O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Érico Oliveira de Araújo Lima (UFC)

Minicurrículo

    Doutor em Comunicação pela UFF (Universidade Federal Fluminense), na Linha de Estudos do Cinema e do Audiovisual. Mestre em Comunicação pela UFC (Universidade Federal do Ceará), na linha de Fotografia e Audiovisual, e graduado em Comunicação Social também pela UFC. Atualmente é professor substituto no Instituto de Cultura e Arte da UFC.

Ficha do Trabalho

Título

    Diante das cisões: o cinema e a luta por moradia

Mesa

    Experiências cinematográficas do morar

Resumo

    A partir do cotejo entre A cidade é uma só? (2011), de Adirley Queirós, e Na missão, com Kadu (2016), de Pedro Maia de Brito, Aiano Bemfica e Kadu Freitas, esta comunicação busca abordar a ação cinematográfica em parceria com lutas urgentes que a transbordam, particularmente no campo da moradia. Tentamos também contribuir para um debate em torno dos modos de constituir alianças para intervir, com o cinema, diante das fraturas da nossa experiência social e histórica.

Resumo expandido

    Esta comunicação propõe um cotejo entre dois filmes brasileiros recentes: A cidade é uma só? (2011), de Adirley Queirós, e Na missão, com Kadu (2016), de Pedro Maia de Brito, Aiano Bemfica e Kadu Freitas. Sabendo das várias distinções entre os filmes, tentaremos tomar os procedimentos formais e os aspectos colaborativos de cada um. Nosso intuito é o de sublinhar dois gestos de articulação entre o cinema e a ação política diante das violências perpetradas pelo Estado às condições materiais de moradia de populações. Nos dois filmes, destacaremos a elaboração de parcerias entre quem filma e quem é filmado, ora com uma confluência mais íntima de horizontes e experiências, ora com a elaboração de uma aliança entre visitantes e moradores. Tentaremos aqui perceber como a perspectiva do morar, a partir dessas obras, toma a envergadura da urgência de lutas, entre passado e presente, diante dos processos de remoção e de uma distribuição desigual da condição precária, tomando aqui uma formulação de Judith Butler (2015).

    Na missão, com Kadu abriga em sua montagem o episódio de violência policial, ocorrido em junho de 2015, contra uma caminhada de moradores das ocupações da região de Izidora, em Minas Gerais. Kadu Freitas, militante e morador da ocupação Vitória – uma dessas ocupações em caminhada – filma o episódio com uma câmera de celular e capta desde instantes de expressão da alegria de uma luta, com companheiros que jogam futebol, ao súbito desencadear do processo de violência da Polícia Militar contra a manifestação. Junto às imagens no calor do acontecimento, a montagem traz ainda momentos de conversa e de preparação do ver junto, quando o próprio filme feito por Kadu é projetado na ocupação.

    A cidade é uma só? trabalha uma mútua contaminação entre procedimentos documentais e ficcionais e permite uma visada histórica para a própria formação de Ceilândia, que tem suas origens nos processos de remoção dos moradores da Vila IAPI, no entorno do Plano Piloto de Brasília. Esse processo foi finalizado no início de 1971, a partir daquilo que o governo do Distrito Federal chamou de Campanha de Erradicação de Invasões (CEI) – de onde surge, inclusive, o nome da cidade-satélite. Cruzando gerações de personagens (Nancy, Dildu e Zé Bigode), além de diferentes matizes de ficcionalização, o filme nos coloca diante de uma perspectivação histórica que expõe as bases de uma segregação territorial. Nosso interesse será, especialmente, o de retomar as formas de implicação na cena por parte da equipe, no que dialogamos estreitamente com as contribuições de André Brasil (2013), a respeito do avizinhamento do antecampo, e de Cláudia Mesquita (2012), sobre os modos de produzir “uma coincidência de horizontes – equipe, sujeitos filmados – que parece traduzir uma outra perspectiva de relação e realização” (MESQUITA, 2012, p.68).

    Em nosso movimento comparativo, apostaríamos na complementariedade das ações dos dois filmes na nossa paisagem cinematográfica brasileira recente. Ambos narram experiências sociais e históricas, nos alçando à posição daqueles que são implicados pelos acontecimentos. Cada um a sua maneira, elaboram táticas de compartilhamento com quem luta cotidianamente e incorporam, na cena, os indícios dessa implicação. Na missão, com Kadu nos devolve a colaboração entre aqueles que visitam e aqueles que ocupam. A cidade é uma só?, além de nos lançar em uma escala histórica mais ampla, inventa maneiras de engajamento entre equipe e filmados que possam elaborar o próprio exame do tempo histórico numa dimensão compartilhada.

    Nosso movimento será, então, o de indagar, de modo particular, as formas desses filmes, para também sondar questões que são transversais a suas empreitadas. Dessa maneira, as formas encontradas por cada um são maneiras de intervir em um debate mais amplo, do qual destacamos duas frentes complementares: a participação do cinema nas lutas urgentes que o transbordam e os modos de compor alianças nesse processo mesmo de agir.

Bibliografia

    BUTLER, Judith. Quadros de guerra: quando a vida é passível de luto? Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2015.
    BRASIL, André. Quando o antecampo se avizinha: duas notas sobre o engajamento em A cidade é uma só?. Negativo, Brasília, v.1, n.1, 2013.
    BRASIL, André. Rumo a terra do povo do raio: retomada das imagens, retomada pelas imagens em Martírio e Ava Yvy Vera. Trabalho apresentado ao Grupo de Trabalho Estudos de Cinema, Fotografia e Audiovisual do XXVII Encontro Anual da Compós, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte, 05 a 08 de junho de 2018.
    CÉSAR, Amaranta. Que lugar para a militância no cinema brasileiro contemporâneo? Interpelação, visibilidade e reconhecimento. Revista Eco-Pós: Dossiê Imagens do Presente, v.20, n.2, 2017.
    MESQUITA, Cláudia. Um drama documentário? Atualidade e história em “A cidade é uma só?”. Devires – Cinema e Humanidades, v. 8, p. 50-71, 2012.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br