O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Pedro Pinheiro Neves (UFRJ)

Minicurrículo

    Pedro Pinheiro Neves é mestre em Comunicação pela UFPE e doutorando em Comunicação e Cultura na UFRJ, onde desenvolve pesquisa sobre o corpo na fotografia de moda. É autor, com André Antônio Barbosa, Denilson Lopes e Ricardo Duarte Filho, do livro Inúteis, frívolos e distantes: à procura dos dândis, a ser lançado pela editora Mauad X este ano.

Ficha do Trabalho

Título

    Como dar close na precariedade: o cinema dândi-periférico de Sosha

Seminário

    Cinemas pós-coloniais e periféricos

Resumo

    Com orçamento zero e câmeras de celular, o artista Sosha já realizou sete curtas. Apesar da precariedade da produção, seus filmes transformam áreas degradadas do Recife, Rio ou Brasília em glamorosos cenários de editorial de moda, onde personagens queer não-brancos desfilam ao som de uma trilha internacional. Este trabalho analisa os filmes de Sosha como paradoxais exercícios de elitismo democrático, que reivindicam o luxo, a beleza e um olhar dândi para o mundo como direitos de qualquer pessoa.

Resumo expandido

    Com orçamento zero e contando apenas com a ajuda de amiga/os e câmeras de celular, o multiartista recifense Sosha já realizou sete curtas-metragens, todos disponibilizados gratuitamente no YouTube. Apesar da precariedade da produção, em seus filmes a cidade – seja Recife, Rio de Janeiro ou Brasília – se transforma num glamoroso cenário de editorial de moda, onde personagens fabulosas desfilam ao som de uma trilha internacional.
    Negro, gay e oriundo da periferia, Sosha mantém uma relação ambígua tanto com o establishment do cinema autoral pernambucano quanto com movimentos sociais relacionados ao direito à cidade ou organizados a partir da identidade (racial, sexual ou de classe) como eixo central de auto-compreensão e luta política. Criando arte de forma independente, sem buscar inserção nos circuitos profissionais de captação de recursos, produção e circulação cinematográfica, Sosha ainda assim frequenta socialmente a cena artística, com a qual mantém uma relação de distância crítica pautada pela ironia, quando não pelo deboche, tornando visível o sistema implícito de privilégios que estrutura um milieu majoritariamente branco e de classe média.
    Trabalhando em colaboração com uma rede de jovens LGBT e reservando o protagonismo dos seus filmes quase sempre a mulheres trans e travestis, Sosha tampouco se encaixa com facilidade em qualquer tradição de cinema militante ou abertamente “político”, se por esses termos se entende a tematização de opressões ou a reivindicação explícita de justiça social ou reparações históricas.
    O trabalho de Sosha dialoga principalmente com as imagens e o imaginário da moda, materializado em desfiles, campanhas publicitárias e editoriais de revistas. Os curtas se apropriam das fantasias glamorosas e, por vezes, perturbadoras da high fashion e as transplantam para cenários periféricos e para corpos não-normativos, não com um intuito paródico ou para marcar a distância entre esses universos, mas, pelo contrário, para reivindicar o pertencimento de locais e corporalidades ditas dissidentes aos mundos de luxo e refinamento da moda. Liberadas das suas funções publicitárias e comerciais, as fantasias da alta moda revelam seu potencial disruptivo e queer, ao colocar em cena formas de beleza mutantes e formas de vida desafiadoras de valores produtivistas e utilitários.
    Este trabalho analisa os filmes de Sosha como atualizações da figura do dândi – que o próprio artista encarna em sua vida -, entendido como um sistema de poses e códigos filtrados por uma sensibilidade estetizante, irônica e ambígua, destinados a inverter as relações entre frivolidade e seriedade, essência e aparência, autenticidade e afetação, privilegiando uma forma de estar-no-mundo pautada pela elegância e pelo refinamento.
    Se o dandismo é comumente pensado como fenômeno da alta sociedade, expressão rarefeita de um estilo de vida indolente e endinheirado, ele é também, em sua origem, o produto e expressão de uma sociedade em transformação, em que a posição social não é dada de antemão por títulos e sobrenomes, mas é móvel e escorregadia, podendo ser galgada com um esforço de autoinvenção, um senso impecável de estilo e uma dignidade pessoal a toda prova. Desafiando valores aristocráticos, o dandismo tampouco se pauta em uma ética burguesa de trabalho, empreendedorismo capitalista, inovação ou criação transcendente – nem mesmo artística. A arte do dândi é a moldagem do seu próprio corpo, da sua figura e sua pessoa em uma criatura extraordinária.
    Os filmes de Sosha encarnam um paradoxo: são exercícios de elitismo democrático, de uma superioridade aristocrática a princípio não vedada a ninguém por motivos mesquinhos como fortuna ou pedigree. Como dândi, Sosha afirma seu direito de pertencimento a qualquer espaço e sua indiferença em relação às barreiras que se erguem contra aqueles percebidos como indignos. No seu cinema, o luxo, a beleza e o glamour são direitos de qualquer pessoa.

Bibliografia

    AGAMBEN, G. Beau Brummell ou a apropriação da irrealidade. In Estâncias. Belo Horizonte: UFMG, 2007, p 81-93.
    BARBOSA, A. A. Constelações da Frivolidade no Cinema Brasileiro Contemporâneo. Tese. PGCOM UFRJ, Rio de Janeiro, 2017.
    DUARTE FILHO, R. Dândis, Drags e Bichas Pintosas: O Camp no Cinema Queer Brasileiro Contemporâneo. Dissertação. PPGCOM UFRJ, Rio de Janeiro, 2018.
    JOBLING, P. Fashion Spreads: Word and Image in Fashion Photography since 1980. Oxford: Berg, 1999.
    LOPES, D. O retorno do artifício. In Afetos, Relações e Encontros com Filmes Brasileiros Contemporâneos. São Paulo: Hucitec, 2016.
    PRYSTHON, A. Furiosas Frivolidades: Artifício, Heterotopias e Temporalidades Estranhas no Cinema Brasileiro Contemporâneo. Revista Eco-Pós, Rio de Janeiro, v. 18, n. 3, p. 66-74, dez. 2015.
    STEFFEN, L. O Cinema Que Ousa Dizer Seu Nome. São Paulo: Giostri, 2016
    TADEU, T. (org.). Manual do Dândi. Belo Horizonte: Autêntica, 2009.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br