O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Rogério de Almeida (USP)

Minicurrículo

    Professor Associado da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FEUSP). Coordena o Lab_Arte e o GEIFEC. É Editor da Revista Educação e Pesquisa (FEUSP) e Editor Colaborador Revista Machado de Assis em Linha. Bacharel em Letras (1997), Doutor em Educação (2005) e Livre-Docente em Cultura e Educação, todos os títulos pela USP. Pós-doutoramento na Universidade do Minho (2016). Trabalha com temas ligados a Cinema, Literatura, Filosofia Trágica e Imaginário.

Ficha do Trabalho

Título

    Afirmação trágica em “A árvore dos frutos selvagens”, de Ceylan

Resumo

    Esta comunicação tem por objetivo a questão da afirmação trágica presente no cinema de Nuri B. Ceylan, mais especificamente em “A árvore dos frutos selvagens” (2018), que acompanha o itinerário de (auto)formação de Sinan, cuja trajetória para se tornar escritor se inicia repleta de ideais, passa pela crise dos valores (niilismo) e culmina na afirmação trágica, expressão do “amor fati” nietzscheano. Tal trajetória relaciona-se com a pedagogia da escolha, que põe em questão a afirmação da vida.

Resumo expandido

    O presente trabalho apresenta os resultados parciais de pesquisa financiada pela FAPESP sobre o imaginário trágico no cinema contemporâneo, com recorte restrito ao modo como a afirmação trágica (Nietzsche, 1983, 1995; Rosset, 1989; Almeida, 2018) é construída no filme A árvore dos frutos selvagens (2018) do cineasta turco Nuri Bilge Ceylan. A obra narra o retorno de Sinan a casa dos pais, após a conclusão de seus estudos, e as dificuldades que enfrenta para se afirmar como escritor. A premissa inicial do filme, no entanto, é um pretexto para o desenvolvimento de discussões filosóficas sobre a sociedade contemporânea, a cultura, a literatura, o processo criativo, culminando no valor da vida, questão que irrompe no final do filme e marca o processo de transformação do protagonista, que começa imbuído de ideais, passa pela crise dos valores (niilismo) e alcança a afirmação trágica, quando reconhece a ausência de justificativa para o sofrimento, a insignificância do real, o caráter egoísta da vontade, a efemeridade da condição humana, aspectos trágicos da existência, mas que não são negados, como na reação niilista, mas afirmados, como condição da vida. Estamos diante, portanto, de um filme que requer tempo para mostrar como se opera a transformação da personagem, seu itinerário de (auto)formação, que envolve um momento de suspensão da crença para que a escolha trágica se efetive. Essa escolha pode ser compreendida como o “chegar a ser o que se é” (Nietzsche, 1995), expressão do amor fati nietzscheano: “não querer nada de outro modo, nem para diante, nem para trás, nem em toda a eternidade. Não meramente suportar o necessário, e menos ainda dissimulá-lo (…), mas amá-lo” (Nietzsche, 1983, p. 374).
    A perspectiva adotada para a análise do filme considera que o niilismo decorre da “crença nas categorias da razão”, mais propriamente da impossibilidade de responder racionalmente à pergunta “por quê?”, o que acarreta, na interpretação de Giacoia Jr. (2014, p. 223), numa ausência de sentido, valor, finalidade e causalidade para a existência. Gianni Vattimo (1996, p. 6) considera o niilismo a morte de Deus, e a consequente relativização de todos os valores. Franco Volpi (2005, p. 169) o interpreta como um profundo mal-estar que se sobrepõe, no plano histórico-sócio-cultural, aos processos de secularização e racionalização e, com eles, de desencanto e fragmentação da imagem de mundo.
    Diante do niilismo, no entanto, não há apenas a via de sua constatação e eventual resignação, mas a possibilidade de sua superação. Em Antiniilismo: ou a superação do niilismo pela filosofia trágica (Almeida, 2015), delineiam-se dois modos de saída do niilismo, quando se quer dele sair: a vertente que busca o restabelecimento dos valores e a que quer sua ultrapassagem pela afirmação incondicional da vida. O primeiro modo é ilusório, pois pressupõe uma natureza (princípio, finalidade causalidade etc.) que dê sentido à vida. O segundo modo é o trágico, que ignora qualquer sentido extrínseco à vida, liberando-a das amarras metafísicas, de tal forma que não há o que solucionar, já que os contrários se mostram intimamente articulados na condição da existência. Nas palavras de Clément Rosset (1989, p. 8), trata-se da “ligação entre a alegria de existir e o caráter trágico da existência”.
    O niilismo não é necessariamente a expressão do fim, já que pode ser um ponto de virada, uma passagem para a afirmação trágica. Isso porque a afirmação trágica – compreendida como “fórmula de afirmação máxima, da plenitude, da abundância, um dizer sim sem reservas, até mesmo ao sofrimento, à própria culpa, a tudo o que é problemático e estranho na existência” (Nietzsche, 1995, p. 118) – não nega ou justifica o sofrimento e a morte, mas os confronta e os absorve no gesto de aprovação da existência. É essa a lição aprendida por Sinan, que após ver ruir suas pretensões de sentido, extrai de seu próprio sofrimento a força para aprovação da vida.

Bibliografia

    ALMEIDA, Rogério de. Cinema e Educação: fundamentos e perspectivas. Educação em Revista, vol. 33, 2017.
    ALMEIDA, Rogério de. Cinema, Educação e Imaginários Contemporâneos. Educação e Pesquisa, vol. 44, 2018.
    BORDWELL, David. “O cinema clássico hollywoodiano: normas e princípios narrativos”. In: RAMOS, Fernão Pessoa. Teoria Contemporânea do Cinema. Vol. II. São Paulo, Senac, 2005.
    FABRIS, Elí Henn. Cinema e Educação. Educação e Realidade, n. 33 (1), jan/jun 2008, p. 117-134.
    FRESQUET, Adriana. Cinema e educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2013.
    GIACOIA JUNIOR., Oswaldo. Nietzsche: o humano como memória e como promessa. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.
    NIETZSCHE, Friedrich. Obras Incompletas. SP: Abril Cultural, 1983.
    ROSSET, Clément. A lógica do Pior: elementos para uma filosofia trágica. RJ: Espaço e Tempo, 1989.
    VATTIMO, Gianni. O fim da modernidade. Niilismo e hermenêutica na cultura pós-moderna. SP: Martins Fontes, 1996.
    VOLPI. Franco. El Nihilismo. Buenos Aires: Biblos, 2005.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br