O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    RAFAEL TASSI TEIXEIRA (PPGCINEAV)

Minicurrículo

    Pós-Doutor em Cinema e Audiovisual (Universitat Autònoma de Barcelona – UAB). Doutor em Sociologia pela Universidad Complutense de Madrid (UCM). Vice-Coordenador do Programa de Pós-Graduação Mestrado e Doutorado em Comunicação e Linguagens da Universidade Tuiuti do Paraná (PPGCOM\UTP). Professor Adjunto do Mestrado em Cinema e Artes do Vídeo (PPGCINEAV\UNESPAR).

Ficha do Trabalho

Título

    Presentificação da Ausência e Teoria da Emanação em Face aux Fantômes

Seminário

    Teoria dos Cineastas

Resumo

    O trabalho tenta observar a questão da dialética da memória e das imagens em “Face aux Fantômes”, documentário de Sylvie Lindeperg e Jean-Louis Comolli (2009) sobre o filme de Alain Resnais, “Noite e Neblina” (1955). Observando a articulação entre mis-en-scène e memória, problematiza-se a relação prova-contraprova na estrutura diegética de um dos filmes documentários mais relevantes da história do cinema em relação ao tema dos campos de concentração, comentado pela historiadora e pelo teórico.

Resumo expandido

    “Face aux fantômes” (Sylvie Lindeperg e Jean-Louis Comolli; 2009) trabalha a questão da imagem no filme “Noite e Neblina” (Alain Resnais; 1955) e a produção da memória sobre a Shoah. Desenvolvido em uma mis-en-scène que aproxima a historiadora e o teórico de cinema, o documentário explora o método de Lindeperg articulado no livro “Nuit et Brouillard: Un film dans l´histoire” (LINDEPERG, 2007). A partir de uma série de conversas entre os dois intelectuais – enquanto, em uma sala de montagem, o filme de Resnais é projetado -, a maior parte da metragem detém-se sobre a fala de Lindeperg e as questões do teórico-cineasta sobre as escolhas fílmicas de Resnais no filme de 1955. Fotografias e imagens de “Noite e Neblina” são observadas em um gesto de desdobramento do pensamento fílmico-criativo de Resnais, sobretudo a partir da necessidade de situar o filme entre o documental e o artístico. No filme de Resnais, os elementos da linguagem cinematográfica dimensionam a questão da Shoah na sensibilidade poética da voz narrativa, no cuidado do texto enunciativo, nos longos travellings da esquerda para a direita sobre os lugares dos acontecimentos, no uso da cor, na presentificação da ausência, etc. No caso de Auschwitz, Resnais parece dizer que somente teremos os fantasmas diante. E, na impossibilidade de enterrá-los, as imagens enfrentam um movimento de constrangimento – não servem como prova, não foram mediadas pelos ausentes. Nesse sentido, os elementos cinematográficos do filme de 1955 são utilizados para se poder chegar a um componente maior: a sensação, “infranqueável” (LINDEPERG, 2007) do poder da ausência, das relações entre a ‘imagem que resta’ (DIDI-HUBERMAN, 2012) e o que resulta do encobrimento de toda imagem: a tensão irredutível entre o estatuto artístico e o documental, a incapacidade de ‘controlar’ as imagens e suas relações com os acontecimentos e o modo com que serão interpretados. A exegese fílmica é construída, nesse sentido, sobre a distância das imagens, a dificuldade em lidar com elas, o modo com que passa a ser preciso buscar uma história reflexiva da consciência a partir de um olhar que não pode ser gravado. Resnais é cuidadoso em não introduzir as imagens-provas naquilo que seria, facilmente, um cinema da idealização (do documento, da ação arquivística reparadora). Prefere, antes, o cinema da emanação, da exposição da consciência da dificuldade em lidar com os elementos visuais, com o grave problema da sua ausência, com o constrangimento de precisar enxergar. Texto e filme se entrecruzam no sentido de que é o cinema, de que é do filme a perspectiva da reiteração sobre o ato de comunicar, transmitir, ver. Ver, como a perspectiva de lutar contra uma forma específica de imaginar o olhar. “Noite e Neblina”, o “filme que grita”, segundo Lindeperg (2007), é, portanto, o filme que deixa de querer restituir a possibilidade de desmascarar as provas ocultas, os documentos sobreviventes, as histórias definitivas. Diante da imaginação das imagens, diante de algo que nasce da compreensão do tempo e da sua superfície profunda, o filme funciona como uma tentativa de aprender a história e o ‘descentramento’ do olhar na questão dos campos de morte. Nesse aspecto, a sensação de irrealidade entre os planos do filme de Resnais projeta uma ideia de sutura que nunca é inocente, que está imediatamente contra à exigência de realismo, à imortalização de um efeito de realidade, à estruturação de um real que seja a prova inconteste de objetividade ocular. A teoria cinematográfica de “Noite e Neblina”, dessa forma, tem menos que ver com o ‘inapreensível’ da temporalidade histórica, que com o ensaio sobre a expressão – biográfica, individual – do processo de permitir às imagens sua interioridade vivida.

Bibliografia

    AGAMBEN, Giorgio. O que Resta de Auschwitz. São Paulo: Boitempo, 2008.
    BOU, Stéphane. Réflexions sur le Nazisme. Entretiens avec Stéphane Bou. Paris: Seuil, 2016.
    CATALÀ, J. M. D. “Figuras da Memória (coletiva): Os Documentários como Palácios da Memória”. Revista Cásper Líbero, vol 21, n. 41, 2018.
    COMOLLI, Jean-Louis. “A Última Dança: como ser espectador de Memory of the Camps”. Devires. Belo Horizonte, V. 3, N. 1, pp. 8-45, jan\dez, 2006.
    DERRIDA, Jacques. Mal de Arquivo: Uma Impressão Freudiana. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2001.
    DIDI-HUBERMAN, Georges. Imágenes Pese a Todo: Memoria Visual del Holocausto. Barcelona: Espasa, 2012.
    ______. Remontagens do Tempo Perdido. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2018.
    FRODON, Jean-Michel (org.). Le Cinéma et la Shoah. Paris: Editions Cahiers du Cinéma, 2007.
    HAGGITH, Toby. E NEWMAN, Joann (eds.). Holocaust and the Moving Image. Representation in Film and Television Since 1933. Londres: Wallflower Press, 2005.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br