O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Camila Cattai de Moraes (UAM)

Minicurrículo

    Camila Cattai é atriz (formada pelo Conservatório Dramático Carlos de Campos) e cineasta (formada pela Universidade Anhembi Morumbi). Realizou Iniciação Científica, sob orientação do prof Renato Coelho, pesquisando a produtora Belair Filmes e hoje é mestranda pela Universidade Anhembi Morumbi, sob orientação da Profa Dra Sheila Schvarzman, pesquisando a cineasta russa e soviética Olga Preobrazhenskaya.
    Camila dirigiu dezenas de filmes, dentre eles o curta-metragem Bandida, premiado em festivais.

Ficha do Trabalho

Título

    O silêncio sobre Olga Preobrazhenskaya

Resumo

    O trabalho pretende apresentar Olga Preobrazhenskaya (1881-1971), a primeira cineasta russa, e discutir os motivos de sua exclusão da história canônica do cinema.
    Seus 14 filmes realizados entre 1916 e 1941 são protagonizados por mulheres, personagens fortes e que defendem outras mulheres contra a dominação masculina. Pretendemos discutir os motivos de Olga e seus filmes, mesmo com a força que carregam, não estarem presentes na nossa historiografia clássica do cinema.

Resumo expandido

    A demanda pela recuperação de histórias e obras realizadas por mulheres, principalmente no cinema, cresceu exponencialmente nos últimos anos. Nomes, desconhecidos até então, foram apresentados e fixados nas lacunas deixadas pela história canônica do cinema.
    A historiografia majoritariamente androcêntrica perdeu credibilidade e não admite-se mais a máxima “as mulheres jamais criaram algo importante” ou “a situação da mulher jamais impediu o surgimento de grandes personalidades femininas” (BEAUVOIR, 2016, p. 191).
    A ensurdecedora ausência de Alice Guy nos livros convencionais, alarmaram sobre outros casos de diretoras excluídas da história. Dentro dessas profundas lacunas, nesta vastidão de nomes não citados, encontramos a cineasta Olga Preobrazhenskaya.
    Olga é a primeira cineasta russa. Seu primeiro filme, The Lady Peasant, é de 1916, anterior à Revolução Russa. Diretora de 14 filmes entre 1916 e 1941, Olga é mais uma cineasta eclipsada pela história canônica do cinema.
    Pretendemos aqui entender porque Olga ocupa esse silêncio, apesar da ousadia de sua extensa obra, priorizando seu filme mais famoso: As mulheres de Ryazan (1927).
    Após o grande sucesso de As Mulheres de Ryazan, que rendeu quase cinco vezes o investimento aplicado na obra, Olga Preobrazhenskaya foi “excomungada, estava praticamente condenada a inatividade.” (FORD, 1972).
    A primeira chance de negação de memória à cineasta pela história oficial, e também a que nos parece mais óbvia é: por ser mulher e a primeira autora de filmes russa/soviética, Olga Preobrazhenskaya foi colocada na lacuna da desmemoria. A diluição do trabalho feminino começa a ser reconhecida após correntes de pensamentos como A Teoria do Cinema Feminista e o próprio movimento feminista galgarem certo prestígio.
    Desde então vêm se escrevendo de forma substancial sobre a mulher. Olga não é exceção.
    A História, enquanto gesto público de poder, diluiu essas mulheres até à quase invisibilidade, mesmo na Rússia no início do século XX, onde a população trabalhadora era composta majoritariamente por mulheres e crianças, devido ao esforço da Primeira Grande Guerra. (SCHNEIDER, 2017)
    Porém, sabemos que Olga Preobrazhenskaya não foi declinada apenas por ser mulher.
    Um dos tutores de Olga Preobrazhenskaya foi o cineasta russo W. R. Gardine. Gardine, segundo críticas severas do poeta Vladimir Maiakowski, “perpetuava em seus filmes as más tradições do cinema czarista”. Maiakowski chegou a classificar o filme O poeta e o Czar (1927) de Gardine como “absurdo e ultrajante”. (FORD, 1972). Olga Preobrazhenskaya era considerada como sucessora imediata de Gardine (FORD, 1972) e foi negada enquanto artista pelos grandes mestres soviéticos.
    A terceira razão, concluímos, que pode ter apagado Olga da história do cinema soviético foi a recusa da cineasta em fazer filmes para o Partido Bolchevique, exaltando o Exército Vermelho. Seu cinema com protagonistas femininas e ambiente rural é criticado por teóricos e cineastas “revolucionários” (BAGROV, 2013).
    O chamado Realismo Socialista, após 1929, sob o comando de Stalin, dominou as artes soviéticas, incluindo o cinema, diminuindo a criatividade individual para subordiná-la aos objetivos do partido. Alguns artistas consideraram as restrições impostas como inaceitáveis. Foi o caso de Olga, que nessa época, dedicou-se exclusivamente à atuação de teatro.
    Entendemos, portanto, que o cinema de Olga Preobrazhenskaya é também revolucionário. A cineasta utilizava-se, por exemplo, de não atores, filmava em locações rurais, questionava o poder físico e psicológico da figura masculina sobre a mulher.
    Em As mulheres de Ryazan (1927), há uma heroína feminista: Vasilisa, que afronta seu pai quando o vê investindo fisicamente sobre Anna, sua cunhada. Ela não aceita os ordens vazias da figura patriarcal, foge e trabalha para se sustentar. Vasilisa é a personificação de uma mulher forte.
    Nosso objetivo aqui é discutir as engrenagens que enterraram a obra de Olga Preobrazhenskaya. Até hoje.

Bibliografia

    BAGROV, Peter. Olga Preobrazhenskaya e Ivan Pravov. In : FARINELLI, Gian Luca; BAGH, Peter von. Il Catalogo dela XXVII edizione de Il Cinema Ritrovato. Bologna: Fondazione Cineteca di Bologna, 2013
    BEAUVOIR, Simone de. O segundo sexo: fato e mitos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2016
    FORD, Charles. Femmes cinéastes. Paris: Ed. Donoël Gonthier, 1972.
    HIRATA, Helena (et al.) (orgs.). Dicionário crítico do feminismo. São Paulo: Editora UNESP, 2009.
    PERROT, Michelle. Minha história das mulheres. São Paulo: Contexto, 2017.
    SCHNEIDER, Graziela (org). A revolução das mulheres : Emancipação feminina na Rússia Soviética. São Paulo : Boitempo, 2017.
    TAYLOR, Richard; CHRISTIE, Ian (orgs.). Inside the film factory: New approaches to Russian and Soviet cinema. New York: Routledge, 1991.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br