia.

Bibliografia

    BAZIN, A. Pour un cinéma impur – défense de l’adaptation. In. Qu’est-ce que le cinéma? Paris: CERF, 2013, pp. 81-106.

    BENJAMIN, W. Passagens. Trad. Irene Aron. Belo Horizonte, São Paulo: Editora da UFMG, Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2007.

    EISENSTEIN, S. The montage of attractions (1923). In: TAYLOR, R. (Ed.). The Eisenstein reader. London: British Film Institute, 1998, pp. 29-34.

    EISENSTEIN, S. The montage of film attractions (1924). In: TAYLOR, R. (Ed.). The Eisenstein reader. London: British Film Institute, 1998, pp. 35-52.

    NAGIB, L. The politics of impurity. In. NAGIB, L.; JERSLEV, A. (eds). Impure cinema: intermedial and intercultural approaches to film. London, New York: I.B. Taurus, 2014, pp. 21-39.

    PETHÖ, A. Cinema and intermediality: the passion for the in-between. UK: Cambridge Scholars Publishing, 2011.

    TAYLOR, R. (Ed.). The Eisenstein reader. London: British Film Institute, 1998.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br