O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Maria do Socorro Sillva Carvalho (UNEB)

Minicurrículo

    Maria do Socorro Carvalho é pesquisadora do cinema brasileiro contemporâneo, professora do Programa de Pós-Graduação em Estudo de Linguagens e do Curso de Comunicação Social da Universidade do Estado da Bahia (Uneb). Doutora em História Socal pela USP, com pós-doutorado junto à PUCRS, é autora, entre outros trabalhos, dos livros A Nova Onda Baiana; cinema na Bahia, 1958-1962 (Edufba, 2003) e Imagens de um Tempo em Movimento; cinema e cultura na Bahia nos Anos JK, 1956-1961 (Edufba, 1999).

Ficha do Trabalho

Título

    “SUPEROUTRO” OU MEMÓRIA DE UM CINEMA

Mesa

    MEMÓRIA(S) DA INVENÇÃO NO CINEMA BAIANO

Resumo

    Filme fundamental da filmografia de Edgard Navarro, “Superoutro” (1989) é resultado de realizações do cineasta no superoitismo bem como ponto de partida para seus filmes posteriores, em particular, o mais recente longa-metragem, “Abaixo a gravidade” (2017). Nessa perspectiva, ao condensar um conjunto de situações e personagens, “Superoutro” constrói camadas arqueológicas de memórias do cinema de invenção do realizador, que são ainda parte importante da memória do cinema brasileiro contemporâneo.

Resumo expandido

    Esta comunicação busca discutir o cinema experimental de Edgard Navarro por meio do seu cultuado média-metragem “Superoutro” (1989), em relação a certo conjunto de sua própria filmografia – desde seus primeiros curtas-metragens em Super-8, “Alice no país das mil novilhas” (1976), “O rei do cagaço” (1977), “Exposed” (1978) e “Lin e Katazan” (1979), filmes dos quais ele retoma elementos, figuras e situações, até o seu mais recente longa-metragem, “Abaixo a gravidade” (2017), título que faz referência ao personagem Superoutro, que acredita ser seu dever voar. Este “doido varrido” condensa uma galeria de indivíduos errantes que vagam pela cidade, como náufragos, entre os destroços da nossa fantasia de modernidade. Segundo o realizador, “Superoutro é a encarnação de muitas vozes anônimas, propondo um discurso disfarçado de ininteligível, mas pejado de segundas e terceiras intenções” (NAVARRO, 2011). Esse discurso produzido pelo “cinema de invenção” de Navarro é estabelecido na tensão entre os ecos da repressão política do regime militar (1964–1985) e da revolução de comportamento que irrompeu das demandas comportamentais da contracultura dos anos 1970, um projeto político de transformação social pela via individual (ROSZAC, 1972). Trinta anos depois de “Superoutro”, o cinema de Edgard Navarro permanece como elogio aos valores libertários da contracultura – a democratização da vida, com corpos livres, almas livres e arte livre, logo, um cinema também livre de convenções estéticas, como ensinava o “guru” Luiz Carlos Maciel (2007). Questionar relações entre utopias e impasses socioculturais pode ajudar a entender dimensões fundamentais do cinema de Edgar Navarro, no qual pulsam personagens transgressores, párias, “loucos” e conscientes da necessidade de livre-arbítrio, de se saberem corpos e espíritos livres. São seres que só querem ser deixados em paz para organizar a própria vida e fazer o que quiserem dela, que escolheram – ou não – uma vida marginal em detrimento daquela imposta pela sociedade estabelecida. Por isso, como define o seu criador, Superoutro é um exilado urbano, de traços tragicômicos, libertário e em permanente tensão como a “normalidade” à sua volta, como uma espécie de “Quixote da periferia”. Ou, talvez, ele seja apenas um “resíduo” da modernidade, tratada a contrapelo pelo diretor. Ainda conforme Navarro, seu filme emblemático traça um “painel pop-barroco-baiano”, resultante de uma “antropofagia cultural”. Nas diversas referências cinematográficas que compõem esse painel, pode-se descobrir uma galeria mais ampla de personagens “loucos”, “violentos”, “desencantados” que marca o cinema feito na Bahia. Nessa perspectiva, Superoutro parece ser a soma (ou a multiplicação ou divisão, tanto faz) desses personagens que o cercam. A partir dessas questões, pretende-se abordar dimensões históricas presentes na construção do “Superoutro” como camadas arqueológicas (GODARD, 1989) de memórias das transformações diversas – culturais, estéticas e comportamentais – que se desdobram no cinema baiano-brasileiro contemporâneo.

Bibliografia

    FERREIRA, Jairo. Cinema de invenção. São Paulo, Max Limonad, 1986.
    GODARD, Jean-Luc. Introdução a uma verdadeira história do cinema. Trad. Antonio de Padua Danesi. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
    NAVARRO, Edgard. “Alucinada lucidez: O homem que não dormia”. Entrevista de Daniela Galdino. Operária das ruínas. 2011. Disponível em: http://operariasdasruinas2.blogspot.com.br/2011/alucinada-lucidez-o-homem-que-nao-dormia 25.html. Acesso em: 17/03/2016.
    MACIEL, Luiz Carlos. “O tao da contracultura”. In: ALMEIDA, M. I. ; NAVES, S. C. (org.). Por que não? Rupturas e continuidades da contracultura. Rio de Janeiro: 7Letras, 2007.
    ROSZAK, Theodore. Para uma contracultura. Petrópolis: Vozes, 1972.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
1650 Downloads

Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br