O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    PAULA ALVES DE ALMEIDA (ENCE/IBGE)

Minicurrículo

    Formada em Cinema pela UFF (Niterói, 2000), Mestre em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais pela ENCE/IBGE (Rio de Janeiro, 2011). Doutoranda em População, Território e Estatísticas Públicas pela ENCE/IBGE. Diretora do Femina – Festival Internacional de Cinema Feminino. Membro do Grupo de Análises de Políticas e Poéticas Audiovisuais – GRAPPA (UERJ) e do Grudo de Reconhecimento de Universos Artísticos/Audiovisuais – GRUA (UFRJ).

Ficha do Trabalho

Título

    Gênero e raça nos longas-metragens brasileiros de 1961 a 2017

Seminário

    Mulheres no cinema e audiovisual

Resumo

    A baixa representatividade de mulheres e negros no cinema é um reflexo e, ao mesmo tempo, reforça as desigualdades de gênero e raciais existentes na sociedade. A partir da elaboração de uma base de dados, da associação de aspectos qualitativos e quantitativos, esta pesquisa aponta para uma distribuição desigual de funções-chave (direção, roteiro, protagonismo, produção, fotografia, etc.) e de recursos públicos por sexo/gênero e cor/raça na produção cinematográfica brasileira de longas-metragens.

Resumo expandido

    Para Daney (1997), em seu início, as projeções de cinema deviam causar uma sensação de pertencimento ao mundo. Os filmes continham atores principais, coadjuvantes e figurantes, contavam histórias de multidões, lutas de classes, povos em guerra. Havia, portanto, muitas pessoas nas salas de cinema assistindo a filmes com muitas pessoas nas telas. Não somente as salas de cinema se esvaziaram, mas os filmes ficaram cada vez menos povoados. Daney (1997) sugere então um estudo das populações dos filmes, fazendo-se necessária uma demografia dos seres filmados.
    Inspirados neste autor, sugerimos chamar as personagens dos filmes de população filmada, e o conjunto de indivíduos que compõem as equipes de população que filma. Descrever a composição das populações filmada e que filma, assim como as relações entre ambas e com a população real, nos permite refletir sobre as posições e ausências de determinados grupos sociais nas representações cinematográficas.
    Sobre a possível associação entre a população que filma e a população filmada, podemos supor diferentes relações, como: 1) a população que filma se parece com a população filmada, quando o cineasta se volta para os grupos sociais aos quais pertence; 2) a população que filma reinterpreta a população filmada, quando o cineasta filma outros grupos sociais; 3) as ausências, quando determinadas populações ficam de fora tanto da população que filma, quanto são excluídas das narrativas cinematográficas. No primeiro caso, quando os cineastas passam a representar a si próprios ou a seus semelhantes, pode-se imaginar que a população filmada se assemelhe à população que filma. A questão é se essas duas populações incorporam a diversidade da população real, e se esta é representada em sua pluralidade pelos filmes. Quando os cineastas se voltam para grupos sociais aos quais não pertencem, os filmes podem privilegiar as perspectivas dos diretores e retratar temáticas e contextos sociais a partir de seus valores e preconceitos. E as ausências ocorrem quando grupos sociais estão sub-representados nos sets e também nas telas. Novamente, vale questionar se partes da população real também não estariam de fora das representações cinematográficas, e se não seriam as mesmas que são excluídas dos cargos de comando no mundo social e político.
    Assim como nos espaços de poder e em outras áreas do mercado de trabalho – nas quais a presença feminina ou negra em cargos de direção e gerência ainda é limitada, – também no cinema a participação da mulher e de negros (bem como de amarelos e indígenas) desempenhando funções-chave (como direção, roteiro, produção, entre outras) ainda está expressivamente abaixo da presença masculina e branca (ALVES, 2011). O cinema foi criado e estruturado no contexto de uma sociedade desigual, androcêntrica e eurocêntrica. Consequentemente, as representações da mulher e de povos não brancos foram elaboradas, essencialmente, a partir da perspectiva masculina e branca.
    Foi elaborada, a partir de diferentes fontes, uma base de dados contendo quase cinco mil longas-metragens brasileiros lançados entre 1961 e 2017. Foi realizada uma atribuição de cor/raça a diretores, roteiristas e protagonistas, e uma categorização de sexo/gênero dessas e de outras funções (fotografia, montagem, produção, arte). A pesquisa aponta para desigualdades de gênero e raciais na distribuição de recursos públicos e de funções nesses filmes, para associações entre os cargos analisados, e para uma distribuição geográfica desigual da produção audiovisual, entre outros resultados.
    Se a direção cinematográfica é predominantemente ocupada por homens brancos, a gerência do imaginário, da representação de gêneros, raças e sexualidades, a disseminação de valores e ideais políticos estão sob domínio de uma perspectiva majoritariamente masculina e branca. Se privilegiamos protagonistas masculinos e brancos no cinema estamos reforçando o papel de protagonismo social e político culturalmente atribuído a homens brancos.

Bibliografia

    AGÊNCIA NACIONAL DO CINEMA – ANCINE. Listagem dos Filmes com os Mecanismos de Incentivo. Disponível em: .
    ALVES, P. O Cinema Brasileiro de 1961 a 2010 pela Perspectiva de Gênero. 2011. Dissertação (Mestrado em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais) – Escola Nacional de Ciências Estatísticas, Rio de Janeiro, 2011.
    ALVES, P; ALVES, J; SILVA, D. Mulheres no cinema brasileiro. Revista Caderno Espaço Feminino, v. 24, n. 2, p. 365-394, 2011.
    BALADI, M. Dicionário de cinema brasileiro: filmes de longa-metragem produzidos entre 1909 e 2012. São Paulo: Martins Fontes, 2013.
    DANEY, Serge. Devant la recrudescence des vols de sacs à main. Lyon: Aléas éditeur, 1997.
    FILME B. Database Brasil 2018. Disponível em:

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br